Capítulo 16

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Meses depois Harry nem pensava mais em voltar, tanto tempo havia passado. Ele e Melanie haviam progredido muito; agora ele se esquivava de tiros, e as balas eram de verdade. Seus reflexos eram ótimos, e agora Melanie já não se irritava, estava orgulhosa de seu trabalho. Ela não tocou mais no assunto de partirem, e ele não cobrou. Quando chegasse o momento, eles iriam.

Melanie: Então nós saímos caminhamos, com um sorriso deslavado no rosto. – Disse, enquanto os dois preparavam o almoço. Ela cortava uma peça de carne e ele, temperos.

Harry: E a policia...?

Melanie: Como já disse, Perrie Edwards é um calo. Fica atrás de mim o tempo todo. Gruda. – Disse, revirando os olhos – Mas a máfia é mais ameaçadora que a policia. Eles são meio que... Gentis conosco. – Harry riu.

Melanie ergueu a mão, do nada, e lançou a faca com tudo em direção a ele. Ia pegar bem na cara, mas ele, tranquilamente, como se ela houvesse lhe acariciado, ergueu a mão e apanhou a faca pelo cabo, ainda no ar, devolvendo a ela. Melanie sorriu.

Harry: Quanto em média Niall tirou da máfia? – Perguntou, tranquilo, como se não tivesse acabado de quase ser esfaqueado.


Melanie: Não sei a cifra ao certo, isso foi bem antes de mim. Mas não deve ser muito comparado ao que temos agora. – Disse, dando de ombros. – Niall só levou o que era dele por direito.

Harry: Não há modo de despistá-los de vez? – Perguntou.

Melanie: Nunca pensamos nisso. Não incomoda. – Disse, fatiando a carne em cubos.

Harry: Claro. Para quem rouba por prazer, ter a máfia atrás de si não deve ser nada. – Disse, debochado.

Melanie: De novo com julgamentos... – Suspirou.

Harry: Menti em algum ponto? É uma assassina. Uma ladra, não é? – Melanie riu.

Melanie: Sou. E das boas. – Disse, vaidosa, e ele revirou os olhos – Você faz muito mau juízo de nós. – Comentou, despejando a carne em uma tigela de vidro, desprezando-a.

Harry: Oh, perdoe se a ofendi. – Disse, ainda debochado.

Melanie: Ok. Você se lembra do Goya que foi roubado, enquanto estava sendo transportado para Roma? – Perguntou, lavando um tomate. Harry levou aquilo como uma bolacha. Era um artefato, uma antiguidade, e...

Harry: Foi você. – Disse, incrédulo.

Melanie: Sim, fui. – Disse, constatando o óbvio – Eu e Louis entramos no avião antes dele decolar. Era um bimotor, pequeno, leve. Derrubamos o piloto e o copiloto com tranquilizantes, Louis assumiu o voo enquanto eu desativava as câmeras e apanhava a tela, substituindo-a por uma falsa. Niall nos aguardava em um ponto isolado, de confiança. No momento certo Louis colocou o avião no piloto automático, e nós saltamos. Perfeitamente. – Disse, tranquila.

Harry: Se orgulha disso, é doentio. – Disse, exasperado.

Melanie: É claro. – Disse, franzindo o cenho – Mas você se lembra do ultimo surto de meningite que houve em Londres? – Harry franziu o cenho – Se esforce. Atingiu as crianças principalmente.

Harry: Meningite C. Me lembro. O hospital onde eu estava foi fechado em quarentena, apenas para atender esses casos. O que tem a ver?

Melanie: Você se lembra daquela doação anônima que foi feita, para remédios e blábláblá? – Perguntou, cruzando os braços.

Harry: Lembro. Foi o que nos salvou, importamos... Você não vai entender, onde quer chegar? O que a doação tem a ver com um Goya roubado? – Melanie ergueu a sobrancelha e a cabeça dele quase fez um clique.

O Turista (Livro 1) [H.S]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora