Ares - Um Boxeador Mafioso

Capítulo 3

Beijo...

Ares voltou um tempo depois segurando uma bolsa de gelo, com os dedos trêmulos coloquei no rosto de Tyler que ainda estava desacordado. Ele não corria perigo de vida ou algo do tipo, estava respirando calmamente como se dormisse, o desgraçado havia dado um jab nele que o faria ficar desacordado por alguns minutos. Meu rosto queimava de raiva, mas eu precisava cuidar do meu amigo.
Tirei sua jaqueta de couro e fiz um travesseiro a enrolando — colocando debaixo de sua cabeça. Joguei seus cabelos para o lado e observei delicadamente seu rosto em busca de algo mais grave que o vermelhidão que já começava a mostrar sinais que ficaria roxo. Nada.
Me levantei e olhei para Ares, que estava em pé observando Ty curioso.

- Sinto muito. – Foram suas únicas palavras, totalmente sem arrependimento ou emoção.

- Não, não sente.

- Tem razão, não sinto. Faria de novo, e mataria qualquer pessoa que tocasse no que é meu. – O olhei incrédula. Ele era doente.

Ares deu um passo em minha direção, sorrindo de canto. Suas mãos voaram para minha cintura, e a apertou forte. Meu corpo enrijeceu e suspirei. O que eu estava fazendo?!
Ele deu mais um passo, fazendo com que nossos narizes se tocassem, roçando seu polegar de leve em meu rosto. Não conseguia comandar meu corpo, era como uma disputa entre ele e minha mente.
Em segundos, o loiro colou nossos lábios, selando o beijo, que não era calmo ou romântico, era sedento e faminto, devorando todo o meu ser. E eu correspondi, céus, ele era mesmo o inferno, e eu estava gostando.
Como um raio caindo do céu, me trazendo arrepios, ele me beijava ferozmente. Retribui da mesma forma, mordiscando levemente seus lábios. Nossas línguas uma briga silenciosa, quase como uma dança. Ares distribuiu beijos por meu pescoço, enquanto eu arfava segurando nele para não cair.
Ele parecia tentando deixar sua marca em mim, como se marcasse seu território.
Não conseguia parar, eu queria mais, e puxei sua cabeça fazendo com que nossos lábios se tocassem de novo. Era como se tudo fizesse sentido pela primeira vez, seus lábios tinham o gosto amargo de whisky, me fazendo querer provar deles ainda mais.
Não queria parar, eu queria mais... precisava de mais.
E como um banho de água fria, isso me trouxe para a realidade. O afastei empurrando seus ombros — ele nem saiu do lugar — continuando me beijando, e minha maldita boca aceitando. Como uma luz no fim do túnel, mordi seus lábios com força até sentir o gosto de ferro, era sangue.

- Está louca? – Perguntou enquanto limpava o sangue que escorria, parecia calmo até demais e isso me assustou, eu nunca soube lidar com pessoas extremamente calmas.

- Se tocar em mim de novo, eu corto suas bolas e o AJ!

- Se fizer isso com a boca, eu não me importo. – Falou enquanto passava o polegar nos lábios. Safado!

Tyler resmungou algo no chão, e abaixei imediatamente para ver seu estado. Meu melhor amigo abriu os olhos devagar, aquela imensidão verde que eu sempre tinha inveja piscou para mim, e sorri. Ele estava bem. O ajudei a levantar, ele arrumou sua jaqueta e olhou para Ares com raiva, era a primeira vez que ele estava realmente irritado.

- Vamos, Chloe, podemos resolver isso com um advogado, não precisa pedir pra esse merda aquela casa, eu te ajudo... até a compro de volta. – Ele estava irritado, muito irritado. Tyler só havia me chamado de Chloe três vezes desde que nos conhecemos, a primeira foi em Vegas quando gastei todo seu dinheiro em jogos, a segunda foi quando contei o motivo do meu término com Derek e terceira, bom, aconteceu agora.

- Ela não vai com você. – O loiro rosnou em resposta. Colocando a mão na cintura, e eu sabia, ali estava sua arma.

- Tyler, está tudo bem, erh... obrigada por vir aqui, mas eu tenho assuntos com ele e preciso resolver sozinha. – Segurei o rosto do meu amigo, enquanto o fazia olhar só para mim. Não podia vacilar, se ele mudasse de ideia e atacasse Ares, não iria embora para casa, iria para o necrotério. E eu não queria que meu amigo tivesse seu cérebro comido por alguma legista zumbi, mesmo que esse fosse o sonho dele.