Capítulo 6

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Brigas...

Ares não apareceu no domingo, não havia sinal algum dele, e nem mesmo de quando voltaria. Estava quase me sentindo em um episódio de The Originals onde o vilão desaparecia por um tempo só para voltar episódios depois ainda mais malvado e com uma entrada triunfal.
Atena passou o dia inteiro comigo e Arthemis, brincando, cozinhando e principalmente, quase incendiando a casa toda. A bebê sempre fazendo expressão angelical quando ia tomar bronca da tia por derrubar algo. Levada e esperta, um perigo para a sociedade.
Já era segunda de manhã, e Ares ainda não havia dado sinal de vida. Ele podia pelo menos mandar um sinal de fumaça, quem sabe um pombo-correio, mas o idiota nem isso fez.
Acordei com um pouco de dor no corpo, mesmo aquela cama maravilhosa não me fez ter uma boa noite de sono, estava preocupada demais com o dia de hoje para conseguir relaxar. Só conseguia pensar em como retomar minha rotina tendo um mafioso ao meu alcance.
Fui até o closet e escolhi uma peça simples entre todas aquelas roupas extravagantes — calça jeans escura, botas curtas, uma blusa social branca e suéter decorado preto e branco com símbolos indianos que ainda estava com a etiqueta, quase infartei só de olhar o preço.
Andei até o banheiro, fiz minha higiene e liguei o chuveiro, em poucos segundos consegui a temperatura que queria e entrei, a água morna me acalmou um pouco e reanimou o ânimo que eu nunca tive. Pelo menos assim podia relaxar em meio aquele caos.
Assim que saí vesti um conjunto branco e coloquei a roupa escolhida, arrumei meu cabelo, coloquei um perfume, Channel N° 5, e passei um batom alaranjado. Pelo menos iria encarar isso tudo bonita.
Chequei mais uma vez meu material na bolsa, peguei um chá gelado e segui para o elevador. Era a primeira vez que eu saía sem algum "conhecido" por perto, na portaria um carro preto comum me esperava.

- Bom dia, Jean. – Desejei enquanto abria a porta e o deixava do lado de fora com um sorriso. Sei que era o trabalho dele, mas mesmo assim não fazia sentido para mim, eu não tinha etiqueta, e pouco me importava com isso.

- Bom dia, senhorita. – Respondeu quando entrou. Fiz um beicinho em reprovação, ele podia me tratar por meu nome. – Deveria me deixar abrir a porta, o patrão pode ficar chateado. – Reclamou enquanto ligava o carro e colocava os óculos de sol, como um bad boy dos anos 80.

- Se ele ficar, pode deixar que o mando à merda. Eu não tenho nada a ver com o fato dele ser um imprestável. – Falei sorrindo enquanto pegava meu mais novo celular na bolsa.

Alguém o havia deixado na porta do quarto, tinha todos os meus contatos e fotos, mas era um modelo bem mais avançado e com uma segurança impecável. Pelo menos um presente depois de toda essa confusão que minha vida se tornou.
Desbloqueei ele, minha senha era algo até mesmo estúpido: Poodle02... fácil e idiota, ninguém pensaria nisso. Logo minha foto abraçada com meus pais apareceu no papel de parede, quase chorei ao lembrar daquele dia, estávamos abraçados comemorando o aniversário da minha mãe no jardim de casa, Elizabeth Novaes não aceitaria um restaurante caro ou qualquer coisa parecida, sempre era uma simples festa no jardim entre familiares e amigos. Ela era incrível...
Tentei ignorar a saudade que se incrustou em meu peito e disquei o número de Tyler, um... dois... três toques, e finalmente no quarto toque ele atendeu.

- Tyler Watson, quem é? – Falou com a voz sonolenta engraçada. Fazia sentido já que eram 7:00 da manhã.

- O amor da sua vida, mais conhecida como Chloe Novaes. – Me ajeitei no banco de couro do carro e olhei pela janela sorrindo.

- CHLOE?! VOCÊ ESTÁ BEM? ONDE VOCÊ ESTÁ? – Gritou se embolando todo na outra linha, pude ouvir algo caindo e jurava que havia sido ele. Afastei o celular do ouvido e esperei Tyler se acalmar, afinal, ficar surda é algo que eu não queria.

Ares - Um Boxeador MafiosoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora