Capítulo 39

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Ares
Armas...

- Nós gostaríamos de algo para bebês, sapatos, roupinhas e... ангел¹, o que mais bebês usam? – Perguntei ao meu anjo, que não parava de encarar a atendente de uma forma bizarra, de maneira quase assustadora.

- Todo o resto? – Chloe respondeu com um pequeno sorriso de canto e me entregou Arthemis com certa cautela. Assim, até parecia que eu era um perigo. Tentei ajeitar o corpo da pequena para que ficasse ereta, o que só fez com que ela quase caísse de meus braços. É, eu devia começar a treinar como segurar um bebê. – Você vai derrubá-la se continuar assim.

- Está duvidando da minha capacidade? – Arqueei a sobrancelha, a desafiando, o que apenas resultou em uma gargalhada alta em resposta. – Não responda.

- Nem ousaria. – Se afastou sorrindo e distraída foi até uma espécie de prateleira de vidro em espiral que continha alguns poucos sapatos para bebês. Sinceramente? Eu não fazia a mínima ideia do que fazer em relação àqueles pequenos calçados que mal cabiam na palma da minha mão. – O que acha desse? – Me mostrou um par de feito de lã branca com detalhes em um dourado bem claro que devia ser confortáveis para recém-nascidos.

Com um movimento de cabeça concordei um pouco incerto, para mim estava perfeito ainda que minha mente dissesse que algo estava errado com aquele lugar, minha consciência me mandava ir para o mais longe dali e não sabia dizer o porquê.
Devia ir embora? Mas, afinal, não aconteceria nada, certo?
Dei uma olhada na boutique, caminhando com minha sobrinha enquanto meu filho já corria atrás da mãe para convencê-la que deveríamos comprar coisas para menino. Sorri ao vê-lo apontar para uma blusinha social de um tecido azul escuro como o fundo do mar e botões brancos.
Não havia mais ninguém no estabelecimento e podia imaginar o porquê, para Atena fazer compras naquele lugar o motivo era óbvio; tudo era mais caro do que deveria ser. Mas não podia negar a qualidade que as coisas ali tinham, minha irmã era extremamente detalhista quando se tratava de algo para Arthemis e não seria diferente em relação ao lugar em que comprava suas roupas.
Observei o lustre de cristal adornado com o que parecia ouro, combinava com os espelhos, pareciam usar a mesma tática que faziam nos elevadores; dar a ilusão de ótica do sendo maior do que realmente é, o que ajuda a algumas pessoas que têm claustrofobia, ou simplesmente serviam para que as pessoas vissem seus próprios reflexos, mas preferia acreditar na primeira opção.
Andei até algumas roupas que estavam penduradas, mas nada realmente chamava minha atenção, tudo aparentava ser feito para pequenos adultos e não crianças, até mesmo a mais simples blusa lembrava o que um empresário vestia.
Onde estavam as fantasias e roupinhas engraçadas que tanto nos faziam sorrir?
Já estava prestes a me virar para chamar Chloe quando senti uma mão em meu ombro, o apertando com as unhas vermelhas bem feitas e sabia que não era meu anjo. Meu corpo simplesmente travou, não conseguia sair do lugar e amaldiçoei todos os deuses que existiam, porque se algo acontecesse seria culpa deles.
Virei o rosto calmamente, sem demonstrar reação alguma.
Apenas seja frio e ela irá desistir, ou ao menos, esperava isso.
Pela primeira vez desde que entrei na boutique prestei atenção em seu rosto, procurando algo que pudesse me indicar o que ela queria. Nada.
O sorriso falso em seus lábios também avermelhados me enojava, os olhos castanho que tentavam mostrar uma inocência que não tinha chegavam a ser patéticos e as mãos que nem por um segundo saíram do lugar, como se estivessem pregadas no ar igual alguma boneca bizarra.

- Não...se afaste, Sr. Bellator. – Pediu num tom baixo, sua voz quase sussurrando as palavras enquanto tentava se aproximar de mim. – Eu o observei de longe durante muito tempo, quando esperava a Srta. Atena ou em suas lutas, a forma como tentava não aparecer tanto na mídia é... Esplendorosa, e admiro isso em você.

Ares - Um Boxeador MafiosoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora