Ares - Um Boxeador Mafioso

Capítulo 5

Ares
Ciúmes...

Quando me dei conta Atena já não estava mais lá. Pois sabia que o estava por vir, a minha ira.
Olhei para Chloe, que se encontrava de costas para mim, mostrando seu corpo espetacular, os fios dourados caíam em ondas até sua cintura. Ela estava irritada, e eu era o motivo disso.
Não podia mentir, a achava linda, até demais para sua própria segurança, e para a minha. Precisava fazer com que se apaixonasse por mim, que tivéssemos um filho... ou nunca teria minha vingança, e era apenas isso que me movia ultimamente, vingar meu irmão.
Ela não era como uma mulher comum, eu sabia que tudo que fazia era o que sentia, exatamente, tudo. Nossa convivência nunca daria certo, pois eu procuraria mil e uma razões para estar certo. Por algum motivo, eu sabia que nunca levantaria a mão para ela, não que eu houvesse feito isso antes, mas não era meu costume ter pena de inimigos, e por isso, eu não queria discutir ou qualquer coisa do tipo; pois essa conversa nunca iria para frente, e um dos principais motivos era por sermos como amor e ódio, totalmente distintos.
Ela limpou suas mãos em um pano e tentei sair da cozinha, mas a puxei pelo braço com cuidado, não podia vacilar e fazer com que me odeie, não enquanto não tenho o que quero.
A olhei fixamente, e bem mais calmo, seus olhos azuis tinham riscos verdes, e mudavam de cor variando entre essas, agora pareciam um céu triste, me senti culpado. Eu havia exagerado, com toda certeza.
Segurei seu rosto com o polegar, fazendo-a me encarar completamente. Reparei ainda mais em seus traços, seu rosto alegre, agora mostrava indiferença, mas podia notar algo a mais ali, podia ver uma fumaça imaginária saindo de sua cabeça com o tanto de coisas que estavam passando por sua mente — talvez se perguntando o que eu estava fazendo, coisa que nem mesmo sabia.
Pude ver uma pequena cicatriz no lábio rosado, o mesmo que eu havia beijado há poucas horas. Sua pele parecia porcelana, sem nenhum defeito, apenas aquela pequena cicatriz que a deixava ainda mais sexy.
Eu não devia estar pensando nessas coisas... não devia.
Em poucos minutos com ela eu já estava perdendo o foco de tudo, era minha vingança, e apenas isso.

- Não queria agir assim, apenas não quero que Arthemis se machuque, ela... ela já sofreu muito. – Falei sendo sincero, fazendo carinho com o polegar. Bipolaridade era algo que me definia...

Sempre achei fácil decifrar sentimentos, lidar com eles e tudo mais. Falavam que eu tinha o dom de saber o que os outros estavam sentindo, mas nesse momento, eu só sabia sentir a dor presente em seus olhos, ela estava quebrada por dentro, totalmente destroçada. Seria tão mais fácil se ela simplesmente fosse como todas as v4dias que eu conheci, podia a engravidar, esperar meu filho nascer, tomar tudo dela e a jogar na rua. Chloe tinha que ser assim, ou eu não saberia resistir aos seus encantos, e eles eram muitos. Desde que provei seus lábios não consegui pensar em mais nada, eu só queria mais e mais...

- Sinto muito, de verdade. – Ela encostou sua mão em meu peitoral, e pude sentir seus dedos delicados, mesmo por cima do terno preto. – Ela é uma ótima menininha, não merece nada de ruim.

- Ela é. – Concordei com um sorriso brincando em meus lábios, com uma expressão relaxada. – Quer sair para jantar?

Ela concordou olhando para o chão.
Meu sorriso se alargou e fomos até a porta. Atena estava no sofá e me deu uma piscadela. Assim parece que algo importante iria acontecer, mas eu sabia que não era o caso, não com Chloe como minha acompanhante.
Repousei minha mão em suas costas, senti seu perfume e descemos juntos, quase como um casal, e até poderíamos ser, isso se eu não estivesse planejando a engravidar e tirar seu filho para conseguir minha vingança e como consequência, aumentar ainda mais o poder da Bratva, coisa que eu só conseguiria com um filho nosso. É, eu era um monstro.
Fomos até a garagem, onde meu Porsche 550 Spyder preto estava estacionado — totalmente lustrado, um carro antigo e bonito, reformado e bem equipado. Tentei abrir a porta para Chloe, que apenas me ignorou e entrou sem falar uma palavra. Totalmente teimosa...