CAPITULO 1

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A parte mais chata do dia é acordar cedo com o maldito despertador. Minha verdadeira vontade era não sair da cama, mas a responsável aqui não consegue simplesmente ignorar o bendito toque do infeliz e continuar dormindo. Felizmente a tortura está acabando e o final do ano está chegando.

Assim como todos os dias, eu me levantei da cama e comecei a me arrumar para escola.

Como de costume diário meu pai apareceu na porta para me desejar bom dia.

- Olha se não é a minha filha favorita se arrumando?!

- Como se você tivesse outras... - Eu joguei um beijo no ar e ele o pegou e colocou a mão no peito, como se estivesse agarrando  meu beijo e o guardando.

"Ele é mesmo um bobão!" Pensei sacudindo a cabeça.

- Lana, lembra daquele acampamento que você sempre quis ir? - falou meu pai extremamente empolgado enquanto eu terminava de me arrumar- Aquele MPF..

- É Acampamento MFP pai. Se tá querendo me falar sobre as inscrições está meio atrasado, tenho certeza que elas já fecharam. - Disse prendendo o cabelo em um rabo de cavalo enquanto me olhava no espelho. - Não tem como não saber, todo mundo está falando sobre isso. Não tentei me inscrever desta vez.

Tudo o que eu não queria era me decepcionar mais uma vez, como todas as outras pessoas.  Já perdi as contas de quantas vezes vi pessoas se inscrevem e não serem chamadas. Até tentei no ano passado, e foi bem triste quando saíram os nomes e eu não achei o meu entre eles. "Frustrada" define bem como eu me senti naquele dia.

- Ah sim. - Ele murchou rapidamente. Vê-lo assim apertava o meu coração. Meu pai estava sempre torcendo por mim. Era como se eu fosse seu programa de TV favorito. - Então você não quer ir...

- Querer eu até quero pai, mas eu sei que meu nome não será sorteado. Então... - Eu disse com toda sinceridade do meu coração, dando de ombros e pegando a minha mochila.

- Ótimo! Então você não vai ficar chateada comigo quando eu contar que eu te escrevi e você foi sorteada. - Ele deu aquele sorriso lindo que só meu pai, que mais parece um galã de novela, sabe dar.

- Como é que é? - Eu parei em frente dele, um tanto estática. Não sabia como reagir. 

"Quem saberia?"

- Foi isso mesmo que você ouviu querida. Você foi sorteada para ir ao acampamento.

Envolvi meu pai em um super abraço.

- Não consigo acreditar! - Estava eufórica com a notícia.

- Agora vai, se não irá se atrasar para escola. - Ele beija minha testa.

- Obrigada por ter feito isso por mim pai. Muito obrigada mesmo! - Dei um último abraço antes de Tess, minha melhor amiga, buzinar em frente à minha casa.

- Sua carona chegou lagartinha. Não esquece de pegar alguma coisa pra comer antes de ir.

- Pai! Já lhe pedi para não me chamar assim! - Eu reclamei descendo as escadas ignorando a parte que ele me mandava comer. - Só espero que não me chame assim em público. Te amo pai, até a noite, bom trabalho!

Bati a porta da frente antes que Tess recomeçasse sua sinfonia através da buzina de seu fusquinha restaurado, que mais parecia uma joaninha graças a nova pintura. A parte boa de ter uma amiga que acabara de fazer dezoito anos e ganhara um protótipo de carro, era que ela me carregava junto para onde ia.

- Bom dia Tess. - Me sentei no banco do carona com o maior sorriso do mundo estampado no rosto.

- Bom dia lagartinha! Que sorriso todo é esse? - Ela perguntou me vendo colocar o cinto.

ACAMPAMENTO MFP | CONCLUÍDA |Where stories live. Discover now