ACAMPAMENTO MFP | CONCLUÍDA |

CAPITULO 85

- Bom dia Laguna, está na hora. Se arruma que precisamos ir. - Emma alisava meus cabelos gentilmente tentando me acordar, sentada na lateral da cama do quarto de Adriel. 

Noite passada trocamos de casa. Eu vim ficar com a Emma e ele ficou com meu pai em seu novo quarto a partir de hoje. "Ou de ontem..." Foi noite da despedida de solteiro(a). Aqui fizemos quase uma festa do pijama. Muito brigadeiro, muita batata frita com direito a hambúrguer e cebola empanada. E claro que não podia faltar a maratona clássica de filmes sobre casamento. Não foi uma despedida de solteiro convencional, mas eu definitivamente amei. Principalmente a hora do sorvete com biscoito e do meu amado pudim. 

Emma apagou um pouco depois da meia noite. Coloquei pause no filme e conduzi minha madrasta meio sonolenta até seu futuro, antigo, quarto. Deixei ela aconchegada em sua cama e corri pra sala terminar. Fui dormir lá pras três horas da manhã e estou me arrependendo seriamente por isso. 

- Ai.... - minha voz sai arrastada. - Queria tanto dormir só mais um pouquinho.

- Se fizer isso chegaremos atrasada pra nossa reserva. Sei que está cansada, mas precisamos ir. 

- Tem razão. - Levanto ainda preguiçosa. - Onde estão minhas roupas mesmo? - Pergunto a mim mesmo por conta da sonolência que ainda me domina. 

- Em cima da cadeira. - Emma responde rindo. - Te espero lá em baixo. 

Tomei um banho para despertar e me arrumei o mais rápido que eu pude para nosso tão esperado dia de princesa, que passou como um foguete. Em um piscar de olhos estávamos diante do espelho de cabelo feito e maquiagem pronta. Estava na hora de irmos para igreja e lá estávamos nós olhando uma para outra.

- Você está lindíssima Laguna, como eu já disse várias vezes você está se tornando uma mulher deslumbrante. Tanto pelo caráter como nesse seu jeitinho de Branca de neve 2.0. 

- Obrigada, - respondo um tanto sem jeito. - Você também está maravilhosa. 

- O que você tem? Sua carinha não me engana. - Ela se sentou e me indicou a poltrona para que eu fizesse o mesmo. - Pode falar, ainda temos tempo, o motorista ainda não chegou.

- Nada não, só refletindo.

- Está pensando nele. 

- Na verdade, estava pensando em você e no papai. - Hoje não é dia de falar no Douglas. - Como se apaixonaram?

- Me apaixonar por seu pai foi muito fácil, agora como Henrique se apaixonou por mim é um mistério. Ele é um cara incrível. Fiquei noites e noites travando comigo mesma uma luta braçal. Tentava esquece-lo constantemente porque ele não era pra mim. 

- O que te fez desistir de lutar? - Perguntei a olhando dentro dos seus olhos lindamente marcados pela maquiagem.

- Eu decidi ser feliz e que se dane o resto. - Emma da de ombros e sorri pra mim tentando me confortar de forma sutil. 

- Eu penso muito nele ainda. - Não me aguento. Não dá pra continuar a guardar essas dúvidas só pra mim, sempre sem respostas. - Seja sincera comigo. Acha que eu errei fazendo o que eu fiz?

Ela suspira e depois de segundos que parecem eternidades ela finalmente fala.

- Olha, eu acho que você estava com medo e deixou que isso controlasse suas escolhas.

- Acha que fui covarde? - Pergunto mordendo o interior da bochecha para não estragar o batom.

- Eu queria poder dizer que não, mas você pediu para eu ser sincera, então sim. Você foi um pouco covarde, mas ele aceitou sua decisão. Não fez nada sozinha. - Ela pega minha mão e acaricia suavemente enxergando minha alma, ao olhar em meus olhos. - As vezes eu queria poder enforcá-lo, e olha que acontece com frequência. Infelizmente eu sei que não seria certo, da minha parte, dizer pra você esquecê-lo. Tenho que me lembrar disso todas as vezes que nos deixa ver o quanto está sofrendo.