ACAMPAMENTO MFP | CONCLUÍDA |

CAPITULO 27

- Eu tenho que ir Lana, nos vemos mais tarde? - Perguntou Douglas se levantando.

Assenti com a cabeça e ele se despediu com um sorriso, fiz o mesmo em resposta.

Levei meu prato até o balcão e também sai do refeitório. Fui andando até a ponte. Faz um tempinho que não venho apreciar essa beleza natural.

"Tenho que parar de cortar a cabeça dessa hidra, antes que seja tarde de mais para mim."  Pensei ouvindo o rio correr.

Depois de um tempo olhando aquelas águas cristalinas que passavam debaixo da ponte dei meia volta e encontrei Érico saindo do refeitório. Ele simplesmente ignorou todas as vezes que eu o chamei, então segurei seu braço  para que ele virasse para mim.

- Por favor, ouça o que eu tenho a dizer antes de pensar mal de mim. - Já estava cansada de ficar o seguindo.

- Você tem cinco minutos. - Eu abri a boca chocada. - É o tempo antes do sinal, indicando o início da aula, tocar. - Ele explicou.

- Você sabe que o Adriel é meu amigo, certo? - Ele assentiu com um suspiro. - Quando você me chamou para ensaiar eu estava mesmo pensado em ir para o meu quarto e resolver o que eu precisava resolver, mas Adriel apareceu e me pediu um pouquinho do meu tempo. Eu não pude negar. Desde que o projeto começou tenho negligenciado nossa amizade. Eu devia aquilo a ele, só não esperava que o rumo dos acontecimentos seguiriam aquele curso. Eu fiquei tão surpresa quanto você com  aquele beijo, pode acreditar... - Disse entrelaçando minhas mãos na frente do corpo. - Bom isso era o que eu tinha para falar, mas você também não pode falar muito sobre o assunto, porque há um tempo atras você fez quase mesma coisa.

Ele ergueu os braços em defesa e simbolizou um zíper em frente à sua boca.

- E então tudo esclarecido entre nós? - Perguntei erguendo uma sobrancelha.

- Acho que sim.

- Acha? - Perguntei frustrada.

- Ah, Lana, pera lá! Assim você está exigindo demais desse pobre ser humano.

Revirei os olhos e o sinal tocou. Corri para pegar a minha mochila e depois segui para a sala. As aulas da manhã seguiram rápido e na hora do almoço estava a minha deixa.

- Adriel, eu preciso falar com você. - Disse ainda na sala quando todos estavam saindo.

Lila olhou para mim e depois para ele. Não sei se ela já soube do beijo, mas pela cara que ela se virou para nós, estou suspeitando que sim. Meu coração se partiu ao vê-la sair de cabeça baixa.

Adriel se aproximou, mas não falou nada. Ele parecia bastante ansioso. Talvez ele esteja pensando que a conversa é em relação ao pedido de namoro, e ele não estaria errado.

- Quero começar falando de ontem. O que foi aquilo? - Ele deu de ombros e sorriu de lado. Peguei minha mochila e lhe tirei o livro que ele me deu. - Achei linda a dedicatória que sua mãe deixou, mas não posso ficar com ele e nem com aquela carta. 

Ele me olhou confuso. Sua boca abriu algumas vezes não emitindo som algum.

- Você é um garoto incrível, e as coisas que escreveu são lindas, não posso negar. Você é muito diferente de todos os garotos que conheci, e isso não é ruim, é até muito bom. Você estava certo naquela carta carta ao dizer que ela foi precipitada. Por mais que eu goste muito com você, não posso ser sua namorada. Não estou pronta para isso e também não sou a garota certa para você. Se você abrir bem os olhos verá que ela está bem diante de você, mas ela não sou eu. Desculpa Vlogueirinho, mas precisava ser sincera com você, e comigo também.

Deixei um beijo em sua bochecha e sai o deixando ali sozinho. Acho que não tem como ele interpretar isso errado. 

Fui para o refeitório direto e me sentei ao lado da Lila. Ela me olhou de relance e lhe ofereci um sorriso amigável.

- Precisamos conversar depois da aula. Se importa se me acompanhar até a biblioteca mais tarde?

- Não, tudo bem... - Ela parecia um pouco receosa e quase não comia nada.

- Você está bem Lila? - Perguntei passando a mão em suas costas.

- Acho que a tpm está chegando. Nada de mais.

Fingi que acreditei e foquei na minha comida. Eu sabia que ela estava chateada. Eu conseguia ver por trás de toda aquele jeito independente que ela tem.

- E ai, preparada para saber o resultado? - Perguntei tentando deixar o clima mais leve ali.

- Você acha que eles já terminaram de corrigir? - Ela perguntou se votando pra mim.

- Não sei, mas estou tão ansiosa que, quanto antes as notas forem anunciadas, melhor.

- Espero que consigamos ficar entre os melhores. Mesmo vocês sendo nossos rivais gostei muito da apresentação que vocês fizeram em sala. Não duvido que vocês vão arrebentar no palco.

- Eu também não tenho dúvidas de que a sua também estará no ranking, e entraremos em uma disputa acirrada.

Eu vi um sorriso em seu rosto. Acho que ficaremos bem, quando tudo for esclarecido. Assim que deu a hora estávamos novamente em sala. Tenho uma leve intuição de que todos estão ansiosos pela notícia.

- Boa tarde meus queridos alunos. Tenho que dizer, estou impressionada com as obras de artes que andei lendo. Infelizmente nem todos os grupos terão sua abra escolhida. Se eu pudesse escolheria todas, mas não posso.

Todos nós estávamos apreensivos e a cada palavra que saia de sua boca ficávamos mais nervosos.

- Nós precisaremos de um pouco mais de tempo para decidir os finalistas. Tenham paciência, a disputa já está apertada.

Um "Aah" foi ouvido pela sala. O resultado não viria hoje.

- "Interagir é saber conduzir o bem em pró de si mesmo." Fernando Lapolli. Quero que pensem bem nesta frase, para escrever uma carta. Faremos uma pequena cápsula do tempo, mas que não será de tanto tempo como o habitual visto por aí. Suas cartas ficarão guardadas até dezembro na época da grande festa de formatura. Vocês são livres para escrever, afinal a carta é para vocês. Contudo, o desafio não é só este, vocês escreverão mais duas cartas além desta. Uma para a pessoa mais próxima que tem aqui, e uma para quem vocês querem estar o mais distante possível.

Ela deu os papéis em que escreveríamos as cartas e os envelopes pardos.

"Que droga é essa, a semana das cartas?"
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1057 palavras

Capítulo novo!!!!
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