CAPITULO 2

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O dia correu como todos os outros. Eu e Tess fomos até sua casa e depois que fizemos todas as lições e estudamos para as últimas provas do ano, começamos uma maratona de séries. Apenas Tuco estava em casa, um dos três irmãos de Tess, mas ele é tão gente boa que nem ligava para o que fazíamos.

- Quando você vai começar a arrumar as suas coisas para o acampamento? - Minha melhor amiga perguntou se levantando para pegar mais pipoca na cozinha.

- Ainda não pensei em nada disso. É tudo muito novo. Ainda não consigo acreditar que é verdade. - Eu disse com um sorriso bobo no rosto. - Até hoje de manhã eu estava apenas pensando no vestibular.

- Não nos veremos com tanta frequência... Você vai ter que me prometer que não vai esquecer da amiga aqui. - Ela voltou com o pote cheio e dois copos de refrigerante na bandeja.

- Vamos com calma, o ano ainda nem acabou e já está tentando se livrar de mim? - Digo brincado.

- Quem me dera...

- Só de pensar que meu maior sonho se tornou realidade até fico meio absorta.

- Você voltou a ler o dicionario antes de dormir? - Tess perguntou fazendo careta.

- Está tão na cara assim? - Dei um meio sorriso.

- Lana, absorta? - Ela me olhou debochada.

- Tá, peguei pesado desta vez. - Falei antes de encher a boca de pipoca.

Meu celular apitou ao receber uma mensagem do meu pai dizendo que estava me esperando do lado de fora.

- Amiga, preciso ir, meu Velho tá lá fora. - Eu disse me levantado e pegando mais uma mãozada de pipoca e virando o copo de refrigerante goela abaixo.

- Já falei que de velho ele não tem nada. Amanhã vai ter round dois?

- Claro. Acha mesmo que vai se livrar de mim assim tão fácil?

- Eu me livrar de você? Quem é mesmo que vai ficar quase um ano presa em um acampamento sem falar com os amigos mesmo? Ah é... Você cabeção. - Ela jogou um beijo no ar e eu sai.

Lá estava meu pai batucando os dedos no volante tocando sua bateria imaginária. Eu abri a porta e ele se assustou com o movimento me fazendo cair na gargalhada.

- E ai? O que vamos comer hoje? Caseira, ou fast food? - Perguntou ele quando se recuperou.

- Fast food com toda certeza do planeta. - Eu disse já imaginado aquela pizza.

- Pode ser pizza, lagartinha? - Meu pai perguntou prestando atenção no trânsito.

- Pai! já disse que não tenho mais sete anos para me chamar assim...

-Desculpa querida. É mais forte que eu. E ai Pizza?

- Pizza. - Eu disse suspirando.

- Então tem vitamina antes de dormir, fechado? - Perguntou ele me olhando sério.

- Com todas as letras. Pai eu já entendi a regra tá. Quando é caseira comemos sorvete quando é fast food bebemos vitamina.

- Desculpa querida, esse velho aqui tem muita coisa na cabeça. As vezes até esqueço que você não é mais minha bonequinha.

- Vou interpretar isso como um elogio. - Eu disse olhando pela janela escondendo meu sorriso fujão.

- Vamos parar, comprar a pizza e depois vamos para casa. Tudo bem querida?

- Sim pai. Tudo bem.

- Contou para a Tess e para o Mateus sobre o acampamento? - Ele perguntou com o sorriso maior do que a cara.

ACAMPAMENTO MFP | CONCLUÍDA |Where stories live. Discover now