CAPITULO 52

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- Hanna, Hamna. Se você quer que ele convide você precisa se mostrar um pouco mais propensa a aceitá-lo. - Falei escolhendo meu lugar e elas se sentaram nas carteiras ao meu lado. - Ele gosta de você, mas ninguém é de ferro. Hugo resistiu até mais do que acreditamos que faria. Se não quiser perdê-lo é bom jogar um charminho, nem que seja bem discreto.

"Laguna, voce dando conselhos amorosos a alguém? Em planeta nós estamos?" Meu subconsciente me lembra, e acabo rindo sozinha fazendo as duas me olharem sem entender. Adriel chega de fininho, rouba um beijo curto e tímido de Lila, e depois se senta perto de nós. Posso ser a felicidade dos dois e isso é tão bonito de se ver. "Quem diria que uma semana faria isso aos dois. "

- Não sabia que já estavam nesse nível. - Hamanna fala balançando as sobrancelhas para os dois. - Então o namoro é oficial? - Lila olhou para o Vlogueirinho e assentiu com a cabeça tentando conter um sorriso tímido.

- Meus parabéns. - Falei sentindo uma pontada de inveja da felicidade deles. Eles são tão naturais juntos que me fez pensar se tenho realmente um sentimento como o deles.

- Pelo amor, né, Lana. Eles só começaram a namorar não estão se casando. - Apenas Hamanna sendo Hamanna e achando minha reação super exagerada.

- Olha pra eles, já viu sentimento mais puro? Ele estão muito felizes, e se merecem. São perfeito um para o outro. Por que não parabeniza-los por encontrar e formar algo tão lindo. Olha, quando eu crescer quero ser igual a vocês. - digo piscando em tom de brincadeira, mas acreditando fielmente naquelas palavras.

- Ué Lana, mas você já tem namorado. - Hanna protestou e eu dei de ombros, mas no fundo eu pensava apenas que talvez meu sentimento não fosse tão genuíno como o daqueles dois.

- Ter eu tenho, - Falei mordendo os lábios e um meio sorriso. - mas é o Érico meninas. Convenhamos a maior parte do nosso namoro a mais status do que qualquer outra coisa. Eu disse pegando meu material para não demonstrar muito como aquele me abalava.

O sinal finalmente tocou para minha salvação. Não queria continuar com aquela conversa. O professor chegou e logo começou a escrever no quadro a frase " Lembre-se, o hoje é o amanhã com que ontem você se preocupava." de Dala Carnegie. Feito isso e dando um pequeno tempo para que copiássemos começou a dizer o que aquelas palavras representavam.

- Vocês precisam pensar no futuro que está a frente, mas é olhando para o passado que se encontrarão o sentido de suas vidas. Reflitam sobre isso. O próximo trabalho será em cima disso. Vocês sabem que algumas coisas mudaram por aqui então se esforcem e façam o melhor que puderem, mas não porque estarão sendo avaliados e sim porque precisam descobrir o que vocês realmente esperam de si mesmo. - O professor bebeu um pouco d'Água e prosseguiu. - Façam uma lista e em cima dela farão uma apresentação criativa para os outros alunos.  Nela vocês evidenciarão qual eram os seus medos até ontem, e quais eram seus sonhos. Nesse momento não queremos que pensem no futuro, e sim no passado tão presente que nem é visto como um passado. As apresentações serão feitas aqui em sala e mais uma vez digo, queremos algo novo, criativo. Providenciarei o material necessário para cada um, só me passem o que vão querer. As apresentações ocorrerão durante a semana que vem e se encerrarão na sexta. As apresentações não ocorrerão em ordem prevista. Os nomes serão sorteados na hora, então estejam prontos. - Ele bebeu mais um pouco de água. - Outra coisa, vocês são muitos e todos serão ouvido então por favor, as apresentações não podem ser longas. E pra finalizar.

"Ótimo!" Pensei revirando os olhos. Peguei um papel e minha lapiseira, torcendo para que eles trabalhassem sozinhos, mas eles não o fizeram. "Quais são os eram seus medos laguna?" Perguntei a mim mesma e uma pequena lista surgiu em minha cabeça, comecei a escrevê-los para não esquecer. Já era um bom começo.

Quando a aula terminou eu não tinha feito nada muito completo, mas eu também não queria pensar em mais nada que relacionasse sonhos ou medos. Ainda faltava um tempinho pra o jantar então fui para o meu quarto sendo acompanhada por um Érico mudo e insistente. Ele ficou na porta esperando que eu o chamasse para entrar. Cansei de aceitar no pedido em seus olhos pensando que ele faria diferente e me decepcionar no final.

- Não adianta me olhar assim. Você sempre quer ir mais longe do que eu posso. Por que não respeita meu limites? - perguntei cruzando os braços, depois de ter pendurado a mochila. Uma hora todo o balão explode e minha paciência não duraria muito mais.

- Me desculpe meu amor, mas você me deixa louco.

- Isso não é desculpa Érico. Por que é tão difícil pra você me respeitar? - Trinco o maxilar para não falar demais. Sempre terá coisas que ele não entende e nem irá entender. O silêncio as vezes é a melhor saída.

- Ah linda, você sabe que eu me esforço.

- Erico, não tente me convencer de algo que nem você acredita. Sabe muito bem que não se esforça, fica até muito irritado quando eu o mando embora. Saiba que a partir de agora não vai mais poder entrar aqui.

- Como assim? - Ele pergunta começando mostrar sua irritação.

- Eu te avisei ontem. Você não me ouviu. Agora com licença eu vou estudar. - fechei a porta o olhando nos olhos.

Ver como ele ficou irritado só me deixou ainda mais chateada. Separei meu caderno, meu estojo e parti em direção à biblioteca. Quando sai do quarto ele não estava mais lá. " Ainda bem" pensei segundo em frente sem olhar para trás. Enquanto caminhava perdida em pensamentos, principalmente sobre minha conversa com Érico esbarrei em alguém. Virei para o lado e ouvi Marília murmurar um pedido de desculpa seguindo em frente. Fiquei chocada. Não estava entendo mais nada. "Será que atravessei o armário e vim parar em um mundo paralelo?" Eu nao conseguia acreditar. "Marília pediu mesmo desculpas?" Só pode ser brincadeira "Foi isso mesmo que aconteceu?"

Segui meu caminho ainda mais confusa com a vida. Estava chateada por sempre ouvi-lo, acreditar nele e no fim me decepcionar. Talvez meu pai tivesse mesmo razão em não gostar de Érico. Sentei em minha mesa de sempre e comecei a escrever tudo o que estava pensando. Palavra por palavra, letra por letra. Uma folha em branco e uma caneta, era tudo o que eu precisava. As fazes desabafar com uma folha em branco poder ser restaurador. E jogar tudo para o infinito e além... Bom era exatamente o que eu queria.

- Toc. Toc. Toc... Posso me sentar aqui? - Douglas perguntou já se sentando antes mesmo de eu responder. - Vi você vindo pra cá e vim o mais rápido que pude. Sua cara te denuncia. Sua testa está dizendo que quer conversar.

- Você sempre está por perto quando eu realmente preciso. Como posso agradecê-lo por isso? - Pergunto fechando o caderno e guardando a caneta.

- Com a palavra obrigada é um bom começo. - Ele brinca. - Tudo bem, tudo bem. Resposta ruim entendi. - Ele falou quando olhei torto para ele. - Vamos, me conte o que se passa aí dentro?

- Muitas incertezas. Com toda certeza. - Eu ri do meu próprio trocadilho idiota.

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1226 palavras

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