CAPITILO 58

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- O que há com você, posso saber? - Ele perguntou percebendo meu silêncio.

- Eu lhe pergunto a mesma coisa. - falei ainda seguindo em frente. Estávamos no meio do caminho.

- Do que você está falando, Lana? - Ele segurou meu braço um pouco confuso.

- Nada demais. - Dei de ombros. - Quando estiver disposto a confiar em mim a gente conversa. - Joguei de uma vez olhando dentro dos seus olhos. Queria ver qual seria sua reação. Eu estava com raiva da vida e estava descontando em todo mundo, mas aquilo não estava me importando muito no momento. Minha mágoa com ele batia um pouco mais forte.

- Lana, porque está dizendo isso? Eu confio em você, e pensei que você soubesse disso... Não estou entendendo onde quer chegar... - Eu via a confusão em seus olhos.

- Não, você não confia. - soltei com um forte suspiro. - Você pode até achar que sim, Dg, mas no fundo você não confia... Você sempre quer que eu conte tudo o que acontece comigo, mas quando é minha vez de perguntar você não me responde.

Um brilho passou por seus olhos.

- Está falando sobre ontem? - Ele perguntou com as sobrancelhas arqueadas. Não precisei responder. - Lana, você é uma criatura fantástica que precisa ser estudada. - Ele riu pelo nariz e eu franzi a testa com sua nova reação. - Você acha que eu não confio em você porque eu não te contei o que estava me incomodando ontem? Lana, eu te contei sobre minha família...

- Você fez isso pra mudar o foco da conversa. Não tente me enganar. - cruzei os braços na frente do corpo, cravando meus pés no chão. Não sairíamos dali até que todos os "is" ganhassem seus pontos.

- Lana, eu não falei sobre a minha família só porque eu queria mudar de assunto... Confesso que eu enrolei um pouco. Eu estava pensando, tentando encontrar as palavras que você queria escutar, mas não pense que eu não confio em você, ter me aberto e falado sobre minha família é prova disso.

Nenhuma palavra saia da minha boca, eu ainda estava processando as suas.

- Você ainda quer saber não é? - Ele perguntou e eu assenti com a cabeça. - Você quer saber primeiro o que estava me chateando ou o porquê que eu não te falei? - Ele riu passando as costas dos dedos em minha bochecha. - Você vai ver que não tinha motivo pra desconfiar da minha confiança em você, só preciso que me prometa que não vai me olhar diferente quando eu contar.

- Eu prometo. - Respondi com meu coração batendo a mil. Suas mãos encontraram seus bolsos e ele olhou para baixo.

- Eu estava com vergonha, não quis te falar porque o motivo era você, Lana. É que me dá um ódio... - Ele tentou não demonstrar, mas eu o vi trincar os dentes. - ... ouvir o que esse bando de palermas fala ao seu respeito, e eu não posso fazer nada. Você não sabe como me irrita estar com as mãos atadas... Eu juro que se isso não fosse afetar nós dois eu acertaria as contar com aquele idiota. - minha boca abriu em um "o" perfeito. - Por favor, você prometeu que não me olharia diferente... É só que me dói ver o que ele fez com você.

Pisquei algumas vezes para que minha visão focasse novamente. Meus braços estavam em seus ombros e meu rosto escondido em seu pescoço o apertando firme em meu abraço. Douglas demorou meio segundo para corresponder, apertando seus braços ao redor da minha cintura.

- Obrigada por se importar. - falei com o rosto ainda escondido na dobra do seu pescoço. Ele afrouxou seus braços e eu percebi que já estava ali a tempo demais. - Obrigada, mesmo, mas não se preocupe ok? Logo eles vão me esquecer. E eu não me importo...

ACAMPAMENTO MFP | CONCLUÍDA |Where stories live. Discover now