ᴇʟᴇᴠᴇɴ ᴛʜɪɴɢs ɪ ʜᴀᴛᴇ ᴀʙᴏᴜᴛ ᴜ|ʜᴇᴀᴛʜ ʟᴇᴅɢᴇʀ

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Ao entrar na sala, sentei no meu lugar ao fundo

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Ao entrar na sala, sentei no meu lugar ao fundo. Era perto da estante onde os professores colocavam coisas e projetos que ninguém nunca mais iria usar. Normalmente eu gosto de arrancar bolinhas de isopor de maquetes velhas e jogar no cabelo do meu namorado qual senta na minha frente.

Ficamos cinco dias sem nos ver por conta do feriado, conselho de classe e fim de semana. Eu estou tão brava com ele por sequer me dar notícias!

Heath entrou na sala após o professor de filosofia, Bill. Ele sentou na minha frente em silêncio.

—— Quem quer começar? Voluntários?—— O professor sentou na ponta da mesa.—— Ninguém? Vamos lá pessoal!

Ele falava sobre a redação que nos mandou fazer e apresentar para a turma. O tema era totalmente livre, o que era bom. Eu tinha vários rodeando minha cabeça. “O que eu estou fazendo da minha vida?” ou talvez “O melhor porre dos meus dezoito”, “Será mesmo que o meu passado me condena?”, “Homens, o que fazer quando se quer matá-los?”

—— Senhorita Sn! Que bom que nos deu a honra!

Fui até a frente de todos. Pelo canto dos olhos consegui ver Heath pegar uma caneta escrever algo.

—— Minha redação se chama onze coisas que eu odeio em você. Eu odeio você. Alguns o chamam de metido, imbecil e egocêntrico. Outros o chamam de idiota e otário. Eu concordo plenamente. Pra mim ele é tudo isso. Eu não suporto seu jeito mandão, quando você quer que os outros te obedeçam. Eu odeio o modo como você fala comigo e como mexe no cabelo. Eu odeio quando você fuma, você faz isso pra me provocar. As pessoas dizem que nós não deveríamos estar juntos e eu penso: será? Eu odeio como você consegue ler minha mente e saber em que estou pensando. Você sabe muito bem me persuadir, isso eu nunca vou poder negar. Poderia ser o meu anjo, mas preferiu ser o meu diabo. Eu odeio quando está sempre certo e joga isso na minha cara. Eu odeio quando mente. Você tem uma facilidade tão grande em mentir que as pessoas não acreditariam. Odeio quando você me faz rir e odeio quando me faz chorar. Eu odeio quando não está por perto e o fato de não me ligar. Eu poderia ficar aqui até amanhã só citando tudo o que eu odeio em você. Mais que tudo, eu odeio quando me olha com esses olhos como se soubesse todos os meus pecados. Eu odeio principalmente não conseguir te odiar nem por um segundo sequer. Eu sei que pareço uma dramática mas você é perfeito porque é em sua própria forma tão danificado quanto eu.

Concluí, minha boca seca. Não percebi que estava chorando até sentir as lágrimas salgadas molhando meus lábios. Exitei alguns segundos em levantar a cabeça e quando fiz, todos me olhavam em silêncio. Ele sorria. Eu segui para o meu lugar e todos bateram palmas.

—— E agora, quem...—— O professor mal terminou de falar e Heath já estava indo até ele.—— Ledger?

—— É, eu sei que é estranho.—— Uma onda de risos preencheu a sala.—— O meu trabalho se chama Dez coisas que eu amo em você. Eu sei que não sou perfeito, aliás ninguém é. Quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Sei que odeia as coisas que faço e eu me odeio por te fazer sofrer. Eu minto, sim, desculpe, mas aqui está a verdade sobre a verdade. Ela dói então nós mentimos. Eu amo o jeito que você sorri com os olhos. Eu amo a sua paciência pra me aguentar. Eu amo te beijar. É incrível e eu amo quando você me beija. Odeio quando sai e me deixa falando sozinho, mas amo quando se arrepende cinco segundos depois e volta pra me ouvir. Deveríamos tentar manter isso simples, mas o amor nunca é simples. Eu amo sua risada, é escandalosa e parece uma chaleira. Eu amo seu espírito infantil. Eu amo quando beija meu pescoço e me bate. Eu amo quando usa minhas roupas. E eu amo muito mais poder tê-la ao meu lado. Eu te amo.

Heath voltou para o seu lugar. Eu mantinha minha cabeça pendida para o lado, chorando baixinho.

—— Eu amo você, Sn.—— Ele soprou baixinho. Um sorriso de canto de boca formou em meus lábios.

—— Eu te odeio, Heath.

Ele sabia que aquele eu te odeio, era, apesar de tudo, a minha forma de dizer que também o amava.

Ele sabia que aquele eu te odeio, era, apesar de tudo, a minha forma de dizer que também o amava

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