IMAGINES 2

ɴᴜɴʙᴇʀ ғᴏᴜʀ[𝟷/𝟸]|ɢʀᴀɴᴛ ɢᴜsᴛɪɴ

—— Você tem certeza disso?—— A garota perguntou. Estava desconfortável. Seu irmão postiço assentiu animado. Ela pôde ouvir a plateia gritar animada com a próxima atração: ela.

—— Com toda certeza! Tá ouvindo isso? Eles te amam!

—— Eles não me conhecem, nunca me viram. Pode ser perigoso.

—— Com vocês, nossa nova atração principal!—— O apresentador gritou e Sn percebeu que não tinha mais saída. Ela tinha que impressionar!—— Sn, garota da telecinese!

A  platéia foi a loucura. Nervosa, Sn sorriu e ajeitou seu uniforme de assistente de palco. Elevou as mãos ao ar e entrou no circo.

Ela seguiu até o centro do palco, o holofote a seguiu até parar. Sn reverenciou o público antes de começar sua apresentação. Um som de suspense ocoou no fundo enquanto caminhava até uma mesa de facas. No outro lado, presa a um alvo, havia uma assistente de palco vestida sensualmente.

Todos ficaram tensos.

Câmeras gravavam tudo, o show era transmitido ao país todo. Não é todo dia que alguém diz ter telecinésia, não é mesmo? Todos estavam curiosos.

Sem mexer um músculo sequer, Sn olhou fixamente para a faca de açougueiro que levitou no ar. Olhos se arregalaram e wow, oh, nossa foram ouvidos da platéia.

Aquilo era mesmo real? Como ela conseguiu? Aposto que é um truque!

Sn se concentrou o bastante para um segundo depois a faca atingir um centímetro ao lado da cabeça de sua assistente que mesmo apavorada, sorria. Gritos animados ocoaram no enorme circo. Sn sorriu após um suspiro pesado. Eles gostam de mim.

—— Aquilo foi incrível!—— Após o show, seu irmão bateu palmas. Malandro e picareta. Essas eram as definições corretas para o rapaz loiro de olhos azuis.—— Se continuar assim, ficaremos ricos!

—— Não acho certo fazer isso. Só porque nasci com esse poder, não quer dizer que eu tenha de me exibir!

—— Daqui a pouco você será igual o Capitão América! Um símbolo!

—— Mas eu sou real, ele é uma ficção! Já pensou se o governo tenta me matar?

—— Isso não irá acontecer, você é muito mais poderosa que eles.

—— Você é um-- —— Ela iria xingar mas apenas bufou com raiva e o empurrou. Sem falar nada, se afastou e foi embora dalí.

Sn nasceu com a telecinésia. Sua mãe morreu no seu parto, então seu pai casou com Doris, mãe de Joe, dois anos mais velho que ela. Seu pai morreu em um acidente de trabalho quando a garota não havia completado nem quatorze anos.

Doris entrou em depressão e um ano depois do falecimento de seu marido, morreu de síndrome do coração partido. Ficaram apenas ela e Joe no mundo. Ficar com seu irmão postiço era a única opção para a menina que nada sabia sobre o mundo.

Até agora.

O mundo é um lugar terrível e cruel. Qualquer sinal de alegria, ele destrói.

Sabia que exibir seu poder poderia não ser tão legal quanto Joe costuma falar. Eles não estavam em um filme, era real e ela tinha medo do mundo.

Já passavam das duas da manhã quando Sn resolveu voltar pra casa. Sua casa ficava no fim de uma rua sem saída num bairro do subúrbio de Chicago. A iluminação era péssima e o que salvava da escuridão total era a luz da lua.

Andava em direção dela quando um barulho de explosão soou e uma chama forte iluminar a rua. Uma quentura subiu no local e a ela teve que recuar, o braço tapando o rosto.

Seus olhos se arregalaram ao ver um garoto sair do meio do fogo e andar até ela. Sua casa havia explodido! Ele usava óculos escuros e desfilava para fora das chamas.

—— Porra!—— Sn gritou apavorada assim que todo aquele efeito de filme havia passado.

O garoto parou em sua frente. Com uma calma questionável, tirou os óculos revelando seus olhos. Ele sorriu e estendeu a mão:

—— E aí?