23 ▪i just felt the wrong things 4 u ▪

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[C O N T I N U A]

"Você acabou de mentir direto na minha cara?" Jimin perguntou e eu olhei-o.

"Não." Eu neguei, sem entender, sem me lembrar. "Claro que não."

"Quem é ele, então?" Cruzou os braços, com o cenho franzido para Yugyeom.

"Quem é você?" Yugyeom questionou, direto como sempre. Depois suspirou, descendo alguns degraus. "Eu não tenho tempo para isto, Jungkook. O meu vôo é em algumas horas."

"O quê?!" Eu exclamei, abismado.

"Por isso que me mandou mensagem?" Jimin, do outro lado.

"Não, eu não sabia." Tentei explicar, mas no mesmo segundo...

"Quem é ele, Guk?" Yugyeom estava tão triste e eu não queria aquilo, não queria que ele visse aquilo e se sentisse assim. Tinha vindo por mim e aquela era a minha resposta? "Porque não me disse?"

Eu tentei! Tentei?

"Eu vou embora." Jimin foi rápido a virar costas, mas puxei o seu braço.

"Não é o que está a pensar!" Eu gritei, agitado. Ele arregalou o olhar e largou-se de mim. Não fora a minha melhor frase, admitia.

"Eu estou a mais?"

"Não!" Gritei igualmente para Yugyeom.

Como isso tinha acontecido? Como tinha parado ali?

Eu precisava de respirar. Ar. Ar. Ar.

"Jungkook..." Jimin murmurou, completamente impaciente. "Estou a começar a ficar irritado."

Obrigado por dizer, Jimin.

Eu tinha que fazer uma escolha?

Eu não podia fazer isso com Yugyeom! Eu não podia fazer isso comigo!

Eu virei-me para ele, mas segurei o pulso do Park para que este não se fosse embora sem a minha supervisão.

"Você vai mesmo embora hoje? Agora?" Perguntei, incerto.

Yugyeom desceu as escadas até mim, tocando o meu rosto e era completamente estranho porque Jimin ainda estava atrás de mim, eu ainda o segurava.

"Porque você fez isso comigo?" Yugyeom perguntava, lagrimas se formando no canto dos seus olhos.

"Yug... Você não me deixou..." Eu cocei os cabelos.

Ele estava em estado de choque, tão magoado e eu entendia. Jimin largou a minha mão, mas senti-o agarrar o tecido da minha camisola, como se ele entendesse aquilo também.

"Foi bom te conhecer, Gukk." Ele sorriu, mesmo assim bonito. "Eu só senti as coisas erradas por você." Ele murmurou no meu ouvido, abraçando o meu pescoço brevemente demais para depois beijar a minha bochecha e passar por mim e por Jimin em silêncio, fechando até a porta.

Estava doendo tanto nele como em mim? Ou pior?

Acho que se tornou fácil para Jimin entender que aquele era um momento difícil para mim, pois quando me sentei no final das escadas de minha casa, que agora parecia muito mais fria, ele se sentou do meu lado, me abraçando e aconchegado no seu peito pequeno.

Ele deveria estar irritado, mas ao invés ele estava me tratando com compaixão.

Eu era só uma criança indefesa e de certeza que ainda não tinha vivido o suficiente para saber lidar com aquela ligação.

"Para onde ele vai?" Jimin perguntou, fungando, distraído.

"Para longe." Eu murmurei. "Tão longe."

Jimin moveu-se, fazendo-me olha-lo, ainda com o queixo no seu ombro, enquanto ele segurava a minha face.

"Você não vai vê-lo de novo?"

Eu até poderia achar que aquela era uma pergunta referente ao nosso envolvimento, mas não soava como tal. E não era.

Eu neguei com a cabeça para então ele voltar a abraçar-me com mais força e mais carinho.

"Desculpe por ter vindo no momento errado."

Eu afeguei mais a cabeça no seu peito, enlaçando a sua cintura com os meus braços.

Você veio no momento certo, Jimin.

Ele tinha o seu maxilar em cima da minha nuca, as pernas abertas e dobradas, com os pés acentes dois degraus abaixo, enquanto nos abraçavamos de forma tão desajeitada.

Ele encostou os lábios a minha nuca, me fazendo querer morrer ali.

"Você quer sair daqui?" Ele murmurou, e talvez fosse estranho porque estávamos em minha casa, mas não concretamente em nenhuma divisão. Eu demorei a responder. "Está tudo bem se não quiser. Ou se quiser que eu vá."

Eu apertei-o mais, como uma negação segura porque eu não queria que ele fosse.

Fique, Jimin. Me salve dos meus demônios.

"Me deixe ouvir a sua voz, Kookie." Ele pediu, a sua mão subindo para os meus cabelos e fazendo cafuné nos mesmos.

Ainda inerte e sem me mexer, disse:

"Obrigado."

Um sorriso dele abriu-se contra a minha pele, quando ele parou de mover a mão e ficou com ela em meio aos meus fios de cabelo. Então ele beijou-me, beijou-me a nuca e voltou à posição anterior.

Nós ficamos ali por algum tempo, mas eu nunca tivera muita noção da quantidade. Eventualmente a minha coluna desesperou-se, assim como o resto dos meus ossos, e assim que o fiz a voz da minha mãe soou nos meus ouvidos.

"Está tudo bem, Jungkook?"

Eu olhei-a no cimo das escadas, enquanto Jimin baixava o rosto, sentindo-se intruso.

"Yugyeom foi... embora." Eu expliquei.

"Eu sei, querido. Ele foi se despedir." Ela disse-me, sorridente com a memória.

Ela acabou por sair quando eu não tive resposta, mas como eu não tinha descanso algum, Jimin levantou-se, puxando o capuz sobre os seus cabelos.

"Acho que eu devia ir agora." Ele murmurou, colocando as mãos no bolso do moletom.

Eu estava me levantando quando ele já estava abrindo a porta, me olhando por cima do ombro e sorrindo antes de sair e caminhar pela calçada.

Com pouco entusiasmo, ou pressa, ou qualquer outra coisa, eu subi para o meu quarto, onde o meu coração acelerou ao perceber que Yugyeom tinha deixado uma memória, como se alguma vez eu me fosse esquecer dele.

cornetto [jikook]Where stories live. Discover now