61 ▪ admire ▪

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vcs viram a nova discrição de cornetto? vocês acham que encaixa?

eu sou tão ruim com descrição asndejwgfu

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Admitir que aquela nunca seria a minha melhor faceta não era difícil. Porque não era. Olhe para mim. 

Olhe para mim, o adolescente inconsequente que até esse fim de manhã não se lembrava que ainda devia aos seus pais explicações, mas que, por sorte, tinha um amigo do caralho. 

Mas, olhe para mim, quando eu digo que estou me sentindo perdido. 

E o sol bateu de tal forma contra o meu rosto que eu achei que fosse castigo. Eu quase quis avisar Jimin para não sair daquele estúdio, porque se a luz me afetava a mim, que tinha uma ressaca mínima, imagine a ele. 

Mas eu não o fiz, porque depois de o momento passado, e me chame todos os nomes ruins que você quiser, eu ainda sentia raiva. 

E não era por eu não aceitar a vida que Jimin levava, mesmo que devesse ser, porque drogas não estavam na lista de coisas que eu sequer reconsiderava não achar totalmente e apenas ruim. 

Era porque nós tínhamos feito aquilo, no contexto que fora, no contexto que era, de como tinha sido bom. 

Mas não entenda mal, porque fora da melhor forma de sempre. Fora de forma única e genuína, mas não apagava tudo o que tínhamos para trás, pois não? 

Eu via bem as coisas, achava que sim, porque eu sabia que Jimin estava certo em uma coisa. Eu o considerava meu e ele não era. 

Então eu sentia ciume de algo que não era meu, de todo. Eu sentia ciume de algo que não queria ser meu. 

E não entenda errado de novo, porque meu é apenas a forma de expressar o quanto eu quero Jimin só para mim, sem amiguinhos beijando a sua pele, sem amiguinhos beijando a sua boca, sem mais ninguém o tocando que não fosse eu, não daquela forma que eu e você sabemos. 

E era por isso que eu sentia raiva. Porque eu sabia que aquilo não ia mudar nada do que estava para trás. 

Nós transamos, foi bom, foi do melhor, mas para Jimin era apenas isso. 

E era ruim. Ponto. Me irritava, me deixava puto com a vida.

Devia ser notável na minha cara quando eu adentrei o restaurante, apressado, puxando o fone dos ouvidos, porque no caminho de volta ouvir os ruídos da cidade não estava dando mais. 

''Onde você andou?'' A minha mãe foi rápida a deixar a cozinha, enquanto eu olhava em volta e procurava Yugyeom. ''Quando a gente acordou em ficar com Yugyeom, não era para você se tornar irresponsável desse jeito, Jungkook.'' 

''Está tudo bem.'' Eu murmurei, baixando-me perante ela e beijando-lhe a face. ''Cadê ele?'' 

''Você não engana ninguém, menino Jeon.'' Ela resmungou, aproximando as mãos do colarinho da minha blusa e puxando-o para baixo com a ponta do dedo. E eu deixei, sem me importar muito, respirando fundo quando percebi que ela dera um sorriso de canto, me encarando depois com a feição séria. ''Sabia que você não tinha ido no Taehyung.'' 

Eu sacudi os ombros. 

''E Yugyeom?'' Eu questionei, sem confirmar ou desmentir, olhando-a e vendo-a negar a cabeça. 

Pelo menos ela sabia que Taehyung nunca marcaria a minha pele daquele modo. 

''Não chega no menino com essa cara, não!'' Ela exclamou, atingindo o meu ombro com o pano de cozinha. ''Mesmo depois de você deixar ele pendurado, ele estava radiante para te ver.'' 

''Eu também estou.'' Eu declarei, e era verdade, só não estava demonstrando. 

Ela voltou a negar com a cabeça, olhando para cima, indicando-me que ele estava em nossa casa. 

Então eu sorri, antes de voltar a abraçá-la e sair dali, tentando, pelo caminho, colocar um sorriso mais eficaz.  

E quando eu entrei no meu quarto, menos de um minuto depois, eu vi Yugyeom de costas, sentado na minha cama, virado para a janela, com os pés bem assentes no chão, com auriculares nos ouvidos, a música alta, os dedos batucando no joelho ao ritmo da música. 

Então eu me joguei de alma na cama, abraçando as suas costas, bagunçando o seu cabelo. 

''Yug!'' Eu acabei gritando, vendo o seu celular, com o fone conectado, no chão, que ele mesmo deixara cair com o susto. 

''Jungkook!'' Ele acabou exclamando, se virando para mim e me abraçando de volta, deixando-me sentir-me confortável nos seus braços. 

E dali em diante foram longos minutos ouvindo Yugyeom contando sobre como sua viagem tinha sido, sobre como ele não estava chateado pela minha demora, como ele tinha de tratar de tantas coisas na faculdade que ingressaria, sobre todo o tipo de coisa. 

E eu sentia-me fascinado só de ouvi-lo falar, porque admirar Yugyeom nunca deixaria de ser confortável, nunca deixaria de ser uma saída tão fácil. Ouvir Yugyeom, observá-lo, era como esquecer o mundo à minha volta, era como esquecer todos os problemas... Porque era tão bonito. 

Mas eu irei lhe contar a verdade... Apenas porque você está me observando, a mim. 

Admirar Yugyeom era uma saída fácil para qualquer pensamento ruim, mas daquela vez, vê-lo gesticular, sorrir, rir, fazer expressões estranhas, ver os seus lábios se movendo com pressa, porque aparentemente havia tanta coisa para eu ouvir, não soou nem soube a saída de fácil acesso. 

Ouvir Yugyeom, admirá-lo, soou como uma tentativa rasca e falhada, tão falhada. 

Porque... Entenda, e me chame todos os nomes ruins mais uma vez... Mas eu não sabia quando eu veria Park Jimin outra vez, por ocasião do destino. 

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cornetto [jikook]Where stories live. Discover now