cornetto [jikook]

42 ▪ wake up ▪

Descobrir que Park Jimin era uma pessoa matinal, que acordava de forma risonha e com aparente felicidade estampada em seu rosto, fora uma boa forma de iniciar o dia... Se eu fosse uma pessoa matinal também. Mas eu não era!

No entanto, vamos salientar que qualquer pessoa que acorde ao lado de Jimin deve, automaticamente, tornar-se a melhor pessoa matinal de sempre, explodindo foguetes, porque era isso que eu estava fazendo. 

Dormir com ele em uma cama não tinha nada de diferente do que quando dormíamos no sofá do seu loft, porque ele continuava em cima de mim, nós continuávamos apertados um no outro e ainda era bom. Apenas com a peculiaridade de que Jimin dormia sem calças, mexendo as suas pernas nuas contra as minhas coxas e me deixando um pouco quanto muito louco. 

Enquanto descíamos para a cozinha, porque Taehyung tinha gritado para dentro do nosso quarto para nos levantarmos, Jimin estava empoleirado nas minhas costas, balançado as suas pernas do lado da minha cintura, agarrando-se em meus ombros e bufando para os meus cabelos. 

E na cozinha ele saltou para o chão, selando a minha bochecha, quase como um agradecimento, logo ocupando as suas mãos, buscando alimentos pelos armários para os colocar na mesa, assim como todos faziam, à excepção de mim e Kim Namjoon, que devia ser novo convidado, assim como eu. 

O sono atingiu-me rápido, porque na noite anterior tínhamos esgotado as nossas energias junto do lago, ficando acordados até tarde, todos juntos, fazendo bobeiras típicas de adolescentes. 

''E aí, Kookie?!'' Taehyung praticamente atacou o meu ombro, batendo-lhe e gritando em meu ouvido, logo rindo em seguida quando me viu atordoado. Eu revirei o olhar para ele, de novo com o meu mau humor natural (devido à hora matinal). ''Jesus Cristo!'' 

Eu puxei uma cadeira, sentando-me à mesa, pousando o cotovelo contra ela e espalmando a mão na minha cara, quase com os olhos fechados. As duas cadeiras do meu lado foram arrastadas, e de um lado haviam cabelos vermelhos, e do outro os loirinhos. 

Jimin apoiou a mão no meu joelho, enquanto se chegava para mais perto da mesa, puxando uma taça de cerejas para perto de nós, empurrando-a depois para mim. 

Eu sorri de lado, porque não havia como eu ser mal humorado com ele, pegando uma das frutas e levando-a para a boca, mastigando com preguiça. 

E por longos minutos, enquanto eles falavam sobre alguns detalhes sobre a grande festa dessa noite, Jimin estava se alimentando, e enfiando cerejas na minha boca ocasionalmente, nem olhando para o que fazia enquanto, naturalmente, ouvia o que os amigos diziam, acenando quando a sua opinião era requisitada. 

Como eu me sentia não interessava muito até ali, porque o coração batendo rápido contra o meu peito já era um costume quando eu estava perto do baixinho. Então foi fácil lidar quando ele apertou a minha coxa, com o polegar perto da minha virilha, e juntou os seus lábios aos meus, sem chamar muito a atenção para nós, dizendo-me para acordar. 

Mas... E se eu estivesse sonhando? 

''Acorde, caralho.'' Taehyung disse, batendo na minha nuca. 

Olhe só. Um anjinho de um lado e um diabo chato do outro. 

Eu me endireitei, com a mão do mais velho dos dois deixando a minha perna, ajeitando-se melhor na cadeira e rindo. 

''Estou acordado.'' Eu murmurei, olhando os outros e sorrindo torto. 

E eu podia dizer que já sentia mais um pouco de liberdade em ser eu mesmo perto deles, porque era como Jimin dizia... Eles não eram más pessoas. 

''Agora que a sua cara já está laroca outra vez você pode ir comigo comprar bebida.'' Taehyung disse-me, mas eu apenas suspirei. 

''Você acha que vendem bebida para Jungkook?'' Jimin provocou, sorrindo de canto com os dentes à mostra. 

Taehyung gargalhou, assim como os restantes. 

''Ou para você?'' Ele acrescentou e então o ruivo fechou a cara. 

''Engraçadão, Park Jimin.'' 

''Com muito gosto.'' Um pouco convencido ele esticou-se sobre a mesa, levantando o corpo da cadeira para alcançar um pacote de bolacha do outro lado da mesa. 

Então, Kim Taehyung, com o corpo maior, fez o mesmo e alcançou-o primeiro, troçando obviamente do baixinho. O pacote de bolachas foi jogado contra o meu peito com brusquidão. 

''Passa isso para o seu elfo, por favor.''