77 ▪ college ▪

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Jimin e eu estávamos cada um do lado da sua avó, enquanto ela prometia meter um filme interessante na televisão.

E, sentados no sofá com ela no nosso meio, Jimin passava o braço curto por trás das costas da avó, alcançando os meus cabelos e brincando com eles em segredo.

Éramos fora da lei.

Mas era óbvio que nós queríamos mais, que estar tão perto mas tão longe não estava dando para nós. Mas mesmo assim nos sujeitamos àquilo, no início achando graça, mas agora...

"Esse DVD, credo!" Ela exclamou, espalmando uma mão contra o meu joelho e a outra contra o de Jimin, se levantando então com o impulso que dera. "O seu avô é que sabia funcionar com essas coisas!" Ela resmungava, já a caminho para fora da sala e Jimin riu.

E ela continuou a resmungar, a voz deixando de se ouvir gradualmente, e eu olhei Jimin, esperando algo completamente tresloucado da sua parte, mas ele não fez nada, agora com os dois braços sobre a barriga.

Mas eu sorri, me fingindo inabalável e me movendo para mais perto dele, pousando a mão na sua coxa e a outra tocando o seu queixo, virando a sua cara para mim.

"Não vai me beijar um pouquinho?" Eu murmurei, já selando os seus lábios e deixando o meu nariz no seu, apertando a sua coxa de leve enquanto encostavamos nossos lábios mais uma vez. "Eu estou fingindo ser seu namorado, afinal." Eu joguei, movendo o polegar perto da sua virilha de forma carinhosa, de um lado para o outro, sorrindo quando ele se apressou a me beijar, sem querer conversar sobre aquilo.

"Queria poder te dar mais." Ele resmungou, subindo a mão para segurar o meu queixo enquanto me beijava mais, melhor, com mais contacto.

"Não precisa." Eu resmunguei de volta, entre murmúrios, apertando a sua coxa de novo, o ouvindo soltar um murmúrio baixinho contra a minha boca. "As coisas entre nós não são assim."

Você já está me dando tudo, Jimin.

E as coisas entre nós não são por meios de pagamento, não é só uma troca de favores.

"Eu sei." Respondeu, me prendendo com mais segurança, tentando se virar na minha direção, mas eu segurei ainda mais a sua perna no lugar, rindo.

"Vovó deve estar vindo." Eu anunciei, mesmo sem saber.

"Namorados beijam." Ele retrucou, como se fosse um argumento muito sério, e eu gargalhei, deslizando a minha mão para mais longe de sua virilha, na direção do seu joelho.

"Namorados se amam." Eu o respondi, até perceber o que havia saído da minha boca, completamente explícito na sua expressão, com a boca entreaberta e as sobrancelhas e olhar confuso.

Então nós dois começamos a ouvir os resmungos da voz fina mais uma vez, e eu me afastei pouco, sem tirar a mão dele, porque seria uma má ideia agora, mas mal a mulher entrou no cômodo, Jimin apertou a minha mão e a tirou dali.

"Jungkook, querido, eu tenho a certeza que você estava mais para lá." Ela insinuou, gesticulando para o outro lado do sofá, e nervoso e envergonhado eu me movi para mais longe de Jimin, vendo como ela riu ao se sentar entre nós mais uma vez. "Seu avô quem comprou essa coisa velha." Ela lá continuou com os seus resmungos sobre o dvd e Jimin quis se intrometer a certo ponto, mas a avó acabou o batendo com o controle e dizendo que não precisava de ajuda alguma.

Tudo aquilo para colocar o filme sobre uma mulher que vivia com muitos gatos e acaba encontrando o amor.

Felizmente a tarde não ficou por ali, porque ela acabou adormecendo e Jimin bateu no meu ombro, me fazendo sinal para eu me levantar em silêncio.

Em passinhos de bebê e com os movimentos todos planeados, eu e Jimin conseguimos sair do sofá sem acordar a mulher, depois da sala até ao corredor dos quartos e banheiro, onde eu o segurei e ele riu baixinho, se virando para mim e me pedindo silêncio, mesmo enquanto ele dava risadinhas baixas.

Wow, éramos mesmo fora da lei.

"Quer conhecer o meu quarto?" Ele murmurou, já brincando com o seu nariz no meu, os braços em volta do meu pescoço, sorrindo logo após selar os nossos lábios.

"Seu quarto?" Eu murmurei, confuso, e ele acenou, caminhando para trás sem me largar.

"Sim." Ele acenou, e parecendo conhecer o caminho como a palma das suas mãos Jimin se empurrou para trás, pousando a mão na maçaneta comprida atrás da sua bunda e a pressionando para baixo, logo empurrando a porta com o corpo e me puxando.

E enquanto ia deixando os meus lábios daquela forma lenta e gostosa, eu fui abrindo os olhos, curioso por conhecer o lugar onde um Jimin de dezessete anos aparentemente viveu.

"Viveu aqui?" Eu quis me certificar, me afastando dele sem notar, encarando a estante longa e alta na parede.

"No último ano do Colégio." Ele disse e foi quando eu decidi prestar mais atenção.

O quarto em si era amarelo pastel, mas a cor das paredes não era muito visível, afinal, em uma tinha a estante que quase a preenchia por inteiro, na outra a cama com algumas coisas coladas na parede, e as outras duas eram onde a janela estava, com cortinas brancas e listras azuis, e a última a porta, ao lado um bengaleiro alto.

A estante foi o que mais me chamou à atenção, porque Jimin tinha alguns livros de comics, outros de literatura, muito poucos, provavelmente da escola, e uma quantidade generosa de troféus estatais da modalidade dança. Mas o que eu encarei pelo máximo tempo que eu pude foram as fotografias.

Ele não estava muito diferente, não tinha crescido muito de dois anos para cá, se calhar estava um pouco mais magro agora. Mas o curioso era que nenhuma daquelas fotografias eram de Jimin com a família. Todas eram com amigos, algumas ele tinha os cabelos coloridos de laranja, outras de preto e muito poucas de um cinzento quase lilás.

Nenhuma de cabelo loiro, o que significava que nenhuma era recente o suficiente.

"Terminou?" Ele resmungou, impaciente, jogando o seu corpo contra as minhas costas, abraçando-me o pescoço e ficando nas pontas dos pés para alcançar o meu ombro e pousar o queixo em cima do mesmo.

"Porque você viveu aqui?" Eu perguntei, segurando os seus braços enquanto me virava para ele e segurava a sua cintura perto, o seu corpo contra mim. "O colégio era perto?"

Ele negou, e eu entreabri os lábios para responder, mesmo sem saber o quê, mas no segundo seguinte, assim que ele se apercebeu, me empurrou, e as minhas costas bateram na estante na medida em que os seus lábios tocaram os meus e ele riu baixinho pela sua maldade.

Eu percebo que você não queira se entregar, Jimin, só não percebo porque você não quer se entregar a mim, que trataria tão bem de você.

♤♡♤

Estou em época de exame, me desculpe a demora 😓


cornetto [jikook]Where stories live. Discover now