25 ▪i know other thing i'm getting addicted ▪

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Talvez quando a minha mãe me deixou sozinho para cuidar do restaurante por apenas uma hora ela não fosse achar que naquela quinta feira o estabelecimento iria encher.

Então, talvez, quando ela voltou, ela tenha ficado bastante surpresa por em um espaço de uma hora todas as mesas estarem ocupadas e incrivelmente tudo no seu rumo normal, sem atrasos, com um empregado novo.

Eu não sabia como explicar-lhe que eu tivera que ceder à insistência do Park para que me ajudasse, mas foi fácil ver a sua reação de choque ao ver o garoto com um pano sobre os ombros e o corpo dobrado sobre o balcão, cortando mais legumes para as saladas.

Eu estava do lado dele, tratando de colocar tudo no devido lugar e mantendo o espaço limpo.

"Jungkook?" Ela chamou, ao entrar dentro do balcão e pousando sacolas em cima do mesmo.

"Omma." Eu reagi de imediato e os dois nos viramos para ela. "Você conhece Jimin."

Eu tentei sorrir em aviso, para que ela não me denunciasse ali.

"Sim, claro." Ela sorriu-lhe, pousando agora os seus pertences. "Vocês dois fizeram isso?" Ela olhou todas as mesas.

Eu acenei, orgulhoso do nosso trabalho de equipa.

Não esperei que no final das horas de almoço, enquanto eu e Jimin nos sentavamos ao balcão, área mais ocupada durante horas vagas, que ela viesse ter connosco mais uma vez.

"Eu acho que vou contratar você." Ela disse, claramente apontado para Jimin, que sorria envergonhado. "Os clientes adoraram a sua comida!"

Ele escondeu o rosto nas mãos, envergonhado.

A minha mãe supunha muito bem que não tinha sido eu a tratar das refeições e eu queria rir-me disso.

"Vá." Ela deu uma gargalhada relaxada, vendo o estado do mais velho. "Eu vou liberar você, Jungkook." Ela piscou o olho para mim e eu apenas fiz uma careta, pois ela estava agindo como cupido, um cupido estranho.

Eu deixei o banco no mesmo segundo, aproveitando a minha única chance, pegando então na cintura de Jimin e fazendo-o deslizar pelo banco facilmente, colocando-o então no chão e puxando-o para fora.

"Vem, eu te devo um almoço." Eu disse, acelerando o passo já no passeio.

Ele gargalhou, usando as suas mãos para me empurrar e encostar contra a própria porta de minha cara. Subiu em seus pés, me encarando por breves segundos.

"Me deve bem mais do que isso."

Foi o que ele disse antes de juntar os nossos lábios.

Ele manipulava-me com tanta facilidade que chegava a ser inacreditável, mas tinha-me onde e como quisesse.

Eu definitivamente não sabia qual era o rumo daquele envolvimento, mas eu não me importava que ele me beijasse, eu queria que ele me beijasse.

Eu gostava da maneira como ele era sempre delicado e me tocava com carinho enquanto os nossos lábios se fundiam e confundiam.

Quando ele me deixou, para enfiar as mãos nos bolsos e rir, dizendo que "não ficamos por aqui", para então caminhar e me deixar caminhar ao seu lado.

"Você quer ir para o estúdio?"

Aquele convite era irrecusável para mim, então, tentando não parecer tão entusiasmado, eu apenas acenei, forçando a minha memória a lembrar-se do caminho.

Sem esperar, o percurso era bem mais curto do que tinha em julgamento, tanto que nem deu para conversarmos, pois Jimin passara o caminho no celular, encomendando comida para nós dois.

Dessa vez havia um zelador nos corredores, com o qual Jimin parecia ser mais próximo do que um simples desconhecido.

Então eu decidi usar os novos dotes recém descobertos pela minha coragem.

"Você conhece... o senhor?" Eu questionei, passando as mãos nas calças enquanto ele fechava a porta.

"É uma história engraçada." Ele comentou. "Quando eu aluguei o espaço eu continuava esquecendo a chave. É um senhor bastante humilde, e na verdade o senhorio."

Eu entendia facilmente o que o impressionava no homem: o seu carácter.

Eu acabei deixando o meu corpo cair no sofá dele, logo o vendo sorrir ao lembrar de algo.

"Deveríamos repetir o episódio chocolate!" Ele exclamou, logo se aproximando da caixinha de chocolates em cima do balcão e a trazendo consigo enquanto se aproximava. "Eu tenho novos." Ele comentou.

Eu via no seu sorriso infantil uma saída tão fácil, uma escapatória.

De algum modo eu acabei segurando as suas costas em susto, pois o mesmo praticamente se jogara no meu colo, para então ficar de lado e avaliar todos os novos doces de cacau divididos em cores.

Eu olhava as suas mãos indecisas tentando escolher um sabor quando ele me chamou.

"Jungkook." E eu olhei-o. Ele pressionou o doce contra os meus lábios, sorrindo quando eu me vi obrigado a abrir os mesmos.

Talvez comer chocolates antes do almoço não fosse a melhor ideia...

Ele acabou colocando um outro chocolate na própria boca, sem se conter.

"Você é viciado?" Eu supus, gargalhando baixinho por ter a resposta bem à frente dos meus olhos.

Mas ele negou.

"Antes nisso que noutra coisa qualquer, não é?" Ele desafiou.

"Depende." Eu respondi.

Ele passou-me a mão pela face da cara com tanto cuidado e carinho, mas ao mesmo tempo o toque dele era sempre tão eletrizante. E ele gostava de agarrar os cabelos da minha nuca, eu sabia-o e ele não escondia. Foi o que fez em seguida, com o olhar ainda preso no meu. Depois encostou as nossas testas e fechou os olhos.

"Eu sei de outra coisa que eu estou ficando viciado." Ele sussurrou, respirando contra a minha boca para depois tocar os nossos narizes na troca de um beijo à esquimó.

As coisas aqueceram dali em diante.

O nosso ósculo simples tornou-se em algo mais vibrante, mais íntimo. Levou-me para uma dimensão nova, um todo novo. Mordeu-me os lábios e sugou a minha língua. Segurou o fecho do meu casaco, virou-se ligeiramente. Quando se apoiou nos seus joelhos só pude puxar-lhe uma perna, para que ficasse com uma de cada lado do meu corpo. Fiz o seu quadril chocar-se contra mim, mas não houve problema algum pois logo a seguir voltou a ocupar o meu colo.

Eu sempre fora respeitador, nunca descera as mãos daquela cintura, mas, ali, eu soube que eu podia.

As minhas palmas encontraram as suas coxas exercitadas para depois as apertar, quando, no mesmo segundo, ele afastou a sua boca para olhar o teto em deleite. Era bom saber que os meus toques tinham algum efeito. Ao fazê-lo entregou-me o seu pescoço que me soube também adocicar com a minha saliva e lábios.

Eu sabia que seríamos interrompidos em algum momento, eu só não achei que fosse ser pelo meu telemóvel ao invés do entregador de pizzas.

cornetto [jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora