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[C O N T I N U A]

Quando eu fui capaz, ou autorizado, a olhar Jimin bem no fundo dos seus olhos, eu pude perceber que nada do que ele dissesse naquela noite poderia alguma vez valer alguma coisa para mim. 

Então eu fiquei de cócoras ao seu lado, sendo obrigado a pousar uma mão no chão para me equilibrar e fechar os olhos com força, fazendo pressão, para que eu não voltasse a ter aquela visão fisgada e emburrada, mantendo em mente que eu precisava tirar Jimin dali. 

''Vem para casa.'' Eu pedi, com a fala lenta, sem o tocar, ou sequer tentar mais uma vez. ''Eu te levo.'' 

Jimin desviou o olhar das próprias mãos para mim, cerrando o olhar, recostando a cabeça ainda mais, para que conseguisse me ver, agora que estava quase deitado no chão. 

''Você não tem sabor de ketchup, Jungkookie.'' 

''E você não tem sabor de maionese.'' Eu resmunguei, segurando o braço dele e puxando-o para cima. ''Vem.'' 

Jimin apenas ficou sentado, não me permitindo puxá-lo mais, olhando-me de sobrancelha erguida, com a melhor cara de desentendimento, que mesmo que eu estivesse chateado eu não podia deixar de a achar a mais querida do mundo. 

''Maionese?'' Ele perguntou e eu vi a sua mão se mover para o meu ombro, apertando-o, e depois ele subiu para agarrar os cabelos da minha nunca, aproximando-se de mim. ''Você está bem, Jungkook?'' Ele sussurrou, como se fosse o maior segredo, como se fosse a pergunta mais séria do mundo. 

Eu neguei com a cabeça subtilmente e Jimin subiu em seus joelhos de forma instantânea, deixando o corpo vir contra o meu enquanto me abraçava. 

E não saía da minha cabeça que eu precisava de tirar ele dali antes que o quer que fosse que ele tivesse consumido fizesse efeito, que eu precisava de levá-lo para casa e não me aproveitar da situação, esquecer que eu estava fodidamente irritado com as suas atitudes.

Foi isso que me moveu a levantar-me num ápice, trazendo Jimin no movimento, ouvindo-o resmungar logo, porque seria um reflexo se levantar e não larga-me, e eu acabei o puxando, segurando os seus braços para que não se jogasse no chão mais uma vez. 

''Por favor, vem.'' Eu pedi, olhando-o, apelando ao lado racional dele, porque enquanto ele me olhava sobre aquela pouca luz parecia que eu estava vendo o Jimin sóbrio que eu queria e não o sobre o efeito de álcool. 

''Você não está chateado comigo, baby?'' Ele perguntou e relutante eu neguei com a cabeça. ''Vai ficar e conversar comigo?'' 

''Se vier para casa agora.'' Eu arrisquei, sem pensar muito se eu cumpriria ou não a minha palavra. 

Jimin rapidamente segurou a minha mão e me puxou, fazendo-me dar um solavanco para a frente, girar, ficar virado para a porta. 

''E vai me dar a sua jaqueta?'' Ele perguntou, se virando, e eu parei de andar, o fazendo parar também, olhando-me em espera da minha resposta. 

''Você quer o meu casaco?'' Eu murmurei, desconexo. ''Você está com frio?'' 

''Não.'' Ele sacudiu os ombros, despreocupado, enfiando uma mão no bolso da calça, logo me estendendo uma chave de automóvel pendurada na ponta do dedo. ''E podemos ir no meu carro porque eu sei que você não tem.''

Eu segurei a chave, mesmo sabendo que eu não podia conduzir ainda, pelo menos não legalmente, olhando-o estranho. 

''O que está fazendo?'' Eu perguntei, como se fosse possível ele não saber aquilo, como se ele pudesse estar tão doido a ponto de esquecer aquilo. 

cornetto [jikook]Where stories live. Discover now