Catorze

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Quando temos de tomar escolhas, há uma ferramenta que usamos uma e outra vez que é a comparação. Quando dizes ao teu cérebro para fazer comparações, ele irá fazê-las, mesmo que não haja nada com o que comparar. Irá buscar momentos parecidos com os que estás a viver para arranjar algo que te ajude a escolher. Isto prova que estamos pouco cientes das razões por que escolhemos o que escolhemos. Uma má escolha pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso, felicidade ou tristeza. Quanto maior for o número de escolhas mais aberta fica a porta para o arrependimento. No entanto, isso não quer dizer que vamos sempre falhar ou sempre errar só porque não sabemos o que fazer da nossa vida. É imperativo para o nosso êxito que estejamos preparados para tomar más decisões. São as más escolhas que nos permitiu parar para pensar o que estamos a fazer de errado para chegar à solução de tudo.

∞ ∞ ∞

26 de Outubro de 2013

Emma Reed

Já alguma vez te perguntaste o que uma decisão poderia mudar no teu futuro? Se tivesses escolhido um caminho em dez do outro. Se tivesses ficado com uma pessoa em vez da outra. Se tivesses te focado numa opinião e não na outra. E, após esses pensamentos, já te perguntaste se tudo correria igual? Se corria melhor ou pior do que aquela escolha que fizeste?

E se tudo acabar mal? Esta é a questão que passa na mente de toda gente quando tem de decidir algo. Se eu me deixasse envolver ainda mais, pode acabar mal. Se algum dia o destino não nos permitir ficar juntos, eu iria cair e demoraria a levantar-me.

"E se tudo acabar mal?" Era o que a minha cabeça pensava constantemente. Esta pergunta fervilhou dentro de mim durante os últimos meses, mas neste momento, está a crescer cada vez mais. Será certo sentir isto? Será correto arriscar a nossa amizade por algo que pode ou não correr bem? E se tudo acabar mal? A pergunta voltava uma e outra vez.

E se a pessoa que mais gosto desaparece? E se ele se for, sem aviso prévio? Eu não iria aguentar perder alguém de novo. Não aguentaria ficar sem ele.

Mas e se tudo correr bem? Vou deixar estes sentimentos de parte só porque não quero arriscar? E se ao arriscar correr tudo bem? Mas e se correr mal?

"Posso?" A porta do meu quarto abre-se e vejo a cabeça do Brian entre a mesma. Sorriu por ver a sua presença aqui.

"Sim, claro." Respondi. Já me encontrava vestida e com um banho quente tomado. Estava à espera dele e da irmã quando decidi vir para o meu quarto pensar no que havia passado durante este dia.

Ele aproxima-se de mim, sentando-se na ponta da cama, observando-me. "Está tudo bem?" Perguntou com alguma incerteza.

"Sim." Respondi ao fim de algum tempo. "Quer dizer, não sei." Olho para ele e vejo um pequeno sorriso a dançar na sua boca. Talvez porque lhe finalmente respondi a verdade àquela pergunta.

"Queres falar?"

"Vamos fazer um acordo em primeiro lugar." Propus.

"Ok, continua." Concordou com a cabeça.

"Vais responder com a verdade e sempre com a verdade a todas as perguntas que eu te fizer. Prometes?"

"Prometo se fizeres o mesmo."

"Sim, prometo." Respondi. Como é que eu vou fazer as perguntas? Com palavras, claro, mas isto vai deixar-me nervosa. "Ok." Respirei fundo para tentar acalmar-me. "O beijo. Hum... Porque é que me beijaste?" A minha respiração estava pesada e estava a começar a sentir-me com calor. Não era isto que eu queria perguntar. Mas lá chegarei.

Evanescente (#1 Evanescente série)Onde histórias criam vida. Descubra agora