Vinte e Três

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Memórias. Pensamentos. Sentimentos. Emoções. Ideias. Tudo isto está gravado em pequenos compartimentos do cérebro. Ainda que a ciência tenham evoluído acentuadamente durante os últimos tempos, ainda não há qualquer aparelho que permita ler essas coisas da mente de outra pessoa. Não há como ler cérebros. As memórias não são viáveis. Os pensamentos podem mudar. Os sentimentos e emoções podem ser fingias. As ideias podem já ter sido pensadas. O cérebro é um pequeno grande músculo fundamental no funcionamento do ser humano. É um dos únicos músculos que vale a pena ser exercitado pois é onde reside a nossa biografia e factos sobre o mundo onde vivemos. Mas enquanto isso tudo dura, porque não aproveitar e sermos felizes? Porque um dia irá acabar e iremos sentir falta de tudo.

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【 4 de Novembro de 2013

Emma Reed

Os nossos passos eram sincronizados pelo caminho até a nossa casa. Como se fossemos uma só pessoa. O vento batia nas árvores fazendo-as balançar criando um som e ritmo relaxante. O sol espreitava por este a flora, abraçando-nos com o calor.

"Preciso de começar os nossos encontros o mais rápido possível!" A sua voz captou a minha atenção e imediatamente me fez sorrir.

"Não precisamos de encontros. Podes simplesmente me perguntar "Queres namorar comigo?" e eu respondo-te."

"Não. Nada disso, Eu quero fazer isto correctamente. Quero que te sintas especial."

"Tu és um parvo, sabes? Basicamente já namorámos, Brian. Vá lá. Apenas pergunta!"

"Não, senhorita Emma. Paciência é uma virtude!"

"Então, virtude é uma coisa que eu não tenho, definitivamente."

"Vamos a encontros e ponto final. Quando tivermos filhos e eles perguntarem como é que te pedi em namoro, como é que vais dizer? "Apenas pedi e pronto." Não, não pode ser assim. O nosso filho vai ter de aprender que para conquistar uma mulher tem de ser paciente e persistente, porque é a isso que o amor se resume. E a nossa filha irá aprender que ela deve ser tratada como uma rainha e com carinho pelo rapaz."

A sua voz enchia-se de orgulho e não me contive, por isso beijei-o com toda a força que tinha. Não queria saber se alguém visse e acha-se que eramos dois adolescentes com as hormonas aos saltos ou descarados. Os meus sentimentos por ele estão a ficar cada vez mais fortes e tenho medo do que possa acontecer. Mas neste momento, apenas o quero beijar com todo o desejo que tenho dentro de mim.

"Vou ter de falar mais vezes se for para me beijares assim." A sua falta de ar era igual à minha, obrigando-nos a respirar pesadamente. Dei-lhe com o cotovelo levemente. Quando ele se fingiu magoado, dei-lhe um beijo na cara, como se fosse sarar a sua dor fingida. Ele sorriu, o seu sorriso parvo de quem está verdadeiramente feliz. E eu, por incrível que pareça, sou a causa da sua felicidade.

"Então, como é que a tua irmã está?"

"Ela está muito melhor. Ao que parece foi apenas qualquer coisa que comeu que lhe fez mal. Nada de mais."

"Ainda bem." Depositou um beijo na minha têmpora e continuamos o nosso percurso.

Assim que chegamos ao nosso local de encontro de todas as manhãs, a figura da Madison aparece no nosso campo de vista.

À medida que nos aproximamos, reparo no seu estado: cabisbaixo, costas curvadas, cansada e desanimada, os seus olhos estavam mais escuros que o normal, a sua tez estava mais branca que o normal, as suas pálpebras mal se abriam, o seu enorme sorriso não estava presente na sua cara.

Evanescente (#1 Evanescente série)Место, где живут истории. Откройте их для себя