Vinte e Oito

1.5K 150 39
                                    

Eventualmente, tudo acabará por acabar. Ainda não há a poção da imortalidade para se viver para sempre, para durar para sempre. A tristeza acaba. A felicidade acaba. O amor acaba. A amizade acaba. O ser humano acaba. E, um dia, o planeta terra irá acabar também. A única coisa que podemos fazer é ter esperança. Esperança que um dia tudo vai correr bem. Esperança que um dia não iremos sofrer. Esperança que o amor será eterno - ou pelo menos até à morte. Esperança que quando a Terra explodir, nós já estarmos mais do que mortos. A esperança é a última a morrer, então vamos esperar que assim seja.

∞ ∞ ∞

【15 de Dezembro de 2013

『 Emma Reed

"Emma." O seu sussurro fez-me sorrir, coisa que não tenho feito ultimamente. "Eu sei que estás acordada. Acabaste de sorrir." Abri os olhos, vendo o seu castanho contra o meu Verde, brilhando com a luz que embate na sua cara.

"Por que é que estás a olhar assim para mim?" Voltei a fechar os olhos.

"Porque tu és linda." Senti os seus lábios beijarem a ponta do meu nariz. "E eu gosto de observar-te." Escondi a cara na sua almofada, tentando evitar corar, mas sem sucesso. Após estes meses justos, ainda que não fossemos namorados, ele ainda não parou de me deixar constrangida. "Não te escondas de mim." Senti o seu corpo aproximar-se mais ao meu, colocando a sua perna por cima das minhas coxas, trazendo-me para o seu encontro. Desviou o cabelo que caíra na almofada, puxou a minha cara, libertando-a do esconderijo suave e branco onde se encontrava. "Não quero que te escondas de mim, nunca."

"Eu às vezes odeio-te, sabes?" Ri com a sua cara de assustado. As suas sobrancelhas juntam-se levemente, criando rugas na sua teste. Os seus lábios abrem deixando-me suscetível a querer beijá-los. A sua expressão logo atualizou quando me viu a rir.

"Então, o que faço, eu, o melhor namorado do mundo, para que a menina fique a odiar-me?" Falou dramatizando, claramente.

"Primeiro, o facto de seres tão convencido. Segundo, e mais importante, conseguires ser tão querido e fofo ao mesmo tempo que só me apetece colar-te a mim e apertar as tuas bochechas." Toquei-lhe no nariz, provocando-o, afastando-me para me esconder, de novo, na almofada. Tem o cheiro característico dele, aquele cheiro que eu tanto adoro.

"Bom, se houvesse maneira de te colar a mim, ambos sabemos que eu já o teria feito." A sua expressão provocou-me um riso não muito audível, mas que logo aumentou quando sentia os seus dedos tocarem-me nos lados da barriga.

Lembro-me da primeira vez que o Brian me fizera cócegas. Nos estávamos no banco entre os nossos prédios e o moreno estava a tentar-me convencer para ir à festa de aniversário do Jayden. Lembro-me como se fosse ontem quando a sua mão pousava na minha cintura quando disse que apenas continuou a fazer cocegas quando eu concordara em ir à festa só para ouvir o meu riso. Algo em mim despertou quando o Brian afirmara isso e fiquei tão embaraçada que fugi para dentro de casa, com a desculpa de me preparar para essa noite.

"Já chega! Já chega!" A verdade é que eu não queria que ele parasse, não de todo. Queria que continuássemos assim, juntos, divertidos, no meu quarto, sozinhos. Mas infelizmente, isso não é possível. Não podemos continuar aqui enquanto o tempo lá fora não pára.

Brian acabou por parar de me fazer contorcer, arranjando-me levemente o cabelo. Os seus olhos tornavam-se mais claros com a luz proveniente da estrela brilhante que aquece o Planeta Terra, tornando-os um castanho amêndoa. O seu sorriso juntamente com as suas covinhas aparecia na sua face, oferecendo-lhe um ar juvenil e querido. De alguma maneira, ele faz-me apaixonar-me por si todos os dias, um pouco mais do que o dia anterior. Era um sentimento inexplicável, algo indecifrável que me fazia querer senti-lo a todos os minutos perto de mim. Nunca sentira isto por alguém, e ao mesmo tempo que me quero aventurar e aproveitar todo este fervor, tenho medo que possa acontecer algo de mal.

Evanescente (#1 Evanescente série)Where stories live. Discover now