Vinte

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Pesadelos não passam de sonhos, neste caso, dolorosos que estão associados com sentimentos maus, como ansiedade e/ou medo. Estes geram dor, receio, angústia de tal forma emitidos na nossa cabeça que acabamos por pensar que é real. A fonte deste tipo de sonhos são os pensamentos negativos que quando guardados repetitivamente e excessivamente tomam conta da nossa mente enquanto nos encontramos no nosso profundo sono. Talvez nós estejamos a dormir e quando acordarmos tudo não vai passar de um mau sonho. Mas, por vezes, isso torna-se difícil porque a nossa própria vida é um pesadelo. E, enquanto no sonho podemos acordar e todo o cenário diante nós desaparece, na vida real a única maneira de "acordar" é morrendo.

∞ ∞ ∞

31 de Outubro de 2013

Emma Reed

O panorama à minha frente enche o meu corpo de raiva, fazendo-me desaparecer daquela maldita casa. Como é que ele foi capaz de me fazer isto? E ela? Foi ela que o beijou primeiro, mas ele não se atreveu a afastar-se. Provavelmente o beijo ainda continua, desde que saí de lá. Não me importei se estava a interromper as conversas das pessoas ao passar pelo meio delas, não me importei se as empurrava ou magoava, só queria sair daquele inferno. O portão estava perto do meu alcance. Quando o ultrapassei, tive de parar para tentar-me lembrar que rua seguir. Estava tão enfurecida que havia esquecido por onde seguir. Isso é possível?

"Emma!" Sabia quem me estava a chamar, mas eu não quero saber. Neste momento, não quero saber de nada. Ia avançar para o lado esquerdo, quando o meu pulso foi agarrado fazendo-me parar. "Onde vais?"

"Embora!" Respondi friamente, sem me atrever olhar para a sua cara.

"O quê? Porquê?"

"Porquê? Ainda perguntas?" Virei-me para o encarar e tentar perceber se- "Espera. O teu casaco?"

"Tive de o emprestar." Olhei-o como a pedir-lhe para que continuasse. "A Karen entornou a sua bebida por cima do Joseph e como ele não tinha nada para tapar a mancha pediu o meu casaco. Mas por que razão vais embora? Principalmente sem me dizer?" Soltei um suspiro que não me recordava manter. Os meus braços rapidamente rodearam o seu pescoço, aproximando-o para o beijar e, de certa forma, desculpar-me. Desculpar-me por ter pensado que era ele. Desculpar-me por ter sido estúpida ao cair na partida da Karen. Desculpar-me por ter pensado que ele era capaz de fazer algo assim. Como fui capaz?

"Obrigado." Comecei por falar ao encostar as nossas testas.

"Porquê?"

"Por seres fiel." Um sorriso tímido apareceu no seu rosto, dando-lhe um ar adorável.

"Queres ir embora?" Beijou os meus lábios de seguida.

"Sim, mas primeiro tenho de fazer uma coisa." Dei-lhe outro beijo e entrei, procurando a Karen.

Ela encontrava-se no mesmo sítio, assim como Joseph. Realmente eram parecidos vistos de trás. O mesmo cabelo, quase a mesma altura, era impossível diferenciar, principalmente com pouca luz. Eu não devia ter ficado daquela forma sem saber quem era o rapaz. Fui tão imatura!

A minha presença foi sentida visto que ambos olharam para mim. Karen tinha um sorriso divertido estampado na sua cara. Como ela consegue ser assim tão mesquinha e manipuladora? Joseph, por outro lado, estava cansado e enervado.

"Karen!" Fingi um sorriso. "Obrigado por me teres convidado para a festa! Foi muito gentil da tua parte! E já agora, parabéns!"

"Eu não faço anos, querida!" Mantém a calma, Emma! Apenas mantém a calma!

Evanescente (#1 Evanescente série)Where stories live. Discover now