Dezoito

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A mente humana é uma coisa demasiado complexa. Tem a massa cinzenta onde se encontram as neuróglias e os neurónios, a massa branca que serve para comunicar entre as diferentes regiões cerebrais e a substância negra sendo responsável pela produção de dopamina que, por sua vez, é responsável pelo controle de movimentos, aprendizado, humor, emoções, cognição, sono e memória.

Temos quatro lodos diferentes: o lobo frontal que processa o planeamento das ações e movimentos juntamente com o pensamento abstrato, o lobo occipital que realiza os estímulos visuais, os lobos temporais que efectuam os estímulos auditivos e, por fim, os lobos parietais que é dividido em duas subdivisões: a anterior que tem como função a receção das sensações como o tato, a dor, a temperatura, os estímulos que têm como origem o ambiente e a posterior que tem o objetivo de analisar, interpretar e integrar as informações recebidas pela área anterior.

Assim, mesmo que todos os cérebros sejam constituídos com os mesmos elementos: células, lobos, neurónios, funcionam e agem de maneiras diferentes. Cada parte do órgão principal do sistema nervoso pode operar as situações que vive de forma distinta. Pensamos, agimos, conversamos, ouvimos, sentimos, tocamos, gostamos desigual do resto dos mortais. Independentemente da decisão que o ser humano considera correta ou errada, é a que o indivíduo achou ser ideal para aquele momento.

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29 de Outubro de 2013

Emma Reed

As luzes da enorme casa à minha frente estavam ligadas, confirmando-me que estava gente dentro. Dirigi-me ao botão branco perto do portão e carreguei nele, fazendo soar a campainha. O portão cinzento abriu-se segundos depois, dando-me passagem para entrar nesta gigantesca propriedade.

O jardim estava aparado, a água da piscina calma, o vento estava favorável. E tudo o que passava pela minha cabeça era porque estou aqui. Aceitaste vir aqui, a minha consciência disse. Eu sei que aceitei, só não percebo porque o fiz depois de tudo que aconteceu. Talvez pela curiosidade de saber qual é a sua brilhante desculpa de me ter ignorado durante este tempo todo. Aqui estou eu, alguém que não foi suficiente para o rapaz que vive nesta linda casa, à espera que me abra a porta.

"Emma, querida! Que bom ver-te! Há muito tempo que não via essa cara linda que tu tens!" A mulher na casa dos quarenta cumprimentou-me.

"Senhora Eva, olá! É bom vê-la também." Sorri-lhe em agradecimento.

"Deves querer ver o Jayden, certo? Ele está lá em cima no seu quarto. Sobes as escadas, virás à esquerda e é a terceira porta à direita."

"Obrigado." Foi a minha última palavra antes de subir a grande escadaria que dava ao segundo andar. Seguindo as indicações da mulher que já foi uma mãe para mim, cheguei ao quarto do seu filho, pensando em que respostas que irei obter hoje e se irei gostar delas.

Bati na porta de madeira branca com os nós dos meus dedos e o som ecoou no corredor. Isto estava tudo muito calmo e silencioso, deixando-me ainda mais nervosa com todos os pensamentos demasiado altos na minha cabeça.

"Obrigado por teres vindo." Abriu a porta para eu poder entrar. O seu quarto é ainda maior que o anterior - como é de esperar. Verde reina nele - visto que é a sua cor favorita. A decoração era simples, com o básico, o que me fez estranhar pois o seu outro quarto tinha posters de bandas e pequenos ornamentos que destacavam o seu gosto pessoal. Agora está sem quaisquer figuras nas paredes, sem fotografias espalhadas pelos móveis.

Evanescente (#1 Evanescente série)Onde histórias criam vida. Descubra agora