Evanescente (#1 Evanescente série)

Vinte e Seis

O nosso cérebro foi desenhado para confiar. Os humanos têm de confiar uns nos outros desde que nascem. Confiamos na nossa mãe para tomar conta de nós quando nascemos. Confiamos nos nossos amigos, no nosso parceiro, na nossa família, nos nossos vizinhos. Da mesma maneira que confiamos, aqueles que nos rodeiam tem de confiar que será recíproco. A confiança é algo que é integrado no bem-estar, do crescimento e da felicidade da humanidade.

Há algo no nosso cérebro, na região do hipotálamo, que é ligado quando a nossa confiança é recompensada e produz uma substância que altera o nosso humor, significando que quando a confiança é traída, os níveis da substância descem, obrigando-nos a ter medo de confiar.

Há maneiras de manipular a confiança sem te perceberes. O que é fantástico porque a desconfiança faz com que percas oportunidades. Porque afinal de contas, a confiança faz girar o mundo. Assim como, por vezes, é melhor confiar mais nos outros, do que em nos próprios.

Mas há razões exteriores ao nosso corpo e mente que mudam a nossa capacidade de confiar. Acontecimentos no teu crescimento que irão definir os teus níveis de confiança em qualquer pessoa, mesmo nas mais próximas. Porque se confias os teus segredos, há o problema dessa pessoa espalhar aquilo que sabe sobre ti.

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【3 de Dezembro de 2013 】

『 Emma Reed 』

"Venho já!" Dei um beijo ao Brian e percorro o caminho até ao quarto de banho feminino da escola. Precisava de lavar as mãos devido às bolachas de chocolate que acabei de partilhar com o moreno. A última tinha sido disputada, daí ter sujidade na minha pele.

Ao fim de lavar as mãos, reparei que os secadores de mãos não funcionavam, obrigando-me a procurar uma cabine com papel higiénico. A porta fechou-se e quando a ia abrir, uma voz estridente fez-se ouvir.

"Aquela Stephanie é mesmo parva!" A minha audição ficou aguçada, fechei a porta devagar, tentando não fazer barulho, e esperei que elas continuassem. "Ela pensa mesmo que somos amigas!" Risos formaram-se com a última frase.

"De certeza que já deve ter contado a toda gente que conhece a Karen Wilson!" Uma voz diferente pronunciou-se. Eu sabia que conhecia o primeiro timbre de algum lado! É a Karen. E estavam a falar da Steph!

"Passa-me o batom." A Karen pede a uma das suas secretárias, mas não sei a qual. "Incrível o quão ridícula ela é! Pensa mesmo que após me dar umas informações sobre o pãozinho sem sal, que nos tornamos melhores amigas!" Novos risos ecoam entre as quatro paredes que nos rodeiam.

Eu apenas não acredito como alguém pode ser tão cruel, maldoso, mesquinho ao mesmo tempo. Qual é o objetivo de ser alguém assim? Qual é o prazer de ser assim?

【5 de Dezembro de 2013 】

"Stephanie!" Chamo-a assim que a avisto perto dos cacifos. A rapariga olha para mim, desviando o olhar de volta para o cacifo.

"Precisamos de falar!" Afirmo assim que me encontro perto dela.

"O que queres?" O seu tom de voz era autoritário e resmungão, coisa não natural dela para comigo.

"Ouve, eu no outro dia fui à casa de banho e ouvi a Karen a falar de ti. Ela estava a dizer que não era tua amiga, só fingiu ser para-" Imediatamente fui cortada por si.

"Oh meu Deus!" Gritou, causando algumas pessoas que passavam pelo corredor virar a sua cabeça para nós. "Não acredito nisto!"

"Sim, eu sei. Eu também não consegui perceber porque como uma pessoa é capaz de-"