Capítulo 2

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Dias Atuais....

Durante sua luta contra a doença que quase o matara Sam havia se isolado do mundo e se tornado muito mais introspectivo, mais centrado. Deus, até mesmo comprara uma casa num bom bairro afastado do centro de Glasgow! Um ano atrás, jamais previra trocar sua badalada vida por  tranquilidade. Se não tivesse ficado doente, não teria passado tanto tempo avaliando seus erros, também, e cometera muitos. Um em particular continuava a assombrá-lo diariamente, mas não podia pensar sobre aquela decisão agora. Não se quisesse cumprir sua agenda que voltava a ser preenchida depois de tanto tempo

Quando a campainha tocou, ele recostou-se na cadeira e suspirou. Muito provavelmente era sua mãe ou Cirdan ou o pessoal da sua assessoria. Nunca imaginou que poderia ser ela, principalmente por quê ela havia lhe dito que o odiava e que não queria mais vê-lo um ano atrás. Mas seu passado tinha realmente batido à sua porta.
A confirmação chegou quando ele olhou através da janela e pousou os olhos na mulher parada na beira da calçada, imóvel, como se seus pés estivessem congelados no cimento.
Ele teria reconhecido aquele corpo mesmo à distância. Não havia engano quanto àqueles olhos azuis que ele sempre os observara tornando-se pesados e enevoados quando eles faziam amor... e mais escuros quando ele a irritava. Também não podia esquecer-se daqueles cabelos castanhos sedosos. Recordava-se em detalhes como era a textura deles contra sua pele nua.
Desde o momento que a conhecera, sete anos antes, Cait tornara-se uma de suas maiores fraquezas. Ela não era somente linda e inteligente, mas também a melhor amante que ele já conhecera. Sexy ao extremo. Selvagem e desinibida. Incrível. O tipo de mulher que chama a atenção imediata de um homem e de Todas as partes dele. Mas naquele momento precisava saber por que Cait o procurara.
Talvez ela houvesse decidido dar-lhe a bronca que ele merecia, desta vez pessoalmente. Talvez, de alguma maneira, soubera que ele estivera doente, a mentira com a qual Ele convivera... por doze longos meses. E apenas talvez, se ele tivesse sorte, ela queria uma segunda chance. E acreditar nisso seria pura tolice.

****

Cait possuía somente um motivo para confrontar Sam, mesmo depois de tanto tempo, Contudo, recentemente decidira que tomar a grande decisão parecia a coisa mais correta a fazer.
Infelizmente, parecia que não teria chance de falar com ele hoje, porque, ou ele não estava em casa ou a estava evitando. Isso significava que teria de voltar mais tarde, se não perdesse a coragem outra vez.

Cait começou a voltar para o carro, mas parou no meio da calçada para virar-se e dar uma última olhada para a sólida residência que Sam comprara após o rompimento. Uma casa deslumbrante, para dizer o mínimo. E o fato que ele se estabelecera numa vizinhança familiar amigável também era notável. Aquilo a fez imaginar se ele vivia com alguém, isto é, com uma mulher.
Francamente, o que ele fazia ou não fazia não era de sua conta. Ele podia morar com dez mulheres que ela pouco se importava. Ele não significava mais nada para ela... ou pelo menos foi o que pensou até que ele saiu pela porta da frente e caminhou na sua direção.
Por mais que tentasse ignorar o impacto que Sam ainda tinha sobre ela, ela não conseguiu. Não podia ignorar sua firmeza, seu andar autoconfiante, sua aura de força... coisas que haviam atraído sua atenção no dia em que haviam se conhecido, Certamente, não foi capaz de ignorar sua incrível aparência.
Mas ela precisava se lembrar de sua missão, ali, agora.
Lembrar que o que existira entre eles um dia terminara no curto tempo de uma conversa telefônica de três minutos, um ano atrás.
Sam parou a alguns metros dela e cruzou os braços sobre o peito.
— Olá, Cait— disse ele numa voz que soava quase arrependida.
Ela reuniu toda força que possuía, usando o máximo de coragem.
— Olá, Sam
Ele mediu-a de cima a baixo.
— Você está ótima.
Ele também estava. Nada melhor do que um homem sexy usando camiseta branca e jeans surrado. Mas ela não planejou fazer-lhe nenhum elogio, mesmo se tivesse intenção de ser friamente educada.
— Você tem alguns minutos para conversar?
— Sou todo seu.
Em outra época, ela honestamente acreditara nisso. Mas não agora. Nem nunca mais.
Quando notou algumas pessoas juntando-se em frente do gramado da casa vizinha, resolveu que á última coisa que queria era uma platéia quando ela revelasse seu segredo.
— Podemos ir a algum lugar mais particular?
— Podemos entrar — disse ele. — Eu lhe mostrarei a casa.
— Eu não gostaria de incomodar ninguém que possa estar ai dentro
Sam franziu o cenho.
— Moro sozinho.
— Não divide a casa com ninguém?
— Não. Sou somente eu.

Outra Vez Amor Where stories live. Discover now