Capítulo 28

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A cirurgia havia corrido tudo bem mas eles não poderiam entrar na UTI neonatal, Katherine havia informado que Lizzie ficaria lá por que era de praxe para observação e na manhã seguinte iria para o quarto, Cait não queria sair de lá e confesso que nem eu, mas seria melhor irmos pra casa, pra descansar um pouco, Cait principalmente já que teria que retorna pela manhã afim de alimentar Lizzie, Cait estava no banho e eu no telefone falando com minha mãe e Cirdan, minha mãe se sentia culpada por não ter notado nada de diferente na neta e eu a tranquilizei, falei com Cirdan e logo em seguida desliguei subindo para meu quarto a fim de tomar um banho também, quando passei pelo quarto de Lizzie, Cait estava lá, com um suéter cinza que ia até os joelhos e os cabelos úmidos, andava de um lado pro outro com uma roupinha de Lizzie nas mãos, ela estava chorando, os olhos perdidos, imediatamente sem aviso prévio avançei sobre ela e a tomei em meus braços, não queria saber se ela me rejeitaria apenas fiz o que queria fazer, tamanha foi a minha surpresa quando ela me agarrou pelo pescoço e eu afundei o rosto em seus cabelos e capturei seu cheiro.

_ Não iremos perda-la.- falei e beijei seu rosto, havíamos colocado nossas diferenças de lado por nossa filha, ficamos ali abraçados por um bom tempo até percebemos que não queríamos quebrar aquele contato.

_ Eu não quero perda-la, Sam.- sussurrou em meio aos soluços e eu a apertei mais contra mim.

_ Você precisa descansar.- disse lhe agora a encarando, seus olhos azuis tristes e apreensivos.
Ela me encarou mais nada disse.
_ Venha.- peguei a pela mão e a levei até meu quarto, a coloquei debaixo das cobertas e logo depois de um banho me juntei a ela a envolvendo em meus braços, Não havia dito a ela que naquela tarde no hospital eu também havia chorado, temendo por nossa garotinha, sentia que deveria lhe contar mas nada disse, apenas aconcheguei mais a mim e logo ambos caímos no sono agitado.

💠💠💠

Na manhã seguinte voltaram ao hospital para encontrar uma Lizzie totalmente acordada risonha, nem parecia que havia feito uma cirurgia, depois das recomendações de Katherine para uma total recuperação do bebê, Cait sentou-se ao sofá do quarto a fim de amamenta-la já que essa altura ela já estava chorando e fazendo as reclamações de sempre quando estava com fome, Ela agradeceu mentalmente por sua garotinha está bem, Sam havia saído pra pegar um café.

💠💠💠

— Aqui está papai. — Cait girou o bebê no colo a fim de que ela pudesse ficar de frente para a porta do quarto do hospital, onde Sam estava em pé agora. Os cabelos dele ainda estavam úmidos do banho, o rosto não completamente barbeado, camiseta e jeans, mas mesmo assim. E mesmo com uma noite mal dormida ele parecia mais bonito do que antes percebeu Cait quando ele caminhou e se juntou a ela no sofá e pegou a filha nos braços.
Depois que Lizzie agarrou o lábio inferior dele, Sam afastou-lhe a mãozinha e beijou-lhe a palma.
— Pelo visto está bem não é, mocinha?
Cait sorriu e Lizzie fez bolha com a boca e começou a fazer seus sons  encoerentes de bebê. descansando a cabeça no ombro dele e enfiou dois dedos na boca do pai, Cait achou aquilo notável, uma vez que ela estivera se contorcendo e fazendo rebuliço na última meia hora.
Claramente, agora que seu pai voltara, tudo estava certo com o mundinho de sua filha, e aquilo fez ela refletir. Se retornasse para Irlanda... correção, quando retornasse... Lizzie iria sentir muita falta dele. Então, novamente, ela também.

_ Sabe.- começou Sam._ Estive pensando.
Cait o olhou
_ Sobre? - Ela agarrou uma almofada e abraçou-a contra o peito.
—  Estaria disposto a  me mudar para o Irlanda se você disser que me quer.
A expressão de Cait mostrou surpresa.
— Sam eu.. e quanto à sua família?, seu trabalho?.
— Você e Lizzie são minha família, Cait. E amo ambas, mais do que qualquer trabalho, eu posso trabalhar estando em qualquer lugar, com tanto que esteja com vocês.
— Eu o amo também, mas imagino se isso é o suficiente. Nós ainda temos outros assuntos para lidar.
— É um começo. —. Disse ele._ E ontem, depois que vi Lizzie naquela maca,  sair do hospital e chorei, feito um bebê. Não me lembro da última vez que fiz isso.
Ela descansou a mão no braço que ele estendera sobre o encosto do sofá.
— Oh, Sam, é a isso que estou me referindo. Você deveria ter me deixado apoiá-lo naquele momento, como me apoiou durante toda essa provação.
— Eu sei, Cait, Nunca me senti tão sozinho como me senti naqueles momentos. Nunca soube o quanto precisava de você até então.
Cait voltou os olhos para a almofada e começou a torcer as pontas, enquanto ele pegou o bebê adormecido e colocou-a na cama e voltou a senta-se perto dela no sofá.
— Bárbara mencionou alguma coisa para mim dias atrás, e percebi que ela está certa. Eu estava com tanto medo de perdê-lo novamente que estabeleci uma profecia. Se eu continuasse a acreditar que você iria me deixar mais cedo ou mais tarde, então eu nunca teria de encarar essa perda. Portanto, não estou exatamente isenta de culpa nessa situação, também.
Ele tomou-lhe a mão e quando ela não a retirou do seu aperto ele considerou aquilo uma pequena vitória.
— Eu lhe prometo o seguinte: vou gastar todas as horas de todos os dias provando a você que falei sério sobre não desistir de nós. E se isso não convencê-la, estarei na Irlanda todos os fins de semana, talvez mesmo durante a semana, até você ter certeza que estou nisso pra valer.
Quando ela ficou silenciosa, Sam prendeu a respiração até que ela encontrasse seu olhar.
— Ainda estou com medo.
— Vou lutar pra fazer você esquecer esse medo.
Ele testemunhou o momento que a resistência dela esmoreceu quando Cait sorriu.
— Isso é tudo que eu precisava ouvir.
Ela moveu-se para o colo dele, pegou-lhe o rosto com as mãos e beijou-o. Ele não podia lembrar-se de se sentir tão satisfeito, tão pronto para enfrentar o mundo.
Depois que eles se separaram, ela disse:
—Você vai amar a Irlanda.

A alegria dele foi evidenciada num sorriso.
— Você está cansada?
— Nem um pouco.
— Está com fome?
— Não por comida.                                  
— Então eu sugiro que tenhamos o resto de nossa conversa na cama, essa noite.
Cait pressionou uma série de beijos ao longo do queixo dele.
— Concordo. Não importa o que deu errado com nosso relacionamento antes, e que problemas poderemos encontrar no futuro, sempre fizemos uma perfeita sintonia, e provavelmente sempre faremos. Sinto que nosso ato de amor é alguma coisa certa.
Sam não podia argumentar contra aquilo.
— Fizemos outra coisa certa também.
Juntos eles sorriram e ao mesmo tempo disseram:
— Lizzie.

Outra Vez Amor Where stories live. Discover now