Capítulo 9

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Depois que Cait saiu do quarto, Sam olhou para filha, que já sugara quase metade da mamadeira. Ela parou tempo suficiente para lhe sorrir.
— Qual é a graça, pequena? Eu lhe dando uma mamadeira ou sua mãe me colocando no meu lugar, sim?
Ela levantou o bracinho e dessa vez puxou-lhe o nariz. Ele pegou a minúscula mão e beijou-a suavemente, observando os olhos do bebê se fecharem brevemente antes de se abrirem de novo.
Diversas vezes ele ouvira seu irmão falando sobre as alegrias da paternidade, mas nunca tinha pensando muito sobre o assunto até agora. Não teria acreditado que segurar um bebê seria tão satisfatório. Que sentiria emoções tão fortes por uma criança que conhecera apenas recentemente.
Aqueles eram momentos que ele teria que aproveitar antes de Cait fosse embora e a levasse também.

Ela passara muito tempo na banheira. Vestida no roupão surrado lilás que possuía desde sempre, era o seu favorito, Cait enrolou uma toalha ao redor dos cabelos e entrou no quarto. Colocou uma mala sobre a cama e vasculhou-a, procurando alguma coisa confortável para usar, apenas para deparar com a Blusa sobre o qual Sam perguntara durante a conversa deles ao telefone na semana anterior. E, como uma boa mentirosa, ela o enganara mais uma vez. Apesar de ter pretendido jogá-la fora quando arrumasse as malas, não tinha conseguido fazer isso. Tolice, uma vez que não usara mais, desde que ela e Sam tinham terminado. Correção. Desde que Ele terminara com ela. Mas, então, ela vinha fazendo muitas tolices ultimamente.
Lembrava-se de várias noites memoráveis quando ele a levara além dos limites do ato de amor, usando as mãos, a boca e o próprio corpo. Ela tremeu só de pensar sobre o jeito como ele lhe falara naquela voz baixa e incrivelmente sexy. Com que facilidade ele podia extrair-lhe cada gota de prazer, até que ela achasse que não lhe restava nada, apenas para que Sam a conduzisse de volta para um reino sexual que ela nunca soubera existir...
— Você se divertiu?
Ao som da voz dele, Cait girou em direção à porta, agarrando a blusa e escondendo atrás das costas. Sam estava parado no espaço aberto, um braço sobre a moldura da porta, o outro pendurado na lateral do corpo. Ele parecia tão imponente, tão maravilhoso que ela quis fechar os olhos antes que fizesse ou dissesse alguma tolice.
— Talvez você devesse tentar bater da próxima vez.
— Isso é difícil quando a porta está aberta.
Cait não gostava particularmente da justificativa dele, ou da falta da mesma.
— Eu estava tentando ouvir o bebê. A propósito, onde ela está? Sam passou a mão sobre a barba rala do maxilar.
— Ela achou minhas chaves e foi dar uma volta de carro. Tentei detê-la, mas ela é mais rápida do que parece.
Ela também não gostou da tentativa de humor.
— Idiota, você pode falar sério apenas por um momento?
Ele enfiou as mãos dentro dos bolsos da calça e tentou parecer arrependido.
— Ela dormiu, então eu a coloquei na cama.
— Simplesmente assim?
— Simplesmente assim. Incrível.
— Você a colocou deitada de costas?
— Sim. Como já disse, eu li os livros.
Ele estava tentando arduamente impressioná-la, e estava fazendo um trabalho bastante confiável.
— Apenas lembre-se de que ela raramente fica quietinha na primeira vez que você a põe na cama. — Do contrário, Cait poderia ficar chateada por não ter a oportunidade de dar boa-noite para a filha. — Eu vou dá uma olhada.
— Eu teria ouvido se ela ainda não estivesse dormindo, assim como você. — Ele apontou em direção a um criado-mudo, e a um objeto prateado, uma babá eletrônica. —
Evidentemente, ele tinha pensado em tudo.
— Ótimo. Isso será útil. Agora, você não se importa de sair, para que eu possa me vestir?
— Claro, assim que você me contar o que está escondendo atrás das costas.
— Não é da sua conta. — Que homem irritantemente intrometido. Sam deu um passo na sua direção.
— Você me comprou um presente?
Ela deu um passo atrás.
— Não, eu não comprei.
— Se é uma de suas calcinhas, eu já as vi antes. Muitas vezes. — Ele inclinou-se para a frente. — Mas não é isso que você está escondendo de mim, é?
Antes que Cait pudesse reagir, ele estava em cima dela, agarrando sua blusa. Ela conseguiu se desvencilhar e fugir, mas ele não desistiu, alcançando-a novamente e jogando-a de costas na cama. A mesma cama onde eles tinham feito amor ardente mais vezes do que ela podia contar, ele havia mobiliado o quarto dela com sua mobilia antiga, desgraçado, ali era um território muito, muito perigoso. Tudo pareceu parar, exceto as batidas rápidas do coração dela. Ele estava tão perto que ela poderia traçar a linha de seus lábios. Melhor ainda, poderia beijá-lo. Poderia experimentar mais uma vez a maestria dos beijos dele. Quando o olhar dele se fixou em seus lábios, a sabedoria venceu, levando ela a concluir que se ela não cedesse e lhe deixasse ver a blusa, poderia estar cedendo para alguma coisa muito mais insensata.
Ela levantou a peça para a inspeção dele.
— Está feliz agora?
Sam teve a ousadia de sorrir.
— Pensei que você o tivesse jogado fora.
Ela enrolou a blusa numa bola, jogou-o sobre a cama, então, afastou-se dele e do magnetismo impressionante de seu corpo.
— Pensei que eu tivesse me livrado, mas descobri que estava enganada quando comecei a arrumar a mala.
Ele deu um sorriso totalmente cínico.
— Não achei que você o jogaria fora. Sempre foi seu pijama favorito.
Cait apertou mais a faixa do roupão.
— Era o seu favorito, não o meu.
— Não vou discordar, mas eu gostava de retirá-la, também.
E a declaração a fez tremer inteira.
— Eu avisei você sobre esse tipo de conversa, Sam.
— Desculpe. Estou apenas sendo honesto.

Cait apontou para a porta.
— Por favor, saia antes que eu... — O poder do olhar dele roubou o que restava de coerência no cérebro dela.
— Antes que você, o quê? — perguntou ele. Antes que ela fizesse alguma grande tolice.
— Por favor, vá embora pra que eu possa me vestir, e então ir ver minha filha. Feche a porta depois que sair.
Sam deu de ombros,
—Tudo bem. Eu a encontrarei no corredor, e iremos juntos ver nossa filha. - disse passando por ela e saindo do quarto, fechando a porta.

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