Capítulo 13

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Ele podia lidar com um simples beijo. Um beijo casto de boca fechada, um beijo de amigos. Mas um beijo de boca aberta, um beijo profundo e íntimo era mais do que Sam podia suportar.
Se não acabasse com aquilo imediatamente, corria o risco de levar Cait direto para seu quarto, sem pensar duas vezes. Se não controlasse suas mãos, as quais, de algum modo, tinham viajado para o traseiro dela, poderia conseguir chegar apenas na sala da televisão. E se ela não parasse de pressionar o corpo macio contra o seu, talvez ele tivesse que toma-la ali mesmo sobre o balcão da cozinha.
Mas ele não ia levá-la a nenhum lugar, e não porque não queria. Se fizesse um movimento errado, comprometeria suas boas intenções, E, sim, isso era horrível.
Com a pouca resistência que lhe restava, Ele rompeu o contato, dando um passo muito necessário para trás. E enquanto Cait permanecia surpresa e silenciosa, ele rodeou o balcão, colocando o balcão sólido de granito e madeira entre os dois, e ocultando o efeito incendiário que o beijo tivera sobre seu corpo.
Ele mal conseguia respirar, mas pelo menos tinha mantido o zíper fechado. Seu pai ficaria orgulhoso.
Cait apoiou os cotovelos sobre o balcão e cobriu o rosto momentaneamente, antes de olhá-lo.
— Eu não acredito no que acabou de acontecer.
Ele ergueu ambas as mãos com palmas viradas para a frente.
— Eu não fiz isso. — Ele parecia uma criança que tinha sido pega colando na prova.
— Você devia ter dito alguma coisa para que eu parasse
— Difícil falar quando tenho sua língua dentro da minha boca. E realmente é difícil pensar quando você tem suas mãos sobre mim.
— Eu sei, eu sei. — Ela bateu as palmas das mãos no balcão e endireitou o corpo.— Fiz isso duas vezes agora.
Duas vezes? Ele havia perdido alguma coisa?
— A menos que tenham feito isso quando eu estava dormindo, só aconteceu uma vez.
— Eu quis dizer que quebrei as regras duas vezes. O beijo e a conversa sobre o passado, a qual levou ao beijo. Se você não tivesse começado com a história "senti saudades suas, amor", então isso não teria acontecido.
— Então agora a culpa é minha.
— É culpa de nós dois, e isso não vai se repetir.
Se Ele pudesse opinar, aquilo iria se repetir. Diversas vezes. Um dia. Uma noite.
— Lembre-se, fui eu quem me afastei antes que as coisas fossem longe demais. E ambos sabemos aonde teríamos chegado se eu não tivesse parado.
Ela franziu o cenho.
_O homem que eu conheci antes não teria interrompido o beijo. Então, por que você fez isso?
— Em primeiro lugar, eu não sou o mesmo homem que você conheceu um ano atrás. Segundo, você não tinha um namorado na época. — E aquilo levou a uma pergunta que ele vinha querendo fazer a algum tempo. — A propósito, por que ele não lhe telefonou?
Cait não o olhou quando respondeu:
_ Ele tem somente o número do meu celular, e nós dois andamos ocupados.
Hora de um pequeno interrogatório necessário.
— O que ele faz para viver exatamente?
Ela o fitou.
— Por que a pergunta?
— Porque quero saber um pouco sobre o homem que vai ficar perto da minha filha.
— Ele é Empresário.
Sam a fitou
— Oh, sério?
— Algum problema com isso?
Sam tinha um único problema com o sujeito... o envolvimento dele com ela.
—Não, nada contra. Mas você não falou que ele possuía negócios próprios
Ela suspirou.
— Sim. Quer saber mais alguma coisa? Talvez o partido político que ele apóia, ou o número do sapato que usa?
Sam estivera esperando o momento certo para fazer a pergunta mais importante, e aquele momento chegara.
— Ele sabe que você está morando aqui?
Uma expressão de culpa cruzou o semblante de Cait.
— Não, mas pretendo contar em breve. Apenas não tive chance.
Como se ele acreditasse naquilo...
— Ele não vai gostar disso, vai?
— Ele não vai se importar. Confia... —As palavras falharam enquanto ela desviava o olhar.
Sam teve uma idéia que poderia ajudar. Ajudá-lo a descobrir se poderia gostar do cretino.
— Se você quiser que eu fale com ele...
— Não! —A exclamação veemente ecoou no cômodo.
— Tudo bem. Se ele ligar, finjo que sou o jardineiro.
Cait suspirou.
— Vou descansar um pouco.
— E quanto ao seu jantar?
— Eu não estou com fome.
— Todos os sinais indicam o contrário. Ou talvez eu deva dizer que todas as bocas apontam o contrário.
Ela deu um sorriso forçado.
— Cale a boca.
— Certo, mas antes eu tenho um pedido.
Cait lhe deu um olhar desconfiado.
— Se você vai me pedir para...
— É sobre Lizzie. Quero começar a apanhá-la na creche ao meio-dia, começando de amanhã.
— Você pode pegá-la às 16h.
Não bom o bastante, na opinião dele.
— Às 13h.
— Às 15h.
— Combinado.
Sam ficou surpreso por ela não ter continuado a discussão. Ou estava muito cansada para argumentar, ou decidira compensá-lo pelo beijo.

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