Outra Vez Amor

Capítulo 19

Cait tinha esperado a noite inteira pelo telefonema de Sam. Quando seu celular finalmente tocou, ela estava deitada no sofá da sala, mudando os canais da tv aleatoriamente e não pensando em nada... exceto nele.
Ela atendeu com um casual "Olá", e ele respondeu com "Oi".
Agora o quê? Algo geral seria melhor.
— Você fez um bom vôo?
— Estava lotado, graças ao feriado.
Cait nem mesmo se lembrava da Sexta feira Santa
— Esqueci completamente que era esse  fim de semana
— Isso me lembra algo — disse ele. — Espero que não tenha nenhum compromisso, Falei com minha mãe e ofereci nossa casa para a celebração.
Nossa casa. Cait ainda não via á Casa como sua.
— Não, eu não tenho nada agendado. O que preciso preparar para essa pequena reunião?
—Absolutamente nada. Eu irei fazer hambúrgueres na grelha, minha mãe certamente levará muitas coisas e Cirdan também. Eles vêm fazendo isso há tanto tempo que nunca nem consideram mudar a rotina.
Sorriu ao se lembrar de alguns feriados e datas comemorativas que havia ido passar com Sam e sua família, nunca mais havia visto Chrissie nem Cirdan até então.
— Parece que este vai ser um grande momento.
— E finalmente estaremos todos reunidos. _ As vezes fiquei me perguntando por que seu pai não veio atrás de mim.- começou ele a puxar conversa.
Ela riu.
_ Deve ser o fato que mentir.- disse Cait ajeitando-se no sofá.
_ O que disse pra fera? - brincou Sam
Ela suspirou
_ Falei que eu havia terminado com você.- respondeu ela mexendo no cabelo.
_ Posso imaginar o quanto não falou mal de mim.- alfinetou ele e ela podia jurar que estava sorrindo.
Ela riu
_ É falei mesmo.- admitiu.
— Imaginei.- disse._ Mais então, como vai a minha outra garota? — perguntou ele. O jeito que ele falou outra garota fez Cait refletir.
— Ela estava um pouco agitada, mas no momento está dormindo como um bebê. Provavelmente, porque é um bebê. - Que brilhante, Caitriona. _Ela sente sua falta.
— E eu sinto falta dela. Sinto sua falta também.
Ela não sabia bem como responder, então escolheu mudar de assunto.

— Como foi o evento?
— Tinha me esquecido como poderia ser tão cheio, tinha muitos fãs, meu agente que extender os dias do evento.
No grande esquema das coisas, isso não importava. Ela tinha a sua carreira, e ele, a dele.
— Você vai aceitar?
— Não sei se quero ficar mais dias longe de vocês.- confessou ele
Cait permaneceu em silêncio e então mudou novamente o rumo daquela conversa.
— Sobre está manhã, Sam.
— Eu sei. Eu meio que perdi o controle de minha boca. Sinto muito.
— Não, você não sente.
— Certo, eu não sinto. Mas não fui o único a fazer insinuações.
Cait não poderia discordar daquilo.
— Você está certo. E aproveitando que estamos sendo abertos um com o outro, eu tenho que explicar uma coisa.
— O quê?
Ela respirou profundamente e exalou devagar.
— Eu inventei meu relacionamento com o Jhon para mantê-lo afastado, ele é apenas um amigo.
Houve um momento de silêncio antes que ele perguntasse:
— Então vocês dois nunca foram um casal?
— Claro que não, ele é um amigo, assim como Donal, Tony, ele estava lá somente para me apoiar quando Lizzie nasceu, porém, como mais um tio substituto, Já que Donal estava em Los Angeles e Tony na França.
— Depois de sua reação quando eu lhe contei sobre a namorada dele, pensei...
— Que eu estava triste sobre o fim de nosso suposto relacionamento. Meu choro foi resultado do estresse acumulado, Sam

— Agora Cait para sua informação, você não precisa se proteger de mim. Como afirmei, não farei nada que você não queira.
E este era o problema. Ela queria que ele fizesse tudo que gostaria... exceto partir seu coração novamente.
— Você está zangado?
— Não, eu não estou zangado. De modo algum, entendo sua autoproteção. Sou um mestre em construir barreiras.
Ela estivera do lado de fora daquelas barreiras, fazendo o possível para derrubá-las, sem sucesso. Pelo menos até recentemente.
— Você parece muito mais aberto do que costumava ser.
— Estou trabalhando nisso, Cait, Mas ainda tenho alguns assuntos com os quais preciso lidar.
Querer continuar solteiro talvez fosse um dos assuntos.
— Pode ser mais claro?
—Vamos apenas dizer que muita coisa aconteceu enquanto nós estávamos separados. Tais eventos me levaram a buscar maior autoconhecimento. Conversaremos sobre isso quando tivermos mais tempo. Levará algumas horas para eu explicar.
A atitude instigou a curiosidade dela. Mas, se ela o pressionasse por mais informações antes que ele estivesse pronto, aquilo poderia fazê-lo se fechar ainda mais,
— Enquanto isso, o que fazemos sobre o que existe entre nós?
— O que você quer fazer sobre isso?
Ela detestava quando alguém respondia uma pergunta com outra pergunta, especialmente quando a resposta era arriscada.
— Bem, somos, ambos adultos maduros. Contanto que saibamos nossa posição antes de estabelecermos uma conexão física, que nos dará prazer até o momento de minha partida, então não vejo motivo lógico para que não possamos deixar a natureza seguir seu curso.
Ele deu uma gargalhada.
— Sinto como se tivesse acabado de ter uma sessão com uma conselheira em relacionamentos.
Ela sempre tendia a ser analítica quando se tratava de conflito.
— Não acho que seremos capazes de impedir o que está acontecendo, a menos que um de nós consinta ser trancado num closet pelas próximas semanas.
— Ambos temos livre arbítrio, Balfe. O ponto é que nenhum de nós quer parar.
Pura verdade.
— Então concordamos que iremos parar de lutar contra isso?
— Com uma condição. Eu gostaria de saber se vai me perdoar um dia pela maneira como terminei com você.
— Eu perdoei você, Sam. Mas é algo que jamais vou esquecer. Por isso preciso ser cautelosa. — Exatamente por que tinha de tratar o ato de amor com dele de forma casual. Talvez aquilo se provasse ser extremamente difícil, se não impossível.
— Concordo— disse Sam. — Então deixaremos a natureza seguir seu curso.

Cait consultou o relógio, e após perceber a hora da noite, decidiu que devia terminar aquela conversa.
— Agora que estamos combinado, é hora de dormir.
— Parece uma boa idéia, querida, mas uma vez que eu estou aqui e você aí, a cama não é tão atraente.     .
Pouco a pouco o homem que ela conhecera antes tinha subido à superfície. O Sam que sussurrava palavras sexys e doces, que podia levá-la ao prazer extremo somente com o som de sua voz.
— Acredite, eu preciso muito dormir. Mas realmente apreciei nossa conversa, a qual me lembrou das conversas que costumávamos ter quando você estava longe de mim.
— Sem chance, a menos que eu diga alguma coisa assim. — Sam abaixou o tom de voz e sussurrou palavras estimulantes e sensuais que sugeriam o que ele faria se eles estivessem juntos naquele momento.
Ela sorriu balançando a cabeça
— Eu estou chocada.
— Está mesmo? Você costumava gostar disso, se me recordo
Felizmente, ele não podia vê-la ficar vermelha. — Isso foi antes de eu ser mãe de uma garotinha.
— Não tem problema ser safada,  Além disso, como acha que crianças ganham irmãos?
O sorriso na voz dele a fez dar sorrir também
— Certamente você não está sugerindo que nós façamos um irmão ou uma irmã para Lizzie.
_ Por quê não?.- desafiou ele._ Eu aposto que ela ia adorar.
O coração de Cait começou a bater mais rápido. Ficaram em silêncio.
.
— Eu estou brincando, Cait.
— Eu sei que está. Agora vá para a cama e lembre-se do que lhe falei minutos atrás.
— Oh, sim. Eu irei para a cama com o corpo em chamas sem ninguém para me esfriar.
— Eu gostaria que pudesse estar aí, Mas se você quiser continuar conversando....                                     — Não, Boa noite, Sam.
_ Boa noite, Cait.
Assim que Sam desligou, ela ficou ainda com o aparelho celular na mão e completou mentalmente :
" Eu só quero que você volte correndo para casa e para mim" Acabou sorrindo pra si mesma.