Capítulo 14

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Homens bonitos e equipamentos de musculação deveriam ser algo proibido, pensou Cait ao entrar na casa da piscina que Sam havia transformado em uma pequena academia, no meio da manhã e encontra-lo levantando pesos. Uma vez que o banco estava virado horizontalmente para ela, ele não viu quando ela entrou. E isso deu a Cait alguns momentos para fazer numa pequena inspeção secreta.
Sam já havia passado dos Quarenta anos mas ainda tinha todo o Vigor de quando haviam se conhecido. Ainda tinha o corpo musculoso e mais rígido, estava em total forma e dava de dez a zero em muitos jovens.
Todavia, cada músculo forte dos braços e das pernas expostos pelo short curto e justo que ele usava, cada veia proeminente que aparecia quando ele levantava os pesos, cada plano e ângulo da anatomia dele capturava sua atenção. Mesmo quando ele estava suando e ofegando com o esforço.
Ela precisava dizer o que pretendia antes que se encontrasse num lamentável estado de excitação. Já caíra naquela armadilha na noite anterior. E mesmo nesta manhã, quando ela lhe entregara o bebê para que pudesse tomar banho, havia precisado de toda a sua força de vontade para não explorar a boca dele novamente.
No exato momento que Cait ia pigarrear para lhe chamar a atenção, Sam derrubou o peso sobre a barra, desceu o banco, sentou-se e balançou as pernas sobre a lateral. Quando ela moveu-se para o campo de visão dele, Ele pareceu  surpreso.
_O que você está fazendo aqui? — perguntou ele se levantando e passando um braço sobre a testa suada. — Esqueceu alguma coisa?
Ela esquecera de si mesma na noite anterior. Poderia ter um lapso de memória neste momento se não parasse de olhar para aquelas coxas bem torneadas, e uma área não muito distante, acima das coxas.
— Na verdade, eu esquece o contrato e percebe hoje pela manhã que tinha que comprar Fraudas para Lizzie. — Somente uma desculpa para retornar, e não muito boa.
Claramente, ele percebia que era uma desculpa.
— Você poderia ter me ligado, em vez de dirigir todo o caminho de volta até aqui.
— Certo, este não foi o único motivo pelo qual eu voltei. Quero conversar sobre o que aconteceu na cozinha.
— O café não estava tão ruim esta manhã. Talvez um pouco forte, mas já tomei piores. — O sorriso de Sam era provocativo, assim como o tom de voz.
— Eu não me referia ao café, e você sabe disso. Ele apontou para uma prateleira à esquerda dela.
— Pode me passar uma toalha?

Em vez de arriscar muita aproximação, Cait pegou a toalha branca e jogou para ele. Após cair no chão, Ele pegou do piso de cerâmica marrom e esfregou-a lentamente no pescoço e no peito. Como ela desejou ser aquela toalha...
— Como eu estava dizendo — continuou ela — preciso explicar minhas ações da noite anterior.
Ele jogou a toalha sobre a barra lateral da esteira.
— Não precisa explicar nada, Cait. Eu sei o que está acontecendo com você.
Ela devia ser muito transparente.
— O quê?
— Sim. Seu namorado está a quilômetros de distância e seus hormônios estavam. Flor da pele... É Isso acontece.
Ele estava tão longe da verdade que aquilo nem mesmo era engraçado. Exceto talvez pela teoria dos hormônios.
— Você não tem idéia do que está falando.
— Eu sei exatamente do que estou falando. Quando nós estávamos juntos, eu não podia me aproximar que você me agarrava. Não importava onde estávamos. Em restaurantes, você colocava a mão sobre minha coxa debaixo da mesa e me provocava. Lembro-me de uma vez no cinema quando tivemos de sair no meio do filme porque você ficou completamente excitada com uma cena de amor. Não conseguimos chegar nem ao estacionamento. Não que eu esteja reclamando. Espero ansiosamente por dias como aqueles.
— Você é Ridículo — Mas era pura verdade. Quando ela ovulava, seus hormônios a deixavam num enlouquecedor estado de excitação. Na realidade, com ele, costumava se sentir assim quase todos os dias do mês.
— Diga-me uma coisa, Balfe — murmurou ele com aquela voz sexy e desafiadora. — Seu namorado tem vigor suficiente para lidar com você nos dias que sua excitação leva horas para ser aplacada? Ele sabe precisamente onde tocá-la e o que falar para levá-la à extremidade do prazer, como eu sei?
Uma série de imagens do passado surgiu na mente dela, envolvendo seu corpo inteiro em calor.
— Isso não é da sua conta, intrometido.
Ele teve a audácia de tentar um olhar inocente.
— Eu só estava curioso.
— Bem, pode parar com sua curiosidade. Preciso voltar. — Antes que ela se encontrasse em outra situação complicada. — Não se esqueça de apanhar Lizzie esta tarde.
— Não se esqueça de colocar as Fraudas ao lado dos três pacotes que eu comprei dois dias atrás.
Ela virou-se e caminhou para a porta, o som da risada dele seguindo-a para dentro da casa, onde ela tomou a decisão de impedir-se de retomar o que tivera com Sam um dia... uma vida sexual plena e ardente.
Talvez dar o telefonema não fosse uma idéia tão agradável, mas ela sentia que não tinha outra opção. Seguiu o corredor, entrou em seu quarto, pegou o celular da bolsa e acessou o número na memória. O telefone tocou duas vezes.
— McCartney
— Ei John é a Cait
_ Trina?_ disse o homem do outro lado da linha.— É bom ter notícias suas, seu Pai disse que havia voltado pra Escócia, como está? E o bebê?
_ Estamos Bem John.- disse ela.
_ Sabe quando volta? - quis saber.
_ Em breve.- respondeu._ Olha precisamos conversar realmente mais agora eu estou atrasada pra um compromisso, você pode ligar?
_ Claro que sim.
— Na verdade, eu quero que você me ligue no número de telefone que eu vou lhe passar.
— Eu não sabia que você havia-se mudado.
—No último fim de semana. É uma longa história. — E aquilo era tudo que ele precisava saber no momento. — Eu não entrarei em detalhes agora, mas ligue para mim esta noite, no telefone de casa. Eu explicarei então.
— Eu ligarei. Há algumas coisas que preciso lhe contar também.
— Você tem papel e caneta?
— Pode falar.
Cait ditou as informações, depois disse:
— Lembre-se, ligue no número de casa. É importante.
— Entendi. O bebê não fez quatro meses ontem não é?
Deus, Ela não se lembrara do aniversário da própria filha. Que bela mãe estava se saindo.
— Sim, ela tem oficialmente quatro meses de idade. E está crescendo muito depressa. Você não irá reconhecê-la quando nós nos mudarmos pra aí.
— Provavelmente não. Dê um beijinho nela, certo?
— Farei isso. Agora tenho que ir, até logo
Após desligar, Cait guardou o telefone na bolsa e instantaneamente se sentiu envergonhada. A situação estava fugindo do controle,  Especialmente agora. Não depois do beijo perturbador da noite anterior. Não depois que ele tinha admitido que o fator namorado o ajudara a manter o controle. Ótimo que ele tivesse se controlado, porque ela parecia estar perdendo tal capacidade.
Manter a farsa até sua partida poderia se revelar uma tarefa árdua. Ela temia que pudesse escorregar em algum momento. Talvez devesse fechar a boca com esparadrapo toda vez que estivesse perto dele. Talvez isso fosse benéfico em dois níveis: não falaria nada que a comprometesse nem iria dar mais beijos nele.
O beijo ardente tinha sido a maldição de sua existência, tanto na noite anterior quanto durante toda a manhã. Mas o trabalho a chamava, e talvez este dever a ajudasse a tirar Sam e o beijo da cabeça.

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