Capítulo 8

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Dizer que o quarto de bebê era sensacional seria uma declaração muito simples. O quarto tinha sido meticulosamente decorado em tons de roxo claro, incluindo um edredom com desenhos de borboleta cobrindo um berço branco redondo com um dossel combinando.
Todos os imagináveis bichos de pelúcia alinhavam-se em volta de um pequeno sofá-cama colocado debaixo de uma janela em arco com cortinas de babados lilás
Cait voltou-se para Sam e sorriu.
- É inacreditável. Como você conseguiu tudo isso em uma semana?
- Tive alguma ajuda.
Sem dúvida, de alguma mulher, considerando o toque feminino reconhecível.
- Sua atual namorada?
Agora, por que cargas d'água ela perguntara aquilo? Na verdade, não queria saber.
- Não tenho namorada - disse ele. - E mesmo que tivesse, não confiaria a decoração a ninguém, portanto pedi a Minha Cunhada Ela aceitou e assumiu, embora eu tenha dado a palavra final sobre as decisões dela.
Cait foi pega por um misto de alívio por ele não estar comprometido,
- Ela fez um trabalho maravilhoso, mas enquanto a Chrissie? Como ela está aceitando a novidade sobre ter mais uma neta?
O olhar de Sam vacilou.
- Ainda não encontrei tempo para contar a ela
Muito provavelmente ele não tinha encontrado a coragem para lhes contar. Embora Ela já tenha conhecido Cait, sabia de seu relacionamento e do término repentino.
Quando Lizzie começou a se contorcer, Cait disse:
- Eu acho que alguém precisa trocar a fralda. Você se importa de pegar a sacola dela para mim?
- Não é necessário. - ele caminhou até um closet e abriu portas para prateleiras estocadas com tudo que um bebê poderia precisar.
Ele puxou uma fralda do alto da pilha, uma caixa de plástico com lenços umedecidos e um trocador cor-de-rosa para mudança de fralda que colocou sobre o sofá cama.

- Dê-me ela que eu farei isso.
Cait não foi capaz de mover-se por um momento, surpresa.
- Tem certeza?
Ele bateu no sofá-cama e sorriu.
- Sim. Estive praticando.
- Com quem? - quis saber desconfiada.
Ele sorriu e piscou.
_ Isso é segredo. - disse, não contaria a ela que tinha praticado em uma das bonecas que Cirdan havia lhe dado de uma de suas sobrinhas.
Ele pareceu de repente sem graça.

Cait deitou Lizzie no trocador. O bebê olhou para ela antes de voltar sua completa atenção para Sam, que se sentou na beira do colchão.
- Posso não ser tão rápido como sua mãe, filha - começou ele enquanto retirava a fralda molhada. - Portanto, você tem de ser paciente com seu velho pai.
Cait manteve uma distância razoável, permitindo dá espaço a ele, Afinal de contas, mudança de fralda não era uma cirurgia de risco. Como um profissional, Sam deixou o bebê limpo e com fralda trocada em poucos momentos, e o tempo todo Lizzie simplesmente olhou para ele, sorrindo.
Cait não pôde segurar próprio sorriso.
- Bom trabalho. E agora que passou nesse teste, o grande vem um pouco mais tarde.
- Você vai me graduar na preparação de mamadeira?
- Não. Você vai dar um banho na sua filha.
Sam olhou de volta para ela e franziu o cenho.
- O quanto isso pode ser difícil?

****

Bebês deveriam vir com manuais. Sam chegou a essa conclusão ao perceber que sua filha ensopada, contorcendo-se, teria que sair da água em algum momento. Felizmente, a banheira que Cait levara cabia dentro da pia do Banheiro, o que significava que ele não tinha de agarrá-la de uma posição ajoelhada. Isso não tornava a tarefa menos assustadora.
- E se eu derrubá-la? - Isso vindo de um homem daquele tamanho era pra rir.

Cait abriu uma toalha cor-de-rosa contra o peito.
-Você não vai derrubá-la. Apenas segure-a com firmeza, como eu lhe mostrei, depois entregue-a para mim. Não é tão difícil.
Lizzie sorriu como se estivesse se divertindo à custa dele. Mas, então, ela vinha sorrindo para ele desde que tinha chegado. Aquele sorriso era mais valioso do que qualquer prêmio que ele já havia ganhado
- Certo, vamos lá, pequena. Tente não se mexer demais. Vagarosamente, ele pegou o bebê pela cintura, ergueu-a com cuidado e entregou-a para Cait antes que um pingo de água caísse no chão.
-Não foi tão difícil, foi? - perguntou ela.
Difícil, não. Assustador, sim. Não que ele admitiria o quanto estivera ansioso.
- Muito fácil.
Cait embrulhou o bebê na toalha e seguiu pro quarto.

Sam a seguiu para o quarto do bebê, uma vez lá, Cait pôs a filha no berço e pegou uma fralda e talco antes de retornar ao bebê.
- Você terá de achar um macacão para ela. Estão numa sacola azul em algum lugar do meu quarto. Eu deveria ter desfeito as malas, em vez de dormir com sua filha.
Ele tinha insistido para que ela cochila-se no sofá-cama do quarto de Lizzie. Em outra época e lugar, teria lhe pedido que se deitasse com ele, não exatamente para um cochilo.
- Você precisava descansar um pouco. Além disso, não precisa achar roupas para ela esta noite.
Cait pareceu assustada.
- Eu não vou deixá-la dormir só de fralda.
- Não foi isso que eu quis dizer. - ele atravessou o quarto e abriu a primeira gaveta de uma cômoda, para mostrar diversos trajes de todas as cores imagináveis. - Minha Cunhada me ajudou a comprar.
- Foi muita gentileza dela.
- Ela gostou de fazer isso. - Ele vasculhou a gaveta, e após achar um item em particular virou-se e estendeu-o. - Este fui eu que escolhi.
Cait sorriu ao ler as palavras bordadas na frente de um macacãozinho verde claro: "Menina do Papai."
A parte de vestir não pareceu tão intimidadora comparada ao banho. Mas, então, ele tinha de admitir que todos aqueles botões de pressão pareciam confusos.
- Tudo bem, mas não me culpe se eu abotoar errado.
Quando Cait se moveu para o lado, Sam abriu a toalha que embrulhava Lizzie e colocou a fralda com facilidade. Agora vinha a parte difícil.
- Os pés primeiro - murmurou Cait antes que ele tivesse tempo para descobrir os mecanismos.
Ele conseguiu enfiar as perninhas dentro do macacão, mas não tinha certeza de como ia lidar com o resto.
- Eu não vou machucá-la quando puser os braços dela aqui dentro, vou?
- Coloque um braço de cada vez.
Sam ficou surpreso que não era tão difícil quanto parecia. É claro, Lizzie era totalmente cooperativa, como se já tivesse feito aquilo antes.
Provavelmente, porque tinha feito. Depois que ele vestiu o macacão, iniciou o processo de fechar os minúsculos botões de pressão, que começavam nas pernas e acabavam no pescoço. Pulou apenas alguns no começo, mas logo tinha sua filha vestida.
- Pronto, menina. Você foi muito bem.
- Você também - disse Cait, com um sorriso amplo.
- Obrigado. Espero me tornar mais rápido com a prática. E agora?
- Você pode alimentá-la, se quiser.
Sam baixou os olhos para seu peito, então, ergueu-os novamente.
- Caso você não tenha notado, eu não Tenho exatamente o que você tem.- brincou

Cait acabou rindo e batendo nele com a toalha.

_ Eu sempre tiro leite pra caso de emergência, então,.- disse pegando Lizzie e depositando um beijo em sua testa.- Vou lá embaixo esquentar e já volto - disse entregando-lhe a bebê.
Assim que Cait Saiu, Ele sentou na cadeira de balanço com sua filha nos braços. Ela olhou para o rosto dele por um momento, antes de levantar a mãozinha fechada e bater duas vezes no queixo dele.
- Certo, eu provavelmente mereço isso, por diversos motivos, incluindo não estar presente no dia que você nasceu.
Lizzie sorriu como se dissesse: Tudo bem, papai. Você está perdoado. Ele inclinou-se e beijou a pequena testa, inalando o xampu infantil de lavanda que, segundo Cait, tinha propriedades tranqüilizantes.
Ela se parecia muito com ele mas tinha traços de Cait também, um pouco de cada um deles, sorriu e
continuou maravilhando-se com as feições de sua filha, e reconheceu que todos os pais novos provavelmente se sentiam da mesma maneira que ele... pensando que seu filho era perfeito. Mas em sua opinião, Lizzie era o retrato da perfeição. Rosto perfeito. Mãos perfeitas. Temperamento doce e perfeito.
Sem aviso, ela fez uma careta, um beicinho, antes de dar um grito que poderia rivalizar com um alarme de carro. Sentindo-se impotente, Sam ergueu-a contra seu ombro e balançou a cadeira rapidamente, batendo de leve nas pequenas costinhas. E quando isso não funcionou, ele se levantou e andou pelo quarto.
Felizmente, viu Cait aparecer, mamadeira na mão e falando:
- Este é o choro de fome dela.
-Imaginei - replicou ele, pegando a mamadeira e sentando-se de volta na cadeira de balanço.
Milagrosamente, no minuto que ele pôs o bico na boca do bebê ela ficou silenciosa, a não ser pelos sons de sucção. Sim, estava definitivamente com fome.
Cait permaneceu em pé ali perto, observando cada movimento dele.
- Certifique-se de manter a mamadeira inclinada de modo que ela não sugue muito ar para o estômago. Um bebê com gases não é um bebê feliz.
- Estou fazendo isso certo? - perguntou ele.
- Sim, está.
- Você planeja me observar até que ela termine?
- Pretendo.
Sam meneou a cabeça.
- Prometo que não vou fazer nenhuma bobagem, então, enquanto isso, por que você não vai tomar um banho?
- Não acho que seja uma boa idéia.
Frustração o assolou com força total,
_ Cait eu sou o pai dela.- Começou _ Confie em mim.- pediu
" Um pouco difícil depois de tudo que me fez passar" pensou, cruzou os braços.
_ Não sei ainda se posso.
_ Por favor? - pediu mais vez
Cait se deu por vencida e deu uma última olhada neles e saiu do quarto rumo ao seu, estava mesmo precisando de um bom banho.

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