Capítulo 26

611 38 1
                                    

Cait havia marcado com Bárbara em uma cafeteria perto de onde estava, assim que chegou, viu a amiga sentada em uma das mesas que ficava ao ar livre, em uma das laterais do estabelecimento.
— Cait, o que houve?
Cait Pegou uma cadeira e uniu as mãos à sua frente.
— Eu preciso lhe pedir um favor.
— Contanto que esteja ao meu alcance.        
— Quero me mudar de volta com Lizzie, se não tiver problema para você.
Bárbara parecia genuinamente surpresa.
— O que aconteceu com você e o Sam?
Cait soltou um suspiro profundo.
— É uma longa história.
— Ele fez alguma coisa? Porque, se for o caso... — Ela pegou uma faca de manteiga e ergueu-a. — Apenas me diga aonde encontrá-lo.
— Criatura não é nada disso... é só que... É complicado, Bárbara. Coisas que eu não planejei, aconteceram.  Fazer amor com ele novamente. Apaixonar-se por ele, por exemplo. Como se um dia tivesse deixado de amá-lo. — Agora tudo parece ter saído do controle, e preciso me afastar dessa situação.
A loira deixou a faca de lado e recostou-se na cadeira.
— Você dormiu com ele?
— Somente uma vez. — E eles não tinham dormido muito. — Na verdade, quatro vezes em 12 horas.
A moça arregalou os olhos.
— Quatro vezes? Eu não sabia que o homem tinha tanta energia. E também não conhecia este seu lado.
— Não preciso dizer que fazia muito tempo. — Para ambos.
— E agora você deixou todos esses sentimentos se embaralharem em confusão. — Bárbara parecia bastante desgostosa. — Eu não lhe avisei sobre isso?
Todos os avisos do mundo não poderiam ter impedido que os sentimentos de Cait por Sam ressurgissem. Mesmo agora, ela ainda o amava, alguma coisa que não ousava admitir.
— Não é somente sexo, Poucos dias atrás, eu soube exatamente por que ele rompeu comigo.                               
— Outra mulher?
— Leucemia.
Bárbara ficou boquiaberta.
— Esta é nova. Eu já ouvi "Um cachorro comeu meu celular" e "Estou me mudando para a Malásia para viver numa cabana", mas nunca ouvi um cara inventar uma doença como desculpa.
Sua amiga sempre fora cética no que dizia respeito a relacionamentos. Cait começara a concluir que talvez a amiga tivesse uma justificativa para seu ceticismo.                                        
— Ele não inventou a doença. Sam foi submetido a um transplante de medula óssea, oito meses atrás.
— Obviamente, ele foi bem-sucedido.
— Sim... - disse Cait._ Ele terminou comigo por isso, achava que iria morrer e não queria que eu passe por tal perda.
A loira  deu um sorriso travesso.
— Não posso acreditar que vou dizer isso, mas minha opinião sobre o cretino acabou de melhorar. Quem pensaria que o sujeito tinha alguma honra? Mas não estou entendendo por que você quer se mudar, agora que ele se abriu.
Ela ficou surpreendida ao ouvir a amiga dizer algo favorável acerca de Sam, e também por estar sugerindo que Cait permanecesse na relação,
— O problema é que ele não me contou no minuto que me mudei pra casa com ele. E também teve muitas oportunidades de revelar o segredo desde então.
— Mas você não deveria levar em consideração o fato de que ele finalmente lhe contou? — perguntou Bárbara.
Aqui vinha a parte complicada.
— Sim, mas Sam também falou que se pudesse fazer tudo de novo ainda não me contaria, porque o problema era dele, não meu. E este é o ponto crucial do assunto. Ele não tem ideia do que um compromisso com alguém realmente significa. No que me diz respeito, não posso estar envolvida com alguém que não será aberto e franco, querendo compartilhar o que quer que a vida lance sobre você.
A loira ficou sentada em silêncio por um momento, parecendo pensativa.
— Não fica enfadonho ser tão rígida ao ponto que você não pode ceder um pouco e aceitar que as pessoas cometam erros por boas razões?
Certamente ela não ouvira sua amiga corretamente.
— Não sei o que você está dizendo.
Disse e cruzou os braços, parecendo uma mãe desaprovadora, prestes a dar um sermão.
— Vamos apenas pensar sobre isso um minuto. Ele não lhe contou no início que estava doente para protegê-la. Você lhe disse que tinha um namorado, uma mentira infame, para se proteger. E se bem me recordo, você não tentou arduamente entrar em contato com Sam quando descobriu que estava grávida, o que também me leva a acreditar que isso tinha a ver com autoproteção. Estou no rumo certo?
Ela detestou admitir. Sua amiga colocara alguns pontos válidos.
— Mesmo assim, não poso mais viver com ele. É doloroso demais saber que talvez nós não possamos resolver nossas diferenças.
— Você nunca as resolverá se desistir agora. A menos que seu dilema envolva a recusa de Sam em ter um compromisso verdadeiro.
— Ele quer se casar comigo. Eu simplesmente não sinto que posso confiar nele e fico pensando a todo momento que ele pode me magoar de novo.
Bárbara pegou as mãos de Cait nas suas.
—Você sabe que a amo como uma irmã, Cait. Você é uma das melhores pessoas que eu conheço, uma profissional incrível, Mas agora está agindo de maneira tão tola porque não pode ver o que é certo na sua frente.
Bárbara realmente a chamara de tola?
— Você se importa de explicar minha aparente falta de inteligência? A loira ergueu o dedo indicador.
— Primeiramente, a menos que ele venha a ser um pai de baixa qualidade, não é uma boa idéia que você negue a Lizzie a oportunidade de ligar-se a ele. — Ela juntou o dedo do meio ao indicador. — Em segundo lugar, você poderia parar e considerar por que está realmente fugindo.                                                         
Claramente, a amiga estava inclinada a indicar os motivos dela.
— Eu não sabia que você havia mudado de especialidade, de consultora de Moda a Psicologa  — disse Cait.
_Estou apenas sendo direta, Cait, como sempre fui. Pelo que pude deduzir, você está com medo de perder Sam porque o perdeu uma vez.  Está recusando as possibilidades porque é mais fácil proteger-se de novas perdas. Mas, como dizem: "Quem não arrisca não petisca,"
Embora a amiga pudesse muito bem estar correta nisso tudo, Cait sentia que seu coração não poderia aceitar perde-lo de novo, ele não poderia abandonando-la mais uma vez. Mas concordaria com a declaração de sua amiga sobre o relacionamento da filha com o Pai.
— Você está certa sobre uma coisa: não me mudarei com o bebê agora, especialmente porque estaremos partindo para a Irlanda em poucas semanas. Ela precisa conhecer melhor o pai no tempo que nos resta na Escócia.
— Então você não vê nenhuma espécie de futuro com ele? — perguntou Bárbara.
— Não, o a menos que ele encontre um meio de me provar que está nessa relação por longo período.
—Então talvez você devesse lhe dar uma oportunidade para provar isso. —   Lembre-se, Cait, dê um tempo, essas coisas têm um modo de se resolverem por si mesmas. Apostaria com qualquer um que alguma coisa acontecerá para fazê-la mudar de idéia. E quando isso acontecer, procure-me e me conte que estou certa sobre tudo. - disse Bárbara antes de se despedir dela e caminhar para seu carro.

Outra Vez Amor Where stories live. Discover now