Capítulo 11

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Quando o despertador tocou alto nos ouvidos de Cait, ela rolou para o lado e tateou para que desligasse. E quando se concentrou para ver a hora, saltou da cama como um míssil.  
Depois de pegar seu roupão da poltrona no canto, ela o vestiu e foi direto para o quarto do bebê, encontrando um berço vazio e nenhum sinal de Sam ou Lizzie. O cheiro de café fresco enviou-a para cozinha, onde, deparou com uma cena mais doméstica impossível. Sam estava sentado na pequena copa, vestido numa calça de pijama azul-marinho, sem camisa, os cabelos desalinhados e o maxilar sombreado por uma camada fina de barba. Ele tinha os pés descalços apoiados sobre uma cadeira, e a filha deles reclinada contra o peito largo, a mão direita dele envolvendo as costas do bebê, enquanto a esquerda segurava seu iPad.
Felizmente para Sam, a visão serviu para apaziguar um pouco da irritação de Cait sobre não ter sido acordada para cuidar da filha.
— Bom dia para vocês dois.
Ele ergueu os olhos e disse "Bom dia" numa voz tão sensual que ela poderia passar o dia inteiro ouvindo, caso se permitisse. Aquela voz e o peito nu eram quase demais para suportar tão cedo, ou em qualquer horário, na verdade. Ela não deveria tê-lo abraçado na noite anterior. O pequeno lapso levara a pensamentos inoportunos que tinham lhe impedido de dormir.
— Parece que o monitor não está funcionando — disse ela, o tom de voz desgostoso dirigido tanto para Sam quanto para si mesma.
— Funciona, se você o ligar.
O desgosto dela aumentou.
— Por que você não me disse que não estava ligado? Sam não a olhou
— Porque você precisava dormir.
— Eu precisava ser capaz de ouvir minha filha quando ela acorda.
Sam deu um beijo no topo da cabeça de Lizzie.
— Oh, ela acordou. Duas vezes, na verdade, Mas nós nos viramos bem. Eu lhe dei uma mamadeira da primeira vez, e da segunda vez, aproximadamente uma hora atrás, nós viemos para cá a fim de ver as notícias no  mundo.

Quando lizzie o chutou, Sam sorriu para o bebê e murmurou:
— Eu sei o querida, ela não merece ele, mas estão na mídia.
Tanto Liz quanto Sam pareciam totalmente desinteressados em Cait, o que apenas aumentou a raiva dela.
— Sam, você pode largar isso por um minuto e falar comigo?
Ele lhe deu um olhar breve.
— É claro, mas por que você não toma um café? Talvez seu humor melhore.
— Meu humor está ótimo. — Ela se aproximou da mesa, beijou o rosto de Lizzie e quase fez o mesmo com ele. Era como se algum instinto passado de fazer exatamente isso estivesse impregnado em sua mente,
É de manhã e ele precisa de um beijo.
Antes que pudesse agir sobre a vontade, ela foi em direção à cafeteira e serviu-se de uma caneca que estava sobre a pia.
Inclinando-se contra o balcão, observou o elo entre pai e filha, enquanto Sam listava quem estava no Ranking dos lutadores de MMA. E Lizzie, como se entendesse o que ele estava dizendo, parecia completamente entretida.
— Você deveria ter me acordado — disse ela, sentindo-se, de alguma maneira, mais coerente e um pouco menos zangada por ele ter assumido as suas tarefas. Afinal de contas, a intenção dele fora boa, e ela não podia se lembrar da última vez que dormira a noite inteira, sem interrupções.
Ele deixou o aparelho de lado e mudou Liz para seu ombro.
— Como falei, você precisava dormir, e eu cuidei de tudo. A fralda dela está limpa e a barriga está cheia. Até mesmo recusei deixá-la assistir TV quando ela me suplicou. — O comentário foi seguido por um sorriso rápido.
— Muito Palhaço. — E assim era ele. — Muito engraçadinho.
Cait olhou para o relógio da cozinha e percebeu como tinha pouco tempo para se aprontar para a entrevista que teria com a produção de seu novo trabalho.
— Já que está ficando tarde, eu apreciaria se você cuidasse dela enquanto eu troco de roupa.
— Sem problemas.
— Eu também preciso preparar a sacola dela para a creche.
— A sacola está pronta.
Cait ficou boquiaberta por um momento.
— Como você saberia do que ela precisa?
        Ele gesticulou em direção à sacola amarela sobre o balcão.
— Eu achei a sua lista. Mamadeiras, fraldas, lenços umedecidos e duas trocas de roupas extras. Fique à vontade para conferir.
Ela estava tendo problemas suficientes para conferi-lo, particularmente o peito poderoso e aquela trilha que levava a um território que ela explorara com freqüência certa época.
— Eu confio em você desde que tenha observado a lista.
Depois que Lizzie começou a se agitar, Sam se levantou e andou pelo cômodo.
— Você confia em mim o bastante para apanhá-la mais cedo na creche, de modo que eu possa levá-la à casa da minha mãe?
Isso envolveria colocar Lizzie no carro com Sam, e embora ele fosse um bom motorista, às vezes gostava de correr.
— Você promete dirigir devagar e com segurança?
— Prometo não apostar corrida na estrada.
— Estou falando sério, Sam.
— Eu não estou brincando — murmurou ele.
Concordar com aquele pedido também significava deixar o bebê completamente sob os cuidados dele. Mas, então, a mãe dele tinha criado dois filhos e sabia o que estava fazendo. Pelo menos, Ele teria apoio se encontrasse alguma dificuldade com o bebê.
— A que horas você gostaria de pegá-la na creche?
Ele parou de andar.
— Por volta das 15h. Quero evitar o trânsito da hora do rush.
— E vai voltar quando?
Ele reassumiu seu lugar à mesa, ajeitando Lizzie sobre o colo e balançando-a gentilmente.
— Estarei em casa no máximo às 18h, talvez mais cedo, dependendo de como vai ser a reação da Dona Chrissie.
— Você, honestamente, espera problemas?
— Na verdade, não. Imagino que quando ela puser os olhos nela, não vai querer deixar a gente sair tão cedo.- sorriu
— Certo. Tenho certeza de que vocês dois irão se divertir muito.

***

Sam tinha um aperto firme na cadeirinha de segurança contendo um bebê adormecido, e um forte sentimento de que devia ter telefonado primeiro . Mas já estava parado na varanda de sua casa de infância, preparado para apresentar o mais novo neto para, assim esperava, avó orgulhosa.
Após tocar a campainha, o som de passos pesados proporcionou algum alívio em Sam. Sua Mãe estava prestes a atender à porta, e seu lendário senso de humor poderia ajudar a amenizar a situação. Ele previa que sua mãe iria agir com excessiva irritação pelo fato de ele não ter lhe contado nada sobre o bebê antes mas, acabaria se esquecendo desse detalhe assim que segurasse a neta nos braços e foi dito e feito, Chrissie tinha lágrimas nos olhos quando viu a neta na cadeirinha assim que Sam a colocou em cima do sofá, não se cansava de dizer o quanto ela era linda e de como se parecia com ele próprio quando era bebê, então a pergunta que ele já esperava saiu de sua mãe:

— Quem é a mãe?
Ele suspirou
_ Caitriona.
Chrissie sorriu ainda com a neta nos braços.
_Então vocês reataram? você contou a ela filho? - quis saber a senhora sem olhar pra ele com os olhos fixos no bebê que agora sorriu para ela.

_ Não mãe, nenhuma coisa nem outra.- avisou.

Chrissie o encarou.
_ Como não Sam.- disse confusa
_ Não acho necessário contar a ela sobre a doença, mãe.
_ Como não querido.- disse ela embalando o bebê._ Você tem que contar a ela filho, quem sabe...
Chrissie não precisava completar, ele sabia, havia sido a mesma coisa que Cirdan havia lhe dito, talvez se contasse a Cait sobre a Doença ela o perdoaria e quem sabe pudessem reatar e criar a filha deles juntos.

—Não, mãe. Ela vai embora pra Irlanda.
Chrissie o encarou
— E você vai deixá-la partir com sua filha? Com a minha neta?
Ele não gostava da idéia mais do que sua mãe.
—Eu irei visitar ela sempre que puder, posso trazê-la aqui sempre que possível.
Chrissie meneou a cabeça.
_ E também.- começou Sam._ Ela está namorando agora.

— Pior ainda, outro homem vai criar sua filha. O que você sabe sobre ele?
Não muita coisa, pensou Sam.
— Cait é uma mulher sensata, mãe Simplesmente, terei de confiar nela. E ela terá de aprender a confiar em mim com Lizzie.

Chrissie se aproximou do filho tocando seu rosto carinhosamente.

_ Espero que saiba o que está fazendo filho.- disse ela._ Só espero que não me deixe ficar longe dela, sim.- disse desviando o olhar para o bebê em seus braços.

Outra Vez Amor Where stories live. Discover now