Capítulo 24

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Não era a resposta que ela estava esperando, mas pelo menos agora sabia o que tinha de ser feito, mesmo que a decisão a deixasse de coração partido.
— Você está certo. — disse ela, ficando de pé. — Você não pode me dar o que preciso, Sua confiança.
Sam prendeu-lhe o olhar.
— Cait...
— Foi melhor assim mesmo,Por quê você não me perguntou como eu me sentiria sobre nada. Não me deu qualquer escolha.  Compromisso significa ficar um do lado do outro nos bons e nos maus momentos... na saúde e na doença. Eu não tenho como saber se você vai embora ou se vai se fechar para mim quando deparar com uma situação difícil. Essa habilidade de compartilhar tem sustentado meus pais e seus pais através de seus casamentos. Eu não me contento com menos.
— Não sei o que você quer que eu faça. — A voz dele era calma e desprovida de emoção.
Ela queria que ele discutisse seu caso, baixando a guarda. Que lutasse. 
— Se tivesse partilhado isso comigo antes, talvez haveria qualquer esperança para nós.
Talvez ela o estivesse julgando muito duramente, fechando sua mente para as possibilidades, mas não queria arriscar ser ferida por ele novamente. Melhor terminar aquilo antes que acontecesse, a despeito da dor que estava sentindo no momento. Por ele e por ela.
— O que faremos agora?
— Eu não sei.— E ela não sabia. — Só sei que.... Não posso mais ficar aqui.
— Cait por favor... não faça nada precipitadamente — pediu ele. — Preciso de você aqui, de Lizzie  na minha vida, Não quero pressioná-la por nada mais. Nem mesmo irei tocá-la. Posso não gostar disso, mas farei o que tenho de fazer, contanto que você fique aqui, Eu sei que errei mas eu fiz isso pra proteger você, não queria vê-la sofrer por mim.
Cait abaixou os olhos, imaginar toda a dor que ele havia passado sozinho a sufocava de algum modo, poderia ter estado ao lado dele, pra ele.
— Preciso pensar sobre isso.
E isso é o que ela faria, provavelmente pelo resto da noite. Isto e chorar com vontade, chorar por que o amava, chorar por que queria acima de tudo ficar com ele mesmo depois de tudo, mesmo com as diferenças, precisava dele assim como ele precisava dela.

Por causa do choro interminável de Lizzie, Sam quase não ouviu a campainha.
— Obrigada por vir, Mãe — disse ele depois de abrir a porta e conduzir Chrissie para a cozinha.             
— Obrigada por me telefonar, querido. — Ela colocou a bolsa e as chaves no balcão e sorriu. — Estou feliz por ajudar. Agora, deixe-me ver minha neta.
Sam entregou o bebê para a avó e encostou-se contra um dos armários da cozinha para observá-las juntas.
Felizmente a fascinação de Lizzie pelo colar de pérolas da avó fizera seu choro cessar. Se ele soubesse que um colar acabaria com o choro da criança, teria ligado para o joalheiro local e ordenado um o mais rápido possível.
— Ela esteve irritada durante toda a manhã e não quis comer — disse ele mesmo que o bebê parecesse tudo menos irritada naquele momento.
Chrissie não pareceu se importar que o bebê agarrasse as pérolas e as enfiasse na boca.
— Ela pode estar com a dentição despontando, querido.
— Não é muito cedo para os dentes? — Cada dia surgia mais uma novidade, e Sam não gostava que ela estivesse crescendo tão depressa.
A senhora deu um tapinha no traseiro de Lizzie, enquanto caminhava em volta da cozinha.
— Você teve o primeiro dente aos quatro meses e a boca toda em dez meses. Tive de desmamá-lo mais cedo que o Cirdan.
Quando sua mãe moveu-se ao lado dele, Sam afastou uma mecha de cabelos da testa de Lizzie.
— Ela não parece normal hoje. Eu provavelmente reagi de forma muito exagerada, mas é duro quando não consigo deixá-la feliz independentemente de todas as minhas tentativas.
Chrissie inclinou a cabeça e olhou para ele por alguns momentos.
— Agora você entende, não entende?
— Entendo o quê?
— Como é amar alguém mais do que a si próprio.
De alguma maneira, aquilo doía. Mas ela estava absolutamente certa.
— Sim, eu entendo. E imagino que essas preocupações não vão parar muito em breve.
— Elas nunca param, Meu filho, me preocupo com você e com o seu irmão até hoje.- disse Chrissie passando a mão no Rosto dele como se tivesse 5 anos de idade.
_ A qualquer hora que um filho sofre, os pais também sofrem.- Completou ela.
—  Ser pai tem me ajudado a compreender sua tendência

— Então você me perdoa por sufocá-lo constantemente com os cordões do meu avental?. - Chrissie Sorriu.
Sam sorriu, mas o sorriso rapidamente desapareceu. Sorrir não era algo que tinha vontade de fazer depois de seu confronto com Cait.
— Sim, eu a perdôo. Conquanto que você me perdoe por todas as vezes que errei. Aparentemente, não aprendi com meus erros, porque os cometi novamente.
Ela colocou a palma da mão na face dele.
— O que você fez, meu doce rapaz?
Sam pegou Lizzie dos braços da mãe e colocou-a no balanço, depois puxou uma cadeira da mesa do café da manhã.
— Sente-se. Isso pode levar algum tempo. — Depois que sua mãe se acomodou, Sam contou o que havia acontecido entre ele e Cait três dias atrás. Terminou com: — Eu causei um estrago permanente no nosso relacionamento, não contando a ela o que ela precisava ouvir. Agora não há esperança para nós, Mãe.
— Oh, Filho. Sempre haverá esperança. Você somente tem de continuar acreditando e aproveitando o tempo que ainda tem com ela.
Lizzie chorou novamente, fazendo Sam tirá-la da cadeira de balanço.
— Isso é o que eu quero dizer, mãe. Ela parece estar com alguma dor.
Chrissie franziu o cenho e sentiu a testa da Neta.
—Aparentemente, ela não tem febre, mas isso não significa nada. Ouvi dizer que o vírus da gripe  está solando. Ela pode ter pegado o vírus na creche.
— Verdade. Mas até agora ela não tem outro sintoma.
— Se pegou o vírus, você logo saberá. E se isso acontecer, dê-lhe a maior quantidade de líquidos que puder. Bebês desidratam muito rapidamente. — Ela olhou para seu relógio e levantou-se. — Sinto muito precisar correr, mas tenho uma reunião com a diretoria da galeria em 15 minutos. Ficarei feliz em voltar depois, se você quiser.
Sam levantou-se também com o bebê embrulhada seguramente nos braços. Naquele momento, sua filha não parecia nem um pouco aflita. Talvez um dentinho estivesse nascendo.
— Obrigada mãe. — Mas ele ainda não possuía um plano de ação no que se referia aos seus problemas com a mãe de sua filha. — Eu gostaria de saber o que fazer.
— Isso é fácil, querido. Ligue para Cait se você ainda está preocupado com o bebê.
— Eu quis dizer que não sei o que fazer com relação a ela. O pensamento de vê-la partir está me matando.
Novamente sua mãe acariciou-lhe o rosto.
— Se eu fosse você, começaria por lhe dar algum espaço.

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