Capítulo 5

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— Você só pode estar de brincadeira né?
Sam não ficou nem um pouco surpreso pela reação dela, embora tivesse se surpreendido pela sua própria oferta espontânea. Contudo, a idéia toda fazia perfeito sentido.
— Nunca falei tão sério na minha vida.
Ela franziu a testa numa quase careta.
— Você perdeu o juízo.
Possivelmente, por pensar que ela pudesse concordar com aquilo. Mas ele não estava querendo desistir... ainda.
— É um excelente arranjo, Cait  Você pode ir trabalhar sossegada, sem precisar deixá-la num lugar ou noutro. Eu posso tomar conta dela durante o dia, e você reassume quando voltar para casa à noite, se não estiver cansada. Ora, posso até mesmo ter um jantar esperando por você.
Ela mostrava seu ceticismo na expressão.
— Você não sabe cozinhar.
—Não é verdade. Eu fiz jantar para você uma noite no meu apartamento.
Ela sorriu.
— Você esquentou um jantar que sua mãe foi muito gentil em preparar para nós.
Sam devolveu-lhe o sorriso, lembrando-se das noites incríveis que eles tinham compartilhado.
— Você não reclamou. Na verdade, não me lembro de tê-la ouvido reclamar de nada a noite inteira. — Ou pela manhã, quando ele havia feito amor com ela pela segunda vez. Ou talvez tivesse sido a terceira...
Cait pigarreou, trazendo-o para o presente.
— Deixando de lado a falta de habilidades culinárias, o que você sabe exatamente sobre os cuidados de um bebê? — perguntou ela.
Não muito.
— Tenho dois sobrinhos ou você se esqueceu?
Cait lançou-lhe. Olhar cínico.
_ Que você cuidou o quê? Nunca?
- disse ela cruzando os braços.
Sam ficou sério.
_ Cuidei sim.

Lizzie choramingou e Cait pegou-a  nos braços e deitou-a na cama.
— Dê-me uma fralda e uma caixa de lenços umedecidos — disse ela enquanto começava a abrir pequenos botões de pressão no macacão com pezinhos de Liz
Sam olhou em volta por alguns momentos antes que ela acrescentasse:
—A caixa está sobre a cômoda e as fraldas na gaveta.
Ele pegou uma fralda descartável e uma caixa de plástico que indicava claramente lenços umedecidos para bebê. Depois de entregar a fralda e os lenços para ela sentou-se na beira do colchão, perto da filha.

— Você quer fazer isso? — perguntou Cait, na expectativa.
Se ao menos ele fizesse uma tentativa, então provaria o quão pouco sabia lidar com bebê.
— Ficarei olhando dessa vez.
— Você nunca fez isso, fez?
Ela estava intuitiva demais para seu gosto, pensou Sam.
— Não.
— Foi o que pensei — murmurou Ela enquanto trocava a fralda da filha.
Sam tentou concentrar-se na tarefa da troca de fralda, mas foi distraído pelos barulhos que Lizzie emitia.
— Você ouviu isso? — Ele parecia como se sua filha tivesse recitado um musical.
— Ela começou a fase do barulho há uma semana.— explicou Cait enquanto fechava o macacãozinho de novo com a habilidade.
Quando Lizzie riu para ele novamente, Sam disse:
— Ela é risonha.
Cait pegou o bebê e segurou-a contra o ombro.
— Ela não ficará feliz por muito tempo, uma vez que já passou a hora para uma soneca.
Aquela era a dica para ele ir embora. Ele se levantou e disse:
— Tudo bem. Irei embora a fim de que ela possa tirar uma soneca. Ligarei para você mais tarde, a fim de discutir a mudança.
— Eu não falei que iria me mudar para a sua casa, Sam.
Pelo menos ela não dissera que não se mudaria, o que significava que ele tinha esperança.
—Apenas pense sobre como seria conveniente se morássemos juntos.
Ela colocou o bebê de volta no bercinho e deu-lhe um sorriso irônico.
— Não é a conveniência que me preocupa.
Ele sabia perfeitamente o que a aborrecia... a possível explosão sensual devido à proximidade deles.
— Ouça, tenho duas suítes, uma em cada ponta da casa, com dois quartos entre elas. Um desses quartos seria de Lizzie. E você teria sua privacidade.
Deus, agora ele parecia um corretor de imóveis.
— Tenho certeza que é ótimo, Heughan, mas não estou interessada.
— Você não está nem mesmo um pouquinho tentada? — Ele usou uma de suas grandes armas... uma piscadela.
Cait revirou os olhos, indicando que ele perdera a habilidade de seduzi-la.
— Tentação nos colocou nessa situação, antes de tudo.

Ele não podia discutir aquele ponto.
— Você não teria de ficar perto de mim, a não ser nos momentos que envolvessem ela. Na verdade, você estaria fora a maior parte do dia, o que deixa apenas algumas horas durante a noite, quando teria de tolerar minha presença.
—Verdade, mas, francamente, não estou certa se confio em você mesmo por cinco minutos.
Ele lutou contra um acesso de raiva, mesmo sabendo que não fizera nada para obter a confiança dela novamente.
— Ouça, Caitriona, você vai embora assim que seu apartamento estiver pronto. Isso me dá menos de três meses para conhecer minha filha. Não posso fazer isso quando ela estiver numa creche o dia inteiro.
— Você pode vê-la.
— Você quer dizer uma semana sim, outra não? Talvez um feriado ou dois? Isso não nos dará tempo para construir um relacionamento de pai e filha.
Ela suspirou.
— Vamos discutir isso mais tarde. Agora sua filha precisa dormir.
Sua filha. Só aquilo alimentou a determinação de Sam. Ele daria a Cait algum espaço, e nesse tempo se prepararia para uma batalha... ter ela é sua filha na sua casa... mesmo que não se surpreendesse se ela recusasse.
— Tudo bem — disse Sam, dirigindo-se para a porta. — Ligarei depois, ou me ligue se mudar de idéia antes disso.
— Eu não mudarei, Sam.

****
No minuto que Barbara entrou pela porta da frente, Cait não pôde mais conter o silêncio.
— Você não vai acreditar no que ele fez.
A loira pôs a mão na testa com toda a polidez de uma rainha do drama.
— Com um bebê no local? Ele não tem vergonha?
Cait revirou os olhos.
_ Não é nada disso.- disse.— Ele quer que eu vá morar com ele.
Barbara caiu no sofá e recostou a cabeça na almofada.
— Por favor, diga-me que você não concordou, Cait.
— Claro que não. — Embora ela tivesse de admitir que não pensara em outra coisa a não ser na proposta dele durante a maior parte do dia.
— Ótimo. Por um minuto pensei que você tivesse perdido o juízo  disse Barbara enquanto se livrava dos sapatos.
Cait sentou-se na poltrona oposta ao sofá e colocou os pés sobre a mesinha de centro.
— Ele diz que seria apenas temporário. Somente até que eu volte para meu apartamento.
Barbara franziu o cenho.
— Você não vai fazer isso, então por que está me contando?
Cait não entendeu por que revelar os detalhes a Barbara parecia tão importante, mas era.
— Somente quero que você note que não é o que pensa. Sam quer conhecer a filha e eu não posso, de modo algum mantê-lo afastado dela, agora que eu o envolvi na vida dela.
— Vida dela — acrescentou a amiga. — Estas são as palavras-chave. Isso não significa que você tem de morar com ele. Ele pode muito bem tê-la por algumas horas durante o fim de semana.
Aquilo parecia lógico, todavia, Cait reconhecia a razão daquele arranjo ser adequado para Sam.
— Ele também ofereceu tomar conta dela durante o dia, enquanto estou no trabalho.
_ Amiga só tenho uma coisa pra te dizer.- começou Barbara._ Essa é uma decisão sua e Você sabe.- disse ela a encarando._ Estarei do seu lado caso se decida.- completou dando um sorriso.
Cait acabou sorrindo também, Barbara era uma grande amiga.

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