Capítulo 15

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Assim que pôs Lizzie para dormir e retomou à sala, Sam deparou com um coro de risadas, graças a seus amigos felizes. Uma hora atrás, Luke, Valbo, Andrew e Oliver haviam aparecido numa limusine... cortesia do evento de esportes que haviam participado... prontos para comemorarem, ou lamentarem, o fim do estado civil de Luke. Uma vez que Sam não pudera comparecer a festa, eles tinham levado a festa até ele. Mas Sam não estava exatamente no humor de comemorar.
Ele sentou-se no sofá e apoiou os calcanhares sobre a mesinha de centro.
— Podem me dizer o que é tão engraçado?
— Você — disse Valbo. — Este paninho cor-de-rosa está na última moda.
Sam tirou a pequena toalha do ombro e jogou-a sobre a mesa, produzindo outra rodada de gargalhadas.
— Você todos estão se divertindo, não estão?
— Estamos apenas surpresos ao ver quão bem você se encaixa no papel de pai — acrescentou Luke.
Valbo teve a audácia de rir novamente.
— Uma pena que ele não tenha acesso direto à mãe. - alfinetou Oliver
Sam não queria explicar aquilo, mas se não explicasse nunca se livraria da situação atual.
— Nós concordamos em ser amigos, pelo bem de Lizzie
Andrew pareceu perplexo.
— Quer dizer que vocês dois estão vivendo nesta casa e não...
— Não, não estamos, portanto, pare com isso. — Sam não se incomodou em esconder sua irritação.
Luke meneou a cabeça
— Cara, você é forte viu, por que fica perto daquela mulher sem pensar em sexo não é brincadeira não, eu não aguentaria.
— Ela tem um namorado —  Sam comentou.
Considerando o telefonema que ele recebera poucas horas antes, aquele namorado não era mais um problema. Infelizmente, ele agora estava encarregado de dar o recado a Cait. Como e quando faria isso, ainda não sabia.
— Sabem, eu sou o único que ainda não a conheceu pessoalmente— disse Oliver.
_ Acredite meu amigo.- começou Luke._ Ela é uma delícia
_ Ei.- falou Sam._ Mais respeito. - advertiu
_ Estou sendo sincero irmão.- disse Luke._ Com todo respeito.- se defendeu

Quando a porta da frente se abriu, Valbo declarou:
— Parece que você terá a chance de conhecê-la, Oliver.
Sam baixou os pés para o chão e praticamente saltou do sofá, parecendo um pouco ansioso demais para alguém que não estava interessado em ter "acesso direto" a Cait. Os outros homens também se levantaram e ficaram silenciosamente atentos.
— Sam, por que tem uma limusine parada aqui na frente? — perguntou Cait, entrando na sala e parando de repente. Ela então olhou para cada um dos homens antes de voltar sua atenção para a garrafa de cerveja na ponta da mesa. Foi quando Sam percebeu que estava encrencado.
— Oi — disse ele. — Nós estávamos na festa da adademia do Oliver
— Desde quando uma festa requer uma limusine? — Ela conseguiu um sorriso, mas o tom de voz não soava nada amigável.
— Nós estávamos no centro da cidade — explicou Luke. — Os patrocinadores nos emprestou uma de suas limusines.
Quando Cait olhou para Sam, ele ergueu as mãos em defesa.
— Eu fiquei aqui a noite inteira.
— Entendo — disse ela. — Onde está Lizzie?
Sam notou que a postura corporal dela estava muito tensa.
— Dei um banho nela e a coloquei para dormir alguns minutos atrás.
Então Oliver se apressou-se e se apresentou.
— Eu sou o Oliver.
Ela pegou a mão que ele ofereceu para um breve aperto.
— É bom  conhecê-lo.
— Também é nós já estamos de saída. — Ele gesticulou para os outros caras apenas com um olhar. — Até mais, Sam. E foi um prazer conhecê-la, Cait.
Ela assentiu

Os amigos de Sam se despediram e foram embora, deixando ele sozinho para enfrentar a fúria de Cait. Assim que todos saíram, ele voltou-se para Ela e tentou uma expressão poderosa.
— Eu sei que isso não parece bom, mas antes que você se irrite completamente...
— Eu deveria ficar feliz ao ver você no meio de uma festa quando está responsável por nossa filha? — Ela jogou as chaves sobre uma mesa lateral e o casaco sobre o braço do sofá. — E pensei que você fosse mais responsável.

A determinação de Sam de permanecer composto começou a diminuir. — Eu estava cuidando dela, Cait. E você vê uma festa aqui?   
Ela andou até a ponta da mesa e pegou uma garrafa de cerveja.
— Quantas dessas você bebeu?
— Nenhuma. E mesmo se eu tivesse decidido participar esta noite, teria tomado apenas uma. Não o bastante para me impedir de cuidar do bebê.
Cait pôs a garrafa novamente sobre a mesa e o encarou, as mãos fechadas nas laterais do corpo.
— É assim que vai ser, Sam? Quando eu lhe telefono e aviso que vou chegar tarde, você reúne os rapazes aqui?
Ele se ressentiu da acusação.
— Eles quiseram vir conhecer a Lizzie, e eu queria que ela conhecesse eles. Não há nada de errado com isso.
— Exceto que você não pode entreter um bando de homens e fazer um trabalho adequado de pai.
        Ele experimentou a primeira onda de raiva verdadeira.
— Em primeiro lugar, eles ficaram aqui por menos de uma hora. Segundo, pessoas têm vidas, Caitriona, Visitam amigos e ainda cuidam de seus filhos, sem incidentes.
— Não se eles estiverem bebendo.
— Eu já lhe disse que não bebi. Na verdade, Luke era o único com uma cerveja. Ele a trouxe consigo.
Ela parecia tanto cética quanto irada.
— Sim, foi isso que você falou. Mas então já falou coisas antes que não eram verdade, certo?
A raiva o dominou.
— Talvez eu mereça isso, pelo que fiz com você. — Sam pausou apenas o bastante para respirar fundo. — Mas, certamente, fico magoado com a insinuação de que eu faria alguma coisa para machucar a minha filha Eu preferia morrer antes disso, Cait.

Ele virou-se e foi em direção à porta dos fundos antes que dissesse algo de que se arrependeria... novamente.
Quando ela falou "Eu não terminei ainda", Sam ignorou o comentário e saiu para o terraço, batendo as portas francesas e fazendo os vidros tremerem com a força de sua frustração. Ele sentou-se num banco de balanço, inclinou o corpo para a frente e levou ambas as mãos ao rosto.
Soubera o tempo todo que ela tinha uma opinião negativa a seu respeito, e com razão. Mas não percebera o quanto ela o detestava. O quão pouco confiava nele. Depois do telefonema do namorado dela naquela noite, ele se enganara ao pensar que ainda podia haver uma chance de recuperar o que eles tinham tido um dia, somente que melhor. No mínimo, Ele teria uma chance de finalmente ganhar o respeito dela. Porém, alguns minutos atrás, ela destruíra qualquer esperança que ele pudesse ter. E isso o devastava, mais do que ela jamais saberia.

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