Capítulo 6

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— Por favor, durma, meu amorzinho.
Cait reconheceu o quão tola parecia argumentando com uma criança de três meses. Mas estava ficando mais desesperada a cada minuto, assim como perdendo a pouca paciência que lhe restara.
Não importava o que tentara a fim de acalmar sua filha para dormir... de um passeio em volta da cidade, alimentando-a diversas vezes e embalando-a pelo que parecia horas no fim... nada funcionara.
Usando todo seu conhecimento adquirido com sua mãe e irmãs e livros, ela havia examinado Lizzie da cabeça aos pés, tomado sua temperatura e determinado que sua filha não tinha nenhum problema físico.
Então, basicamente Ela não queria dormir, a despeito da exaustão da mãe. Ela continuava revezando entre excitação alegre e acessos ininterruptos de choro. Pior ainda, o comportamento vinha acontecendo por três noites seguidas. É claro, os funcionários da creche haviam relatado que ela fora um perfeito anjinho, dormindo duas vezes ao dia por pelo menos duas horas de uma vez. Infelizmente, Cait não desfruta daquela bênção. Possuía uma agenda repleta de entrevista e eventos. Dessa forma, não seria capaz de da conta.
Quando Liz começou a chorar novamente, Cait levantou-se da cadeira de balanço e andou pelo quarto, sentindo-se como se tivesse perdido o controle da vida. Ela trabalhara duro para ser uma atriz competente, mas, obviamente, falhava nas suas habilidades como mãe.
Se ao menos pudesse fechar os olhos por alguns minutos, ou tomar uma ducha para estar bem-disposta pela manhã. E a manhã estaria chegando em menos de duas horas.
Pensando dessa maneira, ela deixou o quarto com Liz nos seus braços e dirigiu-se para o corredor. A fim de entrar no quarto de Barbara, ela poderia pelo menos ficar com a bebê tempo suficiente para ela tomar um rápido banho e talvez tirar uma soneca. Contanto que sua amiga estivesse disposta.
Quando chegou ao quarto de Barbara, Cait abriu a porta silenciosamente a fim de não assustá-la. Liz aproveitou-se daquele momento para dar um berro irritante, como se sentisse que sua mãe estava prestes a deixá-la com alguém.
Um facho de luz caiu sobre a cama, iluminando os olhos fechados da loira
— Eu realmente preciso de ajuda — sussurrou Cait.
Barbara gemeu, ergueu a cabeça e murmurou:
— Que horas são?
— Quase 4h. Lizzie está acordada durante a maior parte da noite e não dormi nem um pouco ainda. Poderia tomar conta dela por uma hora ou coisa assim, enquanto tiro uma soneca?

Somente então Cait percebeu que a amiga tinha um companheiro de cama. De algum modo, Barbara levando-o para o apartamento. Provavelmente quando Lizzie estava gritando no máximo de seus pulmões.
Cait murmurou:
— Desculpe incomodá-los — enquanto fechava a porta. E a filha sorriu para ela, como se achasse a situação muito divertida.
Cait não estava com vontade de rir. Estava muito cansada e com um pouco de inveja da amiga que podia dormir em paz. Não que trocaria sua filha por uma noite de sono. Não que gostaria de ter uma vida sem ela, independentemente do quanto fosse difícil criar um bebê sozinha.
Todavia, quando voltou para o quarto minúsculo e começou a balançar sua filha novamente, conteve as lágrimas. A vontade de chorar aumentou quando considerou seu relacionamento anterior com Sam e como havia sonhado por um futuro com ele.
Ela podia ter errado sobre isso, mas não estava errada sobre uma coisa... Sam se importava com a filha deles. Provara isso no momento que segurara Lizzie nos braços. Afirmara isso quando tinha estabelecido um fundo de garantia e, depois, oferecido seu lar para elas duas. E notavelmente, ele não a pressionara para tomar uma decisão sobre a mudança desde que fizera a oferta, seis dias atrás.
Quanto mais Cait pensava na proposição dele, mais acreditava que aquilo seria melhor tanto para ela quanto para o bebê. Ela realmente teria alguma ajuda em noites como aquelas, quando se sentia como se estivesse falhando como mãe. Quando se sentia tão sozinha!
Com ele, poderia achar alguma estabilidade por enquanto, ou pelo menos até que se mudasse para Irlanda novamente.
E quando a hora chegasse, seria ela quem iria embora, em vez de o contrário. Isso deveria ter lhe trazido alguma satisfação, todavia, ela somente se sentiu triste, e foi quando as lágrimas começaram a cair de modo determinado, suave e tranqüilo, como o pequeno bebê nos seus braços.
Cait ouviu o som da respiração estável de Lizzie e percebeu que ela finalmente adormecera. Mas não ousou tentar pôr o bebê na cama com medo de acordá-la novamente. Em vez disso, inclinou a cabeça contra a cadeira de balanço e fechou os olhos. Contudo, antes que a fadiga a dominasse completamente, tomou uma decisão. Pelo bem de sua saúde mental, sua profissão e o mais importante, pelo bem de sua filha, iria mudar-se para a casa de Sam.
E, agora que decidira, tinha somente mais uma decisão a tomar... exatamente como e quando lhe contar.

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