Capítulo 12

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Cait chegou em casa um pouco mais tarde e com um princípio de uma dor de cabeça. Mas seu ânimo melhorou quando entrou na grande sala para descobrir Sam deitado, os olhos fechados, com Lizzie descansando de bruços sobre o peito largo. Ela não podia decidir qual visão era mais bonita... o retrato de pai e filha dormindo ou aquele da manhã, com Sam lendo as notícias de esportes para filha deles.
Por mais que detestasse perturbá-los Cait precisava pôr o bebê para dormir no berço. Mas antes de desmanchar a cena pegou seu celular e bateu uma foto para eternizar o momento.
Depois de devolver o celular para o bolso da calça, ela pegou Lizzie e carregou-a para o quarto dela. Colocou-a no berço cuidadosamente, e meio que esperou que ela acordasse animada depois de uma soneca, Contudo, o bebê nem se mexeu. Parecia que o encontro da tarde com a avó a esgotara. Esgotara ambos, decidiu ao voltar à grande sala para encontrar Sam ainda dormindo. As feições relaxadas e a respiração estável indicavam que ele passaria horas ali, se não a noite inteira. A menos que ela o acordasse.
Não. Deixaria ele dormir, enquanto isso, poderia aproveitar a oportunidade para tomar um banho.

Estava desembaraçando os cabelos quando ouviu o choro de Lizzie e apressou-se para pegá-la, quando se aproximou do berço a viu acordada, agitada.

_ Oh amor.- disse trazendo-a para seu peito, beijando o topo da sua cabeça._ Você está com fome de novo? Imaginei.- disse ela pra ninguém em especial já que a bebê não entendia nada, ajeitou em seu colo e caminhou para a cadeira de balanço, suspendeu a blusa e ofereceu-lhe o seio e o choro parou no mesmo instante dando lugar ao som de sucção da filha, Cait relaxou observando-a.

Quando Sam se assustou, a casa estava no completo silêncio e Lizzie não estava mais deitada em seu peito, Cait havia chegado, Levantou-se passando a mão nos cabelos e subiu as escadas, se aproximando do quarto da filha ao ouvir a voz suave de Cait e pela fresta da porta a viu sentada na cadeira de balanço com a filha no seio.

_ Você passou o dia com papai foi?.- perguntava ela passando a ponta dos dedos nas bochechas da filha suavemente._ Você conheceu a sua avó? - continuava falando enquanto a garotinha a olhava atentamente enquanto tinha o bico do seio na boca, nunca havia dito a oportunidade de vê-la amamentando, mas havia lido sobre e sabia que aquele era um momento do bebê e da mãe, não queria atrapalhar mas não queria ir embora, sentia-se tentado a se aproximar mais, porém decidiu não atrapalhar quando já ia se virar bateu o pé na porta fazendo barulho, fechou os olhos.

_ Sam? - chamou Cait.
Ele se virou e colou a cabeça pra dentro do quarto.

_ Não queria encomodar.- disse.
_ Não encomoda.- disse ela desviando o olhar dele pra filha._ Ela já está quase dormindo.
Sam acabou entrando.
_ Não vi quando chegou.- falou caminhando até o sofá cama e sentando-se.
Cait sorriu.
_ Estava capotado no sofá.- falou  e foi a vez dele sorrir

_ É, foi um dia agitado.- disse ele._ Você já jantou? - quis saber
Ela negou com a cabeça.
_ Vou preparar algo.- disse ele se levantando.
_ Espero que não coloque fogo na cozinha.- alfinetou ela e ele se virou.

_Para seu governo Balfe.- começou ele._ Sou um rapaz muito prendado.
Cait deu risada do Tom brincalhão dele.
_ Se me esperar um pouco desceremos juntos.- disse ela se levantando e colocando a filha pra arrotar e depois a colocou no berço.

***

Cait seguiu Sam para cozinha e ficou em pé enquanto ele pegava um prato coberto por plástico da geladeira e o colocava no microondas. Virou-se e se inclinou contra o balcão.
_ Achei que fosse fazer o jantar.- disse ela.
E Sam riu brincalhão.
_ Passei no restaurante na volta e comprei.- falou ele se virando e abrindo o armário a fim de pegar dois pratos.
Cait balançou a cabeça e Sentou-se no banco alto
— Como foi o seu dia?
— Bom, fechei negócio com algumas marcas.- disse ela.
_ Achei que fosse reunião pra algum novo trabalho.- disse Sam desligando o microondas.
Cait deu de ombros.
_ Não quero me envolver em algo grande por agora sam.- disse ela._ Lizzie ainda é muito pequena, não quero ficar longe dela por tanto tempo.
Ele assentiu.
_ Você tem razão.- disse passando-lhe o prato com Salada e frango._ Lizzie é muito pequena ainda e precisa de você, quer dizer.- disse ele._ De nós dois.- piscou pra ela.

_ Mas então, como foi com a sua mãe? - quis saber Cait
— Melhor do que eu esperava, mas, como previ, ela ficou desapontada por eu não ter lhe contado antes.
— Você deixou claro que eu estou morando aqui apenas temporariamente?
Ele olhou para o piso de azulejo.
— Eu não troquei exatamente nesse assunto.
— Sua mãe não sabe que estou morando com você?
— Decidi que eu precisava preparar o terreno. Saber sobre o bebê foi o bastante por um dia, Desse jeito vai esfriar.- disse ele apontando pro prato dela.
Ela olhou para a comida.
— Vou esperar esfriar um pouco.
— Tudo bem.
Ela pegou garfo e faca e cortou alguns pedaços de frango.
— Eu sempre invejei pessoas que têm habilidades culinárias. Cozinhar não é meu forte, também.
Sam moveu-se para seu lado e inclinou o quadril contra o balcão
— Concordo. Nunca conheci ninguém que pudesse queimar uma panela de macarrão.
Cait virou-se no banco para encará-lo.
— Ei, isso não é justo. Aquilo foi culpa sua.
Ele deu de ombros.
— Eu não deixei a massa no fogo até que toda a água evaporasse.
— Não, mas se me recordo corretamente, você me distraiu. Tinha acabado de voltar de uma viagem a Nova York, entrou feito louco no meu apartamento e disse: "Fique longe do fogão, mulher, e tire suas roupas."
—Não foi isso que eu falei.
— Talvez não literalmente, mas...
— Nem mesmo nada parecido com isso. — Quando ele se inclinou contra ela, Cait prendeu a respiração. Sam pousou os lábios contra sua orelha e sussurrou: — Eu disse: "Senti saudade sua, amor, e quero lhe mostrar o quanto. O jantar pode esperar."
Ele afastou o rosto, mas ainda continuou muito perto. Se Cait tivesse ao menos uma gota de sabedoria, evitaria fitar-lhe os olhos muito azuis, mas não tinha, Se soubesse o que era melhor, não ousaria se levantar e aproximar-se dele, o que fez. Se tivesse algum respeito por autopreservação, seria louca até mesmo por considerar o que estava tentada a fazer em seguida. Mas estava considerando. Mais ainda, iria fazer isso... abrir mão de todo seu bom-senso por um momento de prazer. Um momento no qual podia retomar as memórias e transformá-las em realidade. Ela necessitava da intimidade, independentemente das conseqüências, e aquilo ia acontecer. Não podia evitar. Não queria evitar.

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