Capítulo 7

671 41 3
                                    

- Tudo bem, eu farei isso - declarou Cait.
A desorientação de Sam devido ao sono permitiu a única resposta lógica para a declaração abrupta da mulher.
- Fará o quê?
- Vou me mudar para sua casa.
Sam piscou os olhos, acordando e recostou-se contra a cabeceira da cama e passou a mão no rosto.
- Caitriona?
- Sim. Quantas mulheres você convidou para morar na sua casa?
Oh,Deus!
- Nenhuma. Estou apenas surpreso por ouvi-la depois da meia-noite. Ou, melhor dizendo, por ouvi-la a qualquer hora.
- Você raramente costumava ir para a cama antes das 2h.
Verdade, mas isso foi antes que ele ficasse doente. Agora fazia questão de ir para a cama cerca da meia-noite.
- Foi uma semana de loucura.
- Nem me fale.
Ela parecia exausta e talvez aquilo tivesse a ver com a decisão que tomara. E pensar que depois de uma semana sem contato e sem indicação de que ela mudara de idéia ele quase desistira. Uma semana quando decidira perder as esperanças que ela aparecesse. Aparentemente, aquilo tinha funcionado.
- Tem certeza de que é isso mesmo que você quer? - Droga. Agora parecia que era ele que não estava seguro.
- Sim, a menos que você tenha reconsiderado.
- Imagine. De modo algum.
- Certo - disse ela. - Mas, antes que prosseguimos, precisamos estabelecer algumas regras.
Sam não achou aquilo nem um pouco inesperado. Ela sempre fora dada a ordem e regras, e ele tinha quebrado mais do que poucas no relacionamento deles, incluindo sua promessa de sempre ser honesto com ela.
- Vá em frente. Estou ouvindo.
- Não tenho muito tempo, portanto, somente direi algumas das mais importantes. Espero que sua filha acorde a qualquer momento agora, algo que ela vem fazendo a cada duas horas ultimamente.
Não era de admirar que ela parecesse cansada.
- Imagino que ela herdou isso de você.
Ele deu risada.
- Lembro-me de algumas vezes quando você não conseguia dormir. Quando estávamos gravando Outlander, Você invadiu o meu Trailer às 3h da manhã. - E eles haviam se entregado um ao outro no minuto que ela atravessara. Ora, não tinham feito amor nem mesmo no sofá. Nada como um tapete no chão numa hora dessas... Você ainda tem aquela blusa da série? - A Camisa que ela usava naquela noite...
- Esta é a primeira regra, Sam Nada de viajar pela estrada da memória.
Tarde demais. Ele já viajara pela estrada da reconciliação.
- Foi apenas curiosidade - Seu tom de voz inocente não parecia muito convincente, e ele duvidou que ela também estivesse convencida.
- Eu joguei aquela blusa fora um ano atrás. - disse ela. Provavelmente, cerca do mesmo tempo que ele jogara fora o relacionamento deles.
- E quanto às outras regras?
Cait pigarreou como se estivesse preparando um discurso sério.
-Sem toques. Sem visitas conjugais tarde da noite quando o bebê estiver dormindo.
-Você faz parecer como se estivesse me condenando à prisão.
- Não. Estou apenas fazendo-me perfeitamente clara no que se refere às minhas expectativas. E vou manter Lizzie numa creche durante o dia, até ter certeza de que você é capaz de lidar com ela.
Ele apertou o aparelho.
- Boa idéia. Eu posso esquecer que ela está aqui e sair.
- Como eu já disse, tenho alguns problemas de confiança com você, e confiança é conquistada, Heughan.
Ele provavelmente merecia isso, o que somente aumentou sua determinação de provar que era bastante competente para cuidar do bebê deles.
- E se eu apanhá-la mais cedo na creche, digamos uma hora ou duas antes de você chegar em casa?
Um breve silêncio ocorreu antes que ela respondesse:
- Eu acredito que pode funcionar. Depois que estivermos lá por alguns dias e eu observar como você lida com ela. Bebês não são fáceis, Sam.
Pelo menos ele estava fazendo algum progresso.
- Tudo bem, mas ficarei feliz em assumir os cuidados com Lizzie à noite, sob sua supervisão, é claro. Dessa forma, poderá se certificar de que estou fazendo tudo corretamente.
- Talvez eu concorde com isso, contanto que você ouça o que tenho a dizer.
- Combinado. - Ele pesaria todas as palavras que ela dissesse, se aquilo significasse ter sua filha por perto. Ter ela por perto também não era desagradável, mesmo que ela estivesse inclinada a mantê-lo a distância de um braço.
- Quando você pretende se mudar? - Ele parecia tão ansioso quanto uma criança esperando a noite de Natal.
- Estarei de folga no próximo fim de semana, quando farei as malas, se isso está de acordo com sua agenda.
- Deve funcionar - disse ele, embora tivesse somente alguns dias para se preparar. Não importava. Daria um jeito de fazer aquilo acontecer.
- Acredito que só a verei no dia da mudança.

****

O dia da mudança chegou mais depressa do que Cait esperara.
Entre trabalhar e cuidar de Liz, ela de algum modo conseguira embalar seu pertences em caixas que estavam agora colocadas perto da porta da frente. E com a ajuda de Barbara carregara a maioria das coisas do bebê no carro.
No momento estava sentada na beira de uma cadeira, esperando Sam chegar para retirar o resto de seus pertences. Lizzie dormia na cadeirinha a seus pés, totalmente inconsciente que estava prestes a se mudar para uma casa com o pai que quase não conhecia. Um mês atrás, Cait jamais imaginaria tal coisa. Anos atrás, aquele fora seu desejo secreto... morar com Ele... somente que sob circunstâncias mais favoráveis. Teria apenas de aprender a aceitar a versão temporária modificada daquele desejo, se despediu de Barbara assim que Sam havia chegado e tudo estava ajeitando dentro do carro.

- O que você acha? - perguntou Sam quando Cait parou no meio da sala, examinando o local.
Ela colocou a sacola de fraldas sobre o sofá, junto com a cadeirinha de carro contendo sua filha, que dormira durante a viagem.
- É Maravilhoso. Você mesmo escolheu a decoração?
-Sim, escolhe boa parte já que a casa já veio mobíliada.
Cait assentiu
- Você quer que eu descarregue as caixas agora ou prefere dar um giro pela casa?
Curiosidade a dominara desde que ela parará seu carro no portão da casa.
- Um tour parece bom. - Ela decidiu, primeiro, soltar Lizzie do confinamento da cadeirinha e acomodou-a sobre o ombro, com cuidado para não acordá-la. - Vá na frente.

A casa era enorme e Sam a levou até a cozinha, varanda, sala de estar, lavanderia e a parte de cima onde ficavam os quartos, mostrou-lhe onde ela iria ficar.
- Agora vamos ver o meu quarto favorito.
Cait revirou os olhos.
- Não vejo necessidade de ver o seu quarto.
- Eu quis dizer o quarto de Liz, Balfe. - Ela corou violentamente devido sua suposição precipitada. - Venha por aqui.
Novamente ela o seguiu, enquanto Liz começava a acordar.

Outra Vez Amor Where stories live. Discover now