○● Prólogo ●○

22.3K 1.3K 1.2K
                                    

Estava sentada em um banco de madeira, localizado no jardim da mansão à beira da praia do meu pai, em Los Angeles, as pernas estavam flexionadas em cima do banco, e meu tablet sobre elas, nele estava aberto um e-book, estava lendo um daqueles clic...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estava sentada em um banco de madeira, localizado no jardim da mansão à beira da praia do meu pai, em Los Angeles, as pernas estavam flexionadas em cima do banco, e meu tablet sobre elas, nele estava aberto um e-book, estava lendo um daqueles clichês românticos, com um pouco de sacanagem, óbvio.

Por um momento parei de ler e observei a praia, a água azul refletindo o brilho esplendoroso do sol, o barulho que as ondas faziam ao se quebrarem sobre a areia branca da praia e comecei a pensar se realmente existia amor à primeira vista, será que podíamos acreditar nele? Naquelas histórias, como a que eu estava lendo, que descrevem como o coração perde uma batida em uma única troca de olhares entre duas pessoas? Ou quando duas pessoas se tocam e sentem uma corrente elétrica passar pelas suas mãos e se espalhar por todo o corpo?

Talvez um dia, quando eu era pequena e inocente, quando a vida não havia me pregado peças eu acreditasse, até esperava que meu príncipe encantado aparecesse, mas agora, no auge dos meus vinte e oito anos, com uma boa experiência de vida, eu não acredito mais em contos de fadas. Já tive minha cota de desilusão, até acreditei no amor, acreditei amar e ser amada, planejei minha vida ao lado de uma pessoa, mas nada daquilo era verdade.

As pessoas são cruéis, foi só isso que vi em minha vida, eu também já fui cruel um dia, mas hoje sou apenas fria.

Me lembrei de alguns dias atrás, eu havia me decepcionado, estava triste e chorando, minha madrinha me ligou de Manhattan, onde ela mantém a sede de seu consultório, as palavras dela ainda povoam a minha mente.

Mia, vocês não eram a faísca um do outro. Meu anjo, o amor pode estar em qualquer lugar: na esquina, no Starbucks, no avião, no táxi, no hospital, no shopping, está predestinado que um dia as almas vão se cruzar. Assim uma chama vai se acender, e se alastrar pelo coração, por todas as veias, músculos, órgãos, pele, por todo o corpo, vai ser maravilhoso sentir isso. Mas escute minha linda, se essa tal chama se acender em você ela vai precisar ser alimentada, caso contrário pode se apagar e se transformar apenas em brasas ou pior poeira, porque nada sobrevive sem ser alimentado.

— Eu não quero mais isso madrinha, não quero mais me machucar. - Falei com a voz embargada, em meio as lágrimas

— Veja bem meu amor, não temos como escapar, se quisermos brincar com o fogo ele vai nos queimar, seja pouco ou muito. Não tem como evitarmos de nos magoar, pois as coisas nunca acontecem cem por cento como queremos, e nem sempre tudo é bom, não temos controle sobre a vida. Mas é preciso muito amor, perdão, compreensão, amizade, entrega e isso você e o Dylan não tinham, o que vocês sentiam um pelo outro era apenas paixão, tesão, qualquer um podia ver. - Suspirei, limpando as lágrimas que escorriam pelo meu rosto Mas Mia, quando você encontrar o amor, mesmo que aconteça de sobrarem só brasas, saiba que quando é verdadeiro a chama nunca se apaga, por isso não desiste do amor ainda minha Mia, você é nova, ainda é cedo para desistir.

Essas palavras ainda me assombram, minha madrinha fez o papel de mãe quando a minha veio a falecer, ela é um anjo e sempre foi muito sábia, me ensinando a ver a vida de outras maneiras.

Mas se eu acreditei no que ela disse? Claro que não. Faísca? Chama? Brasas? Não sei de onde minha madrinha tira essas coisas, nada disso faz sentido para mim.

E além disso Mia Stark gosta mais de outro tipo de fogo e desse eu não me importo de me queimar bastante, se é que vocês me entendem.

Prazer Em Chamas - Livro I Duologia Em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora