Capítulo 1.

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Entro no banheiro e começo a tomar o meu banho, infelizmente hoje tem aula e para completar a minha felicidade diária o meu querido "amiguinho" estuda na minha sala, parece praga só pode, que encosto na minha vida esse menino, não dá pra fugir. Desde o ensino fundamental eu estudo com o Dylan, ele sempre implicava comigo na sala de aula, sempre pegava os meus brinquedos para me provocar, sempre os desenhos que eu fazia simplesmente desapareciam e eu sabia que era ele que os jogava fora, às minhas amizades sempre eram contadas a dedo porque o Dylan sempre chegava para interferir em algo.

Só o quero o mais longe possível de mim!

Desligo o chuveiro, pego a minha toalha preta e enrolo pelo meu corpo, não estou com paciência de secar o meu cabelo com a toalha, demora muito e dá preguiça, então optei pelo secador. Abri o armário do banheiro e peguei o secador, pego o pente para desembaraçar e conecto o secador na tomada, selecionei a força do vento e o quão quente gostaria e liguei, no mesmo momento acabo fechando os olhos rapidamente quando algo atinge o meu rosto e um pouco do meu cabelo. Aperto rapidamente o botão de desligar, abro os meus olhos com calma e olho o meu reflexo no espelho.

O meu dia mal começou e acontece merda na minha vida!

Alguém jogou corante vermelho no secador. Parece que eu enfiei o rosto no saco de corante vermelho ou tinta em pó, passo a mão pelos meus fios de cabelo e percebo que a tinta está se misturando com a humidade do meu cabelo recém lavado.

Agora eu sei o que aquele idiota estava fazendo no meu quarto.

Hoje eu cometo um assassinato!

Abro a porta do banheiro com força e desço as escadas com passos pesados, sinto as minhas pupilas dilatarem e um rosnado alto a cada passo que eu dou. Olho ao redor da sala e avisto o Dylan deitado no sofá rindo da minha situação.

Senhor me dê paciência, se não vou parar na cadeia hoje!

Vou em sua direção com o máximo de velocidade possível, subo em cima dele e começo a distribuir socos e tapas em seu rosto.

—EU VOU TE CASTRAR SEU ALFA IDIOTA!

—AÍ, EMILLY, PARA, tá doendo caralho!– ele grita e tenta se proteger colocando o braço na frente do seu rosto.

—Emilly Smith, o que está acontecendo aqui?– ouço a voz da minha mãe e levanto o meu olhar para poder vê-lá.

Pensei que a minha mãe iria surta comigo por estar batendo no queridinho dela, mas não foi isso que aconteceu, ela está vermelha de tanto rir.

É sério isso, até a minha própria mãe?

—Mãe!

—Desculpa filha, é que você está parecendo o cosplay da curupira!– ela tenta falar mesmo ainda estando rindo da própria filha.

—Agora que eu reparei, está parecendo mesmo, amei a minha obra prima!– olho para baixo e observo o sorriso convencido dele, mas logo dou mais um tapa no seu rosto.

—Idiota!– resmungo.

—Essa doeu, lobinha!– ele diz massageando o local vermelho.

—Emily, você já percebeu que está só de toalha?– escuto a fala da minha mãe e logo olho para baixo, percebendo que estou só de toalha.

Saio de cima do Dylan em um piscar de olhos, apertando firme o nó que prende a toalha no meu corpo. Tenho certeza que nesse momento o pimentão está com inveja da minha coloração do rosto.

—Vo‐u sub-ir para tomar outro banho.– infelizmente acabo gaguejando e começo a ir em direção à escada.

Antes da minha visão perder o Dylan de vista, percebo o seu olhar incógnita em cima de mim, as vezes ele é indecifrável e confesso que me sinto intrigada a descobrir esse lado dele, só por curiosidade.

(...)

Desço as escadas com a mochila nas costas e arrumada para enfrentar o colégio, estou no primeiro ano do ensino médio, infelizmente ainda falta dois anos e alguns meses para me formar, mas pelo menos estou quase no final do ano.

Vou em direção à mesa que ainda está com o café da manhã e começo a comer rápido, pois não estou com muito tempo para isso.

—Vamos, Emilly, você está muito atrasada, vai ficar do lado de fora da sala!– avisto a minha mãe com uma roupa formal e a sua bolsa no braço.

—Já acabei, vou comer essa maçã no caminho.– levanto da mesa e pego a minha mochila.

—Dylan foi na frente. Tenta não parar na secretária por causa dele, nada de brigas!

—Ainda bem que ele já foi, não aguentaria ver aquele ridículo, e pode deixar, dona Ana.– vou em direção ao carro e sento no banco do passageiro.

—Não sei pra que tanta briga, se vocês se pegassem ia ser mais fácil.– eu ouvi mesmo isso?

—Mãe, é mais fácil os alienígenas me abduzirem do que eu ter algum contato íntimo com aquele alfa sarnento.

—Esses jovens de hoje, todos complicados!– dou de ombros com a fala da minha mãe e desvio o meu olhar para janela.

A nossa alcateia é uma das maiores, mas para os humanos é só uma simples cidade como as outras, mas aqui é o lugar onde eu não quero sair, as plantas e árvores ao nosso arredor é o que torna essa simples cidade aconchegante. Não demorou muito para chegar no meu colégio, saio do carro quando aceno para minha mãe e caminho para dentro dos grandes portões, avistando o Pietro sentado nos degraus na pequena escada me esperando.

—Estamos atrasados, mas a nossa sorte é que agora é aula de Matemática!– ele fala assim que o abraço.

—Sim, ele não vai nem notar que chegamos atrasados!– começamos a subir os degraus que nos leva ao segundo andar, onde nossa sala fica.

O professor de Matemática é lerdo e não percebe os alunos que fila ou chega atrasados, o que vai nos ajudar a não levar falta.

—Eu me atrasei porque estava te esperando, mas e você?– ele pergunta quando estamos perto da porta da nossa sala.

—Depois te explico direito!– respondo e ele confirma com a cabeça.

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now