Capítulo 17.

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Estremesso ao sentir a água gélida percorrendo por toda parte da minha pele que segundos atrás estava em uma temperatura quente, aos poucos sinto o piso do fundo da  piscina e tento prender o máximo da minha respiração, esperando alguma reação vinda do Dylan.

Mas não é preciso nem dez segundos para poder sentir os braços do Dylan ao redor do meu corpo. Aperto o seu ombro direito com a minha mão ao sentir os meus pulmões se enchendo de ar novamente, seguro com muito esforço a gargalhada que quer sair da minha garganta.

Quando a água gelada já não me incomoda mais, analiso a situação que estamos, mordendo os lábios para evitar rir e estragar o draminha que fiz ele cair, pensando que ia me afogar, o que é realmente hilário já que essa parte da piscina não é funda e eu já sei nadar.

—Dylan, você percebeu que se eu ficar em pé na piscina a água ainda bate no meu ombro né?– pergunto finalmente deixando a risada sair com a sua atitude de me salvar sem precisar.

Gotas de água estão escorregando na sua pele molhada, o seu cabelo loiro está molhado e alguns fios estão atrapalhando a sua visão, os seus olhos esmeralda está olhando fixamente no fundo dos meus olhos, o modo que ele me olha parece que consegue ver os meus pensamentos nada puro dele que estou tendo por conta dessa aproximação. Um de seus braços estão segurando a parte de trás das minhas coxas e o outro está na minha cintura para me manter firme. Tento ignorar totalmente os sentimentos por estar tão perto dele e por está pensando o quanto ele fica insuportavelmente lindo molhado.

Não sou burra em dizer que ele não é lindo, pois estaria mentindo feio!

—Só foi para prevenir se você não bateu a cabeça ou engoliu muita água.– ele sussura cada palavra sem me soltar.

—Então você se preocupou comigo? Quem diria, Dylan Harris ficando preocupado com o meu bem estar depois de me jogar na água!– na mesma hora que eu falo, ele me solta na água e volto rapidamente para superfície, rindo dele.

—Claro que não, só não quero ter problemas com os meus tios. Você pode morrer afogada, mas não por minha causa.

—Se depender de você eu já estava morta desde pequena!

—O que? Você ainda lembra daquele dia?– ele fala me olhando confuso.

—Sim, meio que acabei sonhando com esse dia.

—Você sonhou?– mais uma vez aquele olhar incoginita aparece no seu rosto.

—Sim, todos os detalhes. Mas agora quero lhe pedir desculpa pela implicância infantil da minha parte.

—Tudo bem, está desculpada.

—Não estava esperando um pedido de desculpas, pois sei que nem se eu pedir você vai me dar. Então vamos sair dessa piscina, está fazendo frio.– falo me virando para tentar sair da piscina.

Prendo a respiração ao sentir as suas mãos na minha cintura debaixo d'Água, em um movimento rapido ele me vira para si e me prensa na parede da piscina, fazendo com que minhas costas batessem, cuidadosamente, na parede gelida.

Tento empurrar ele, mas o mesmo me prensa cada vez mais na parede, fazendo com que nossos corpos fiquem ainda mais colados.

Minha respiração fica descompensada ao sentir a sua respiração quente se aproximar cada vez mais do meu pescoço. Fico sem saber o que fazer ao me arrepiar após ele encostar a ponta de seu nariz no meu pescoço, mas logo em seguida estremeço ao escutar o seu rosnado.

Dylan...

Perco a minha fala por conta do movimento brusco que ele faz ao me prensar ainda mais na parede, tirando o seu rosto do meu pescoço, me olhando intensamente com as suas íris vermelhas.

O cheiro dele estar exalando de você desde que chegou!– a sua voz sai extremamente rouca.

Meu corpo está mole e agradeço por ele estar me segurando tão firme na minha cintura, provavelmente irá deixar marcas, mas não estou ligando para isso nesse momento, pois não está doendo.

—Que cheiro?– dou graças a Selene por minha fala sair firme e sem gaguejar.

—Você se encontrou com ele de novo!– ele fala cada palavra tentando segurar os rosnados incontroláveis.

Isso é coisa de alfa? Poder identificar os cheiros das pessoas? Porque eu tomei banho e ainda estou na piscina, como ele consegue diferenciar os cheiros que nem existe no meu corpo?

A minha boca se abre e fecha várias vezes, sem emitir nenhum som, estou sem reação olhando para esses olhos vermelhos que parece conseguir olhar a minha alma.

Mas não preciso falar nada porque o barulho de porta se abrindo nos faz despertar do nosso transe.

—Não sabia que estavam querendo nadar a essa hora!– com a voz da tia Alice, o Dylan se afasta de mim e a cor dos seus olhos voltam ao normal.

Observo o Dylan saindo da piscina sem falar nada ou olhar para mim, ele pega uma toalha que a sua mãe estava segurando e começa a se secar.

Meu olhar pousa no pulso direito da minha tia Alice, onde contém as iniciais do meu tio Carlos em uma caligrafia deslumbrante, iniciais essa que está em seu pulso desde que se descobriram companheiros, sendo impossível de se apagar. Olho pro meu pulso direito, liso sem nenhuma das duas letras nele, mas espero que logo esse local seja preenchido.

Saio da piscina e percebo que nem o vento está sendo capaz de me fazer sentir frio, a minha pele está pegando fogo de tão quente que estar. Pego a toalha na mão da minha tia e começo a me enxugar para poder entrar dentro de casa.

Sem dizer absolutamente nada, o Dylan entra dentro de casa. Espero que a minha tia Alice não tenha visto nada, mas não tinha nada suspeito para ela ver mesmo.

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora