Capítulo 15.

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Sinto as gotas de água batendo contra a minha pele, me fazendo relaxar e organizar todos os meus pensamentos. Desde que acordei a imagem daqueles olhos vermelhos não sai da minha mente, passei minutos olhando pro teto do meu quarto e refletindo, mas no final os meus pensamentos não chegaram em nenhuma conclusão concreta, porque se fosse o Dylan fazendo alguma pegadinha, eu iria ter gritado o mais alto possível.

Ou pode ter sido um sonho por conta do que aconteceu na festa! Se não fosse, a metade da alcatéia iria me ouvir.

Ontem foi tão corrido, mal tive tempo de assimilar tudo que ocorreu, estava esperando que a festa do Dylan não ia ser tão calma, mas também não achei que ia ser tão turbulenta assim. Estou me martelizando até agora, como eu pude reagir daquela forma com o Dylan?

Ele é o Dylan, aposto que na primeira oportunidade ele vai soltar alguma piadinha por ter acariciado ele na sua forma lupina!

O meu sonho de ontem parecia tão real, as lembranças, os olhos vermelhos, o modo como ele me trazia tranquilidade era surreal. Mas isso tudo só se tratou de apenas um sonho, um sonho que a minha imaginação criou.

Desligo o chuveiro e me enrolo com a toalha, quando saio do banheiro o meu olhar se fixa na janela aberta. Vou até ela e a fecho, mas dessa vez confirmo se fechei mesmo.

Tenho que lembrar de sempre fechar ela, mas no fundo desejo que esqueça desse lembrete!

Pego um short rasgado, uma blusa preta soltinha e amarro o meu cabelo em um coque. Estou com vontade de caminhar, mas antes tenho que comer alguma coisa, a minha mãe já veio me chamar três vezes para irmos almoçar.

Desço as escadas e encontro os meus pais sentados na mesa comendo.

—Por que não veio tomar café?– a minha mãe pergunta enquanto eu me sento na mesa.

—Estava sem fome, mãe!– falo pegando o meu prato que já está pronto.

—Você está bem?– dessa vez foi a vez do meu pai se pronunciar.

—Estou, por que não estaria?– paro de comer e olho para ele.

—Costume de perguntar, vai sair?

—Vou sim, pai, preciso andar.– pego o meu suco de laranja e dou um gole nele.

—Já estava esquecendo de te avisar, vamos jantar na casa dos Harris hoje.

—O quê?– pergunto indignada.

Ah não, não estou no ânimo de encarar o Dylan hoje.

Eles são os nossos amigos e faz tempo que não jantamos juntos.

—Mãe, mas tinha que ser hoje?

—Já aceitamos o convite.– o meu pai fala e dá um gole no seu suco me olhando.

—Eu preciso ir?– diz que não, diz que não!

—Claro que precisa.– depois que o meu pai afirmou suspirei derrotada.

Termino a minha refeição e levanto da mesa, caminho na direção da porta de casa e abro a mesma, passando por ela.

O vento bate contra o meu rosto junto com os raios de sol, sem olhar para casa do lado, começo a caminhar na direção da praça.

A praça fica no centro da nossa alcateia, nela um pedaço da floresta dá para ser vista, já que moramos com ela nos cercando. Não sou muito de explorar a floresta, mas porque uma vez me perdir nela quando tinha doze anos, não gosto nem de lembrar desse dia.

Crianças estão correndo por toda parte, brincando umas com as outras, sinto falta dessa época. Quando estava preste a sentar no banco da praça, sinto uma mão no meu ombro, que me faz virar rapidamente, é o Thomas.

—Não quis te assustar, estava olhando o meu irmão brincar e acabei te encontrando.– o ruivo fala e dá para perceber o seu constrangimento com o seu ato de olhar para os pés.

—Não me assustou, você tem um irmão?– pergunto curiosa e ele levanta a cabeça sorrindo.

—Tenho sim, ele se chama Isaac.

—Depois quero conhecê-lo!– digo e ele confirma com a cabeça.

—Queria me desculpar sobre ontem, não sabia que já tinha um companheiro.

—Que? Companheiro?– pergunto bastante confusa.

—Sim, aquele garoto que bateu em mim ontem.

—Espera, o Dylan?– ele afirma com a cabeça e eu começo a rir.

—Por que está rindo?– o semblante dele está confuso e eu tento cessar a risada.

—Ele não é o meu companheiro, eu nem me transformei ainda para saber e posso te garantir que a possibilidade dele ser o meu companheiro é impossível de acontecer!

—Ah, desculpe, é que pensei que talvez ele saiba que você é a companheira dele por ser um alfa e ele estava quase se transformando.

—Não, definitivamente não, a gente nunca foi com a cara um do outro desde pequenos.

E ele teria me contado... E também não sou tão azarenta assim!

—Ah, me desculpe por isso!

—Relaxa, mas você ainda não encontrou a sua companheira né? Não lembro se já te perguntei sobre isso.

—Sim, você já me perguntou. Não encontrei, mas espero encontrá-la logo.

—Talvez você possa encontrá-la nessa alcateia.

—Sim, sinto que ela está próxima, estou ansioso para ir para o novo colégio amanhã.

—Pera, você vai estudar na Forks High School?

—Sim.

—Eu estudo lá!

—Então vamos nos ver amanhã!

—Sim, amanhã eu te entrego o seu moletom.

—Não precisa de pressa.

—Acho que vamos ser ótimos amigos.

—Vamos sim!– no mesmo momento que o ruivo fala, um garotinho de aproximadamente sete anos corre até ele.

—Tom, estou com fome, vamos para casa?– o mine ruivinho fala e percebo a semelhança do Thomas nele.

—Tudo bem, Isaac.

—Quem é ela?– Isaac pergunta olhando para mim e eu não aguento de tanta fofura.

—Sou uma amiga do seu irmão, meu nome é Emilly.

—Gostei de você, quer ser minha namorada?– começo a dar risada junto com o Thomas.

—Olha o seu tamanho, pirralho!– o Thomas fala ainda rindo do seu irmão.

—Mas eu sou mais bonito do que você!

—Vai sonhando! Emilly, vou levar o meu irmão.

—Também já estou indo embora, foi bom te encontrar.– ele se aproxima de mim e me dá um abraço apertado.

—Também gostei de te encontrar, até amanhã.– ele fala se separando de mim e me dá um beijo na bochecha.

—Gostei de te conhecer, Isaac!– me agacho na frente dele e sussurro a ultima parte.—Você é mais lindo do que o seu irmão!

Observo ele sorrir convencido e olhar para o seu irmão que revira os olhos, mas com um sorriso no rosto.

Me viro na direção contrária deles e começo a caminhar de volta para casa.

Ainda tenho um jantar para ir!

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now