Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)

Capítulo 22.

Meus dedos não param de ficar batucando a mesa, o meu olhar fica dando voltas na sala sem ter de fato algo para focar a minha atenção. A voz da professora lendo as páginas do livro se tornou entediante de se ouvir, não sou só eu que estou achando isso, pessoas estão mexendo no celular, outras conversando e duas em especial estão dormindo com os rosto nos livros, Pietro e o Dylan.

Não é nenhuma novidade pegar o Pietro dormindo na sala de aula, ele sempre dorme mais que um lobo comum, mas o Dylan é totalmente o contrário, ele sempre se mantém acordado, ou estar com o celular em suas mãos, ou estar conversando com a sua dupla, um jogador do time dele.

Ele deve estar bastante cansado!

Agradeço muito que o Pietro sempre tenha me escolhido para ficar no seu lado durante as aulas, digamos que não sou muito sociável ou extrovertida com o novo, as pessoas dessa sala não valem muito apena tentar fazer amizades, mas algumas até que são legais, só que o problema sou eu e não eles.

Dou um pulo no meu lugar ao ouvir o sinal tocar, levanto rapidamente da cadeira para ir pro refeitório, mas lembro que o Pietro está dormindo e dou meia volta para acordar ele.

Não posso deixar ele dormindo, se eu fizer isso ele vai ficar puto por perder a hora que pode comer livremente.

—O sinal já tocou, hora de acordar, bela adormecida!– falo acariciando os seus fios negros, a textura é gostosa de alisar.

Percebo que chamando ele não iria adiantar em nada, então começo a balançar o mesmo, mas só consigo ouvir sussurros sem conexão vindo dele, acordar o Pietro não é um trabalho fácil de se fazer.

—Pietro, você vai perder a chance de comer e depois vai passar duas horas com fome!– elevo a minha voz perto do seu ouvido e no mesmo momento ele levanta a cabeça atordoado.

Confesso que no fundo senti pena em acordar ele desse jeito, o seu olhar de filhote indefeso percorre por toda a sala sem conseguir de fato entender o que estava acontecendo.

—Quê? Já é o intervalo?– ele fala coçando o seus olhos.

—Sim, o sinal já tocou!– respondo e ele assente com a cabeça, em seguida boceja.

Um pouco atrás de nós o Dylan ainda permanece dormindo, com os seus fios loiros espalhado sob a mesa, ele fica adorável dormindo, algo que eu nunca irei admitir na frente dele. Caminho para a mesa dele e tiro alguns fios loiros da sua testa, algo que não passou despercebido por mim, é a sua pele quente e macia por onde os meus dedos percorreram.

—Melhor você acordar ele!– falo desviando a minha atenção pro Pietro.

—Por que você não faz isso?– ele fala se sentando em cima da mesa.

—Porque o amigo dele é você e não eu.– toco mais em seu cabelo.

—Justificativa mais bosta que já ouvi!- solto uma pequena risada ao ouvir a fala do Pietro.

—Dormindo assim parece até bonitinho de longe!

—Vai me dizer que você não acha o Dylan bonito? Não mais que eu, é claro!

—Talvez um pouco, seu convencido.

—Um pouco, sei!

—Só acorda ele, talvez esse idiota tenha passado a noite em claro com alguma loba no cio desse colégio ou jogando vídeo game.– falo irritada, não consigo ficar perto dele sem me irritar, até com ele inconsciente.

Isso me faz ficar irritada comigo mesma por estar irritada.

—Claro que não, acredita que ele foi ficar com uma garota ontem aqui e nã...– ele para de falar e isso chama a minha atenção.

—Por que parou?

—Porque esse não é um assunto meu!– ele responde se aproximando de mim.

—Entendo. Melhor eu ir procurar o Thomas ou a Iza.

—Ainda não sei como é esse Thomas.– ele fala com um semblante intrigado.

—Já ia me esquecendo do moletom que preciso devolver a ele.– abro a minha mochila e pego o moletom preto dentro dela.

—Esse era o moletom que você estava usando na festa do Dylan?– o Pietro se aproxima e pega o moletom da minha mão.

—Sim, preciso devolver pro dono.

—Ele tem um cheiro peculiar, ainda consigo sentir ele empregado no moletom, mesmo com alguns produtos químicos.– ele fala colocando o moletom perto do seu rosto.

—Não consigo sentir!

—Quando se transformar você irá conseguir.– ele me devolve o moletom.

—Melhor eu ir, não esquece de acordar o Dylan, até depois.– sem esperar resposta, corro para fora da sala de aula.

Tenho que parar com a mania de correr!