Capítulo 47.

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Forço as minhas patas no chão, me impulsionando para frente em cada vez que uma delas tocam no chão, fazendo com que os meus movimentos sejam mais rápidos. O vento gélido dessa manhã fria choca no meu corpo, balançando os meus pelos conforme ia correndo entre as árvores, ansiando ultrapassar o Dylan à minha frente.

A sensação de adrenalina está correndo pelas minhas veias, fazendo com que me divirta com essa corrida pela manhã depois da minha conversa com meus pais, que foi um pouco estranha.

Acordei cedo para poder conversar com eles sobre minha mudança antes que o Dylan chegasse para me buscar pra corremos pela floresta, ontem foi o único dia dessa semana que dormi sem o calor do corpo do Dylan, passamos duas semanas inteiras apenas juntos, mas preferi dormir na minha casa e conversar com os meus pais sozinha.

Minha mãe depois que recebeu a notícia entrou em uma mistura de sentimentos, ela começou a chorar e lamentar, mas segundos depois começou a ficar animada e a dar conselhos constrangedores, e depois voltou a chorar, porque dizendo ela que a sua filhote já está crescendo, as vezes não entendo ela. Meu pai não lidou muito bem com isso, achou desnecessário a minha mudança para uma casa sozinha com o Dylan, e começou a falar vários motivos para que eu continuasse morando com eles, um desses motivos era os vampiros e bruxos que desejam a minha morte.

Confesso que estava quase desistindo de morar sozinha com o Dylan depois do discurso do meu pai com a sua lista contra toda essa situação, mas no final me mantive firme com a minha decisão, ainda mais depois de conhecer e escolher cada canto da minha nova casa. E a parte mais interessante é o nosso quintal, nos possibilitando adentrar e apreciar a floresta sempre que quisermos. Mas o meu pai não é o único paranoico nessa história, Dylan colocou vários sistemas de segurança pela casa, nos deixando bastante protegidos.

Percebo o Dylan diminuindo um pouco os passos, me dando a chance de o ultrapassar, e mesmo que seja proposital, meu lado lupino me deixa satisfeita por ganhar dele uma vez na vida.

Ao chegar na cachoeira, desabo o meu corpo no chão, pondo minha cabeça encima das patas, observando ele vindo até mim, com o seu enorme lobo negro, passando o fucinho entre os espaços que dividem os meus olhos um dos outros, descendo até o meu fucinho, me fazendo sentir o contato gélido entre os dois.

"Temos mesmo que ir para o shopping agora?"

Suas palavras ecoam na minha mente, descobri a pouco tempo que o fato de nos comunicar um com o outro na forma lupina é por causa da nossa ligação de companheirismo.

"Temos! Se não voltarmos logo para se arrumar nas nossas casas iremos nos atrasar, e não vamos deixar eles esperando"

"Mas lobinha, é mandar mensagem avisando o motivo de não ir! Vamos ficar aqui hoje?"

"Amor, temos que comprar a nossas roupas para o baile e raramente nos encontramos com todos juntos."

"Isso é golpe baixo, você sabe que eu nunca resisto quando me chama assim!"

Levanto do chão, rindo por dentro ao escutar a sua frase.

"Vamos voltar, estou muito animada em pensar que estamos acabando o ano!"

"Também, pelo menos não vamos ver o Thomas com frequência no colégio mais!"

"Para de ser birrento com ele, te falei que o Thomas está com o Pietro agora, eles estão indo com calma, mas dá para perceber os sorrisos nos rostos deles."

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now