Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)

Capítulo bônus 1/2.

Thomas narrando...

Não me importo se a minha alma gêmea é homem e não mulher, porra, são tudo seres humanos, ou melhor, lobos. Esperei muito pelo momento que finalmente iria achar a minha outra metade, já me deparei com tantas pessoas na minha antiga alcateia que foram tentivas falhas no reconhecimento da minha alma gêmea, sempre ficava analisando elas, tentando sentir algum aroma suspeito, mas no fundo eu sabia que essa pessoa que eu tanto espero não estaria no lugar que eu nasci, e quando recebi a notícia que iria me mudar, o meu lobo se agitou com a ideia de finalmente encontrar a minha outra metade.

Mas nunca se passou pela minha cabeça que essa pessoa ia ser tão teimosa assim, o Pietro está me dando tanta dor de cabeça, já fazem dias que não consigo me transformar e nem ter uma noite tranquila de sono. Foram tantas tentativas falhas de aproximação, sempre que o via no corredor do colégio os meus batimentos cardíacos duplicavam a velocidade. Os seus cabelos escuros desarrumados de manhã cedo, o seu rosto amassado me dando a informação que ele tinha acabado de acordar, os seus olhos fodidamente azuis quando se encontram com os meus por breves segundos antes dele fugir, esse garoto está me deixando louco.

Tento me segurar sempre que o vejo conversando com uma garota, que descobri se chamar Stella, e o que me faz se corroer por dentro é o fato que eles ficavam bastante antes do Pietro descobrir que tem um companheiro, pelo menos sei que ele não pegou ela depois do jogo de futebol americano. É  isso que a Emilly sempre me diz, que ele não ficou com ninguém, mas também não quer se aproximar de mim. A Emilly sempre me dá bastante informações sobre o Pietro, se ele está se alimentando direito, se está conseguindo se sair bem no colégio, se está tomando água, se está conseguindo dormir, se não se machucou, se ocorreu mais um acidente de carro, entre várias outras coisas que eu faço ela me responder.

As vezes eu só queria o prensar na parede e o fazer parar de me ignorar.

Mesmo que eu esteja o achando muito teimoso e complicado, não consigo conter os meus sorrisos ao o assistir treinar com o seu time, e não faço a menor questão de me esconder nesses momentos, sempre sento na arquibancada e fixo o meu olhar nele. Lembro-me que no primeiro dia que fiz isso ele ficou todo desnorteado com minha presença, achei tão fofo que lutava comigo mesmo para não entrar naquele campo e o apertar nos meus braços.

Saio dos meus pensamentos ao perceber que cheguei no lugar da festa, estaciono o meu carro em uma vaga perto da porta e vejo que cheguei um pouco tarde, provavelmente irei me encontrar com o Pietro nessa festa, e essa é a minha intenção. Quero acabar logo com essa tortura que está me consumindo.

Mordo os meus lábios para descontar o meu nervosismo diante essa situação e desço meu olhar pro meu pulso direito, o local onde suas iniciais estão marcadas na minha pele. Não sei se ele irá querer falar comigo ou se ele irá me rejeitar mais ainda, dói muito quando o vejo se afastar de mim, meu lobo está deprimido demais, me levando junto com essa melancolia, e sinto que não o quero apenas como amigo.

Procuro por todas essas pessoas o rosto do Pietro, mas não o encontro, tento focar no seu aroma que é uma mistura gostosa entre todas as coisas que mais gosto. Consigo captar o seu aroma que está um pouco fraco por conta das bebidas alcoólicas e essas pessoas suadas dançando.

Caminho na direção do aroma, mas acabo me deparando com a Emilly e logo abraço ela.

—Emi, finalmente te encontrei, feliz aniversário!– escuto ela se queixando de dor e me afasto dela ao sentir sua pele quente.—Puta que pariu, você está queimando!

–Sim, desculpa por não te abraçar corretamente, quero ficar longe de contato físico hoje.– ela me lança um sorriso que logo é retribuído.