Capítulo 4.

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Sinto um incomodo em meu rosto, com uma claridade me despertando aos poucos, mas não consigo abrir os olhos para levantar e desligar a luz ou fechar a janela que não me lembro de ter deixado aberta, a preguiça está muito maior e só desejo voltar a dormir, sendo que nem o alarme tocou ainda.

—Lobinha, você vai acabar se atrasando, vamos acordar?– acabo murmurando algo que não consegui entender direito, o meu cérebro ainda não está raciocinando direito.

Uma risada invade os meus sentidos e logo percebo de quem ela pertence. Suspiro abrindo minimamente os meus olhos, com preguiça de levantar da cama para o expulsar do meu quarto, e fico confusa com a câmera do celular dele mirando na minha direção.

Eu só quero dormir em paz, isso é pedir demais?

—O que você está fazendo no meu quarto Dylan?– falo ainda sonolenta querendo fechar os olhos.

—Só vim te acordar.– ele me responde com um sorriso estranho no rosto, suspeito.

Levo a minha mão até minha boca quando começo a bocejar, fazendo com que minha visão fique turva quando os meus olhos lacrimejam, e não é choro, é apenas como o meu corpo reage quando estou com sono.

—O despertador já tem essa função.– digo assim que o bocejo passa e minha visão fica ao normal.

—Estou fazendo um ato de caridade e é assim que você me trata!– olho bastante desconfiada para ele e vejo o mesmo olhando pro celular.

Puta que pariu, por que ele estava tirando foto minha?

—Espera, por que você estava tirando foto minha?– pergunto mais desperta do que antes.

—Digamos que você acordou muito linda hoje.– ele começa a rir e vou correndo para o banheiro.

Me olho pelo espelho e meu deus, estou parecendo o palhaço de it a coisa, mas versão feminina com o cabelo castanho escuro, o meu rosto está todo pintado e o meu cabelo encharcado de gel, grudado um no outro, e para piorar, minha blusa está manchada de maquiagem.

Os produtos de maquiagem não estão onde deveriam, a base foi passada em abundância misturada a uma sombra branca, me deixando bastante pálida, o batom vermelho mate está grudado no meu rosto, fazendo uma curva torta no meu rosto, a ponta do meu nariz foi pintada de batom vermelho junto ao redor dos meus lábios e em cima das sobrancelhas, sombra preta foi inserida nas pálpebras e abaixo dos meus olhos.

Respira fundo e não surta, fica calma Emily!

—Dylan, você me paga!

Saio do banheiro e vejo ele passando pela porta do quarto correndo, mas vou atrás, quase caio da escada, mas consigo chegar inteira no primeiro andar, me deparando com a minha mãe tomando café, ele vai para trás da minha mãe, a mesma cospe o café que estava bebendo e começa a rir quando me ver.

Estou pensando seriamente em trocar de mãe.

—O que aconteceu?– ouço a voz da minha mãe que tenta sair séria, mas o seu tom de voz acaba saindo como se estivesse segurando a risada.

—Esse sarnento invadiu o meu quarto e mexeu no meu estojo de maquiagem para fazer isso comigo!– aponto pro meu próprio rosto tentando não me alterar mais ainda.

—Ficou tão linda, eu sou um ótimo artista, já pode inaugurar o novo visual hoje no colégio.

—A única pessoa que vai inaugurar alguma coisa é você, o roxo dos hematomas que eu vou ter o prazer em te dá.

—Se acalma, Lobinha.– ele sorrir mostrando as suas covinhas.

Por uma fração de segundos acabo desviando a minha atenção para o seu sorriso, mas logo tento voltar a minha atenção para minha raiva que estou sentindo dele, o que não deu muito certo.

Lembro-me que quando éramos crianças a única coisa que admirava nele era seu sorriso que sempre vinha acompanhado por duas covinhas na bochecha. As vezes ficava tão hipnotizada que acabava rindo junto a ele ao observar a sua risada, mesmo que ela seja convencida ou provocativa, era bela, e tenho que admitir que ainda é, mas ele era tão idiota que sempre me provocava ao perceber o meu olhar nele, fazendo todo o encanto desaparecer.

O seu rosto é angelical, com sua pele bronzeada, seus lábios cheinhos não muito largos, os olhos verdes esmeralda que ficam perfeitamente com os seus fios loiro escuro do cabelo, e quando o mesmo sorrir fica mais lindo ainda. Mas é claro que nunca admitirei em voz alta.

—Estou vendo uma baba escorrendo pelo canto.– saio dos meus pensamentos com a voz do Dylan.

—Não se iluda!

—Eu sei que sou lindo, pode admirar que eu não irei reclamar!

Ele começa a se aproximar mais de mim, só que dessa vez foi diferente, quando ele chegou perto o suficiente de mim, dei uma joelhada bem na sua parte mais sensível do corpo de um homem.

—Ai caralho, essa doeu e muito, golpe baixo, Emilly.– ele se agacha no chão,  gemendo de dor.

—Melhor não se aproximar tanto de mim se não quiser levar outras dessa!

—Acho que vai ser difícil, gosto tanto da sua presença!– mesmo ainda gemendo de dor ele consegue usar a sua ironia.

—Eu ainda estou aqui!– ouço a voz da minha mãe e me viro para ela.—E Dylan, não mexa na maquiagem da Emi, com maquiagem não se brinca!

—E a partir de hoje irei me garantir que você não entre mais no meu quarto!– falo agora olhando na direção do Dylan.

—Claro, não vou entrar mais lá!– levanto uma das minhas sobrancelhas com a audácia por trás de suas palavras.

—Dylan, por mais que algumas "brincadeiras" que vocês tem um com o outro sejam um pouco engraçadas, não invada o espaço pessoal dela. Nada de entrar no quarto da Emi e mexer nas coisas dela!– sorrio mínimo com a fala da minha mãe e começo a caminhar na direção da escada.

Mas minha expressão emburrada volta conforme vou subindo os degraus, pois será um trabalho tirar isso tudo no meu rosto e cabelo, pois ainda tenho que ir ao colégio.

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now