Capítulo 10.

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Aos poucos uma música, que não é nada apreciada por mim, se torna mais alta no meu sonho, me fazendo despertar do meu sono. O meu corpo está mole e pesado, os meus olhos se recusam a se abrirem e tento estabelecer uma lógica de que dia é hoje.

Sábado, hoje é sábado, aniversário do Dylan. Mas a festa é só de noite, não consigo entender do porquê que coloquei esse celular para despertar. Ainda sonolenta, estico o meu braço, tatiando o meu celular, que eu sempre deixo na cama, para poder desligar o alarme as cegas.

Quando enfim consigo desligar o alarme, me aconchego mais nas cobertas para pegar no sono novamente.

—Se você continuar assim, vai acabar voltando a pegar no sono!

Ah não, de novo não!

Levanto somente a cabeça para confirmar se ainda não estou dormindo e tendo um pesadelo, mas para a minha infelicidade, não estou dormindo.

—Como você entrou no meu quarto? A porta está tracanda!– com muita preguiça, levanto da cama e encaro o Dylan com os braços cruzados.

Olho para todo o meu corpo só para ter certeza que não tem nenhuma pegadinha dele em mim.

—Pela janela!– ele fala como se fosse a coisa mais normal do mundo invadir um quarto.

—Ah claro, já que eu não posso passar pela porta, por que não entrar pela janela?

—Lembra que dia é hoje?– ele pergunta se aproximando de mim e com isso acabo recuando para trás.

—Eu não lembro nem o que eu comi ontem, acha mesmo que iria lembrar?

Mentira, eu sei exatamente que hoje é o aniversário dele, mas é claro que não iria admitir.

—É claro que não!– ele abre o seu sorriso mais debochado e começa a me encurralar na parede.

Sem ter chance de tentar fugir, ele me prende cada vez mais.

—Dá para me soltar?– pergunto tão baixo que se ele não estivesse tão próximo de mim, certeza que não iria conseguir ouvir.

Ele aproxima o rosto no meu pescoço e um flashback aparece na minha cabeça de quando estávamos no vestiário, respiro fundo e tento controlar a vontade de tocar ele, a sua respiração quente está batendo contra a pele do meu pescoço e uma inquietação começa a aparecer no meu corpo.

Emilly, para, você não é assim, afasta ele!

—Você quer mesmo que eu se afaste? O seu cheiro está ficando cada vez melhor para se sentir.

—Dylan, de manhã cedo e você já está bebendo?

—Não estou bêbado, Emilly!

Ele solta um rosnado fraco, ainda com o rosto no meu pescoço, e isso me faz estremecer, ele me aperta ainda mais e acabo colocando as minhas mãos no seu cabelo, como eu imaginava, ele é macio e fácil de deslizar sobre os meus dígitos. Quando um selar é depositado no meu pescoço, não consigo conter o aperto que eu dei no seu cabelo.

—Mas deve estar doente, você em sã consciência não iria estar tão colado assim comigo e muito menos eu.

—Talvez eu esteja mesmo doente!

Ele se afasta um pouco de mim e no mesmo momento alguém bate na porta, mas mesmo assim ele não se afasta de mim.

—Emilly, está acordada?– a voz da minha mãe fica um pouco abafada por conta da porta.

Me afasto do Dylan, que me deixa sair e vai em direção à janela, logo ele desaparece sem olhar para trás. Vou em direção à porta e abro a mesma, observando a minha mãe com um olhar desconfiado no rosto.

—A Iza já ligou umas cinco vezes perguntando se você já estava pronta.

Então era por isso que eu tinha colocado o alarme, marquei de ir comprar a roupa para hoje a noite junto com o Pietro e a Iza.

—Viu mãe, já estou indo me arrumar.– dou um sorriso forçado por ter ainda o seu olhar em mim, mas logo me tranquilizo quando um sorriso aparece no rosto dela.

(...)

—Você não acha isso tudo estranho?– Iza me olha com uma cara de desconfiada.

—Iza, é o Dylan, ele é completamente estranho!– afirmo ainda observando as roupas dessa loja.

—Pietro, você não acha esquisito tudo isso?

—Não sei!– o Pietro responde ainda emburrado porque está carregando as nossas roupas.

—Claro que você não vai falar, é o melhor amigo dele!– Iza fala e em seguida joga uma peça de roupa no rosto do Pietro.

—Por que vocês estão falando do Dylan mesmo?

—Estou me perguntando a mesma coisa, Pietro!

—Ou vocês são lerdos ou se fazem, sério!– a Iza exclama e começa a resmugar em sussurros.

—Só estou preocupado no que eles vão servir na festa de hoje!

—Não sei como você consegue manter esse tanquinho, você come mais que uma mulher grávida!– falo rindo ao observar ele revirar os olhos.

—Eu estou com fome, não aguento mais carregar essas roupas para todos os lugares que vocês vão e nem paramos para comer ainda.

—Pronto Pietro, vamos pagar e depois comer!

—Ainda bem, nestante vou desmaiar de tanta fome!

—Exagerado, ainda tem a sua roupa para a gente escolher!

—Iza, depois vemos isso. Agora o importante é irmos comer logo.– Pietro fala e começa a caminhar, deixando Iza e eu para trás.

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now