Capítulo 19.

121K 10.5K 2.4K
                                    

Definitivamente não adiantou nada ter tomado banho, estou suando por conta da caminhada da minha casa até o colégio, pois infelizmente os meus pais saíram cedo demais hoje e nem brincando iria pedir pro Dylan me levar, ele não iria mesmo se eu pedisse, só poupei a rejeição e a vergonha. Aquele idiota passou de carro perto de mim, mas não parou para me dá uma carona, não sei como minha mãe fica dizendo que ele é um bom garoto.

Não iria aceitar mesmo, as vezes é bom se exercitar, mesmo que você esteja quase caindo pelo chão. Vida de sedentária é foda.

Avisto o colégio na minha frente e dou graças a Selene por estar chegando no portão. Pecorro o meu olhar por alguns adolescente para tentar achar o Pietro, mas tudo que consigo achar é um ruivo atrapalhado tentando ler uma folha, conheço bem esse ruivinho perdido.

Dou uma última olhada ao redor só para ter certeza que o Pietro ou a Iza não está me esperando. Ao perceber que eles não estão do lado de fora, caminho na direção do Thomas e toco no seu ombro, o que acaba fazendo com que ele levante rapidamente o olhar do papel.

—Oi, Emilly!– o sorriso dele aparece no rosto e para enfeitar ainda mais o seu sorriso radiante, as suas sardas nas bochechas lhe dão um toque especial de  beleza.

Em um movimento rápido ele se aproxima de mim e me abraça, acabo o apertado na mesma intensidade.

—O que você tanto olha para essa folha?

—Talvez eu esteja perdido, não entendo qual é a sala dos meus horários.– ele fala coçando a nuca e me entrega a folha.

—Eu te ajudo, vamos?– observo a folha e percebo que ele tem aula de química,  que é quase do lado da minha sala.

—Não vou incomodar?

—É claro que não!– pego na mão dele e começo a puxá-lo em direção à entrada.

Os adolecentes começam a olhar para ele, alguns são tão transparente que consigo reparar na malícia nos olhares de algumas garotas e garotos, mas não posso negar que ele é lindo, os seus fios ruivos chamam bastante atenção.

Como um típico colégio de adolescentes, as pessoas são divididas em grupos que eu mesma nomiei, tem o grupo dos narizes empinados, das cadelas no cio, dos que não tão nem aí para nada, os metidos, os do time de fultebol, os invisiveis, os que só querem estudar, os valentões, os medrosos e os neutros... Eu definitivamente faço parte dos invisíveis ou neutros.

Odeio chamar atenção!

Paro brutalmente de andar ao ver uma cena que está me dando vontade de colocar o meu café da manhã para fora. Como sempre o Dylan com mais uma cadela no cio prontos para se pegarem, não quero nem imaginar o que eles vão fazer ou o que eles já fizeram. Quero preservar o meu café da manhã na minha barriga.

—Você está bem?– desvio o meu olhar do Dylan e percebo que estou com o Thomas ao meu lado, que logo olha na direção que eu estava observando.

—Estou sim!– tento forçar o meu melhor sorriso, mas pela reação desconfiado do Thomas acho que não deu muito certo.

Você não está incomodada Emilly, é ruim ver alguém se beijando de manhã cedo!

—Então tá, mas por que ele parou de beijar aquela garota e está olhando na nossa direção?– ao terminar de ouvir ele falar, olho de volta pro Dylan e percebo que ele está mesmo me olhando.

—Foda-se, não quero saber, vamos
Thom?– pergunto e ele acente com a cabeça.

Tentei mostrar o máximo do colégio para o Thomas, esse colégio não é nada pequeno, tem dois andares, piscina para aula de natação, um campo enorme para os jogos que o colégio compete, um jardim com algumas árvores e uma parte reservada para maiores dos dezesseis anos, lá eles praticam lutas um com os outros e treinam os seus instintos, confesso que nunca quero participar em uma das aulas com eles.

Uma vez fui assistir por pura curiosidade e quando presenciei uma luta que um dos garotos saíram com o braço direito quebrado, traumatizei, nunca mais encosto nessa parte do colegio.

Alguns alunos já estão entrando nas suas salas e ainda não consegui achar o Pietro ou a Iza, talvez eles já estejam dentro de suas salas, melhor apresentar o Thomas depois.

Sou tirada dos meus pensamentos com um pequeno puxão na minha mão que me faz parar no lugar e olhar para trás. O Thomas está olhando diretamente para a minha sala, que está com a porta encostada, o seu semblante está sério e concentrado em algo que não consigo identificar.

Ficamos cinco minutos sem nos mover do lugar, mas o sinal toca e o Thomas sai da sua hipinose e olha para mim.

—Por que estava olhando para minha sala? Quer entrar?– pergunto curiosa.

—Não, não foi nada, eu acho!– ele coça a nuca e olha para baixo.

—Melhor irmos logo para sua sala, o sinal tocou.

—Sim, vamos!– ele fala balançando a cabeça meio atordoado.

Damos alguns passos e chegamos na frente da sala do teceiro ano, na aula de química do Thomas.

—Obrigado por me ajudar!

—Não foi nada, te vejo no intervalo.

Me viro e começo a andar até a minha na sala, espero que a professora não esteja nela ainda, não quero levar observação só por me atrasar três minutos.

Meu Companheiro Inesperado I (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now